quinta-feira, 12 de julho de 2012


Lula conhece bem seus "companheiros"

Gerson Tavares






Conheço essa dupla não é de hoje. Trabalhei muitos anos em São Paulo e vi de perto o quanto eles eram ligados, até porque o Lula precisava se espelhar em alguém. Paulo Maluf, o filho da “dona” Maria, sempre que entra em ação, é para levar vantagem e Lula sabia que ao se enturmar com o “turco” poderia um dia se dar bem. Deu azar em 1982, mas pelo menos levou “vantagens” para no futuro chegar até à Presidência da República.

Hoje Maluf é um foragido da Justiça e tem a Interpol em seus calcanhares, mas nada que não possa continuar a fazer das suas falcatruas. E foi então que resolveu aceitar os “acordos” que o Lula propôs e colocou o seu “partidinho” a serviço do Fernando Haddad.

Mas como todo bandido, Maluf tem seus momentos de desgraça. Enquanto ele está em campanha eleitoral ao lado do “amigo camarada” em São Paulo, a Justiça da Ilha de Jersey, um “paraíso fiscal” britânico, está começando a julgar uma ação da Prefeitura de São Paulo para tentar recuperar US$ 22 milhões que o deputado federal Paulo Maluf, do PP/SP, teria desviado quando comandou a cidade pela última vez, no período de 1993 até 1996.

Este processo que corre na Ilha de Jersey tem como rés, duas empresas sediadas no exterior que são controladas por filhos de Maluf, segundo as apurações da Promotoria. Aqui vale lembrar que “família que rouba unida, permanece unida”. E esse é o lema de Paulo Maluf, mas a assessoria de Maluf nega as acusações e diz, com a mesma cara de pau que tem o patrão, que o deputado e familiares nunca tiveram contas no exterior. Como diria o Jorge Perlingeiro, “Me engana que eu gosto”.

Antes dessa ação, o Ministério Público reuniu documentos bancários e societários das companhias, alguns assinados por parentes do deputado, o que comprova a acusação. Esta causa é um desdobramento das investigações do MP de São Paulo sobre corrupção em obras como a construção da Avenida Roberto Marinho e o Túnel Ayrton Senna, ambos na zona sul da cidade.

Claro que tudo isso já correu aqui na Justiça brasileira, mas por se tratar de político como Paulo Maluf, influente em qualquer governo, as investigações resultaram em duas ações criminais no Supremo Tribunal Federal e duas ações civis na Justiça de São Paulo e que até hoje estão sem um desfecho se quer.

Como sempre acontece nesses casos, o dinheiro que foi desviado por Maluf lá na prefeitura, foi enviado para contas nos Estados Unidos por meio de doleiros. Isso sem contar com as “doações”, já que em 1996 o deputado fez uma doação formal dos recursos para seus filhos e outros parentes. Daí para as contas da Durant e da Kildare em Jersey e outras na Suíça e na Inglaterra, foi questão de “um pulinho”, segundo o Ministério Público.

Eu sei que existe um bloqueio de US$ 175 milhões em contas que seriam controladas pela família de Maluf e em relação aos depósitos desses US$ 22 milhões em causa, a prefeitura paulistana tem provas suficientes para resgatar a grana. Mas mesmo assim, com todo apoio do Ministério Público, a prefeitura acionou a Justiça de Jersey em 2009 e só agora está vendo a luz no final do túnel.

E com tantos casos de desvio de grana alheia e estando com nome e foto na lista de procurados pela Interpol, Maluf está em campanha ao lado do Lula pela prefeitura de São Paulo.

Esta aliança foi selada, com direito a foto de mãos dadas no jardim dos Jardins. Agora só falta o Fernando Haddad ganhar a eleição e o Paulo Maluf assumir a Secretária de Finanças da cidade de São Paulo.

Como diz o José Cunha: “Para corno, todo castigo é pouco”!

Um comentário:

Sílvio Santos Silva disse...

Eles se merecem. São todos da mesma laia. Maluf e Lula juntos, tocam fogo no Brasil, porque o Nero era pinto perto daquilo que eles são agora.
São Paulo