O “mensalão” e os seus vícios

Gerson Tavares

Tudo faz crer que em agosto teremos o “grande final” do escândalo que mostrou a cara do governo Lula para o mundo. O “mensalão”, aquela montagem feita na sala ao lado da Presidência da República, onde o “grande chefe” José Dirceu fazia a divisão de toda a propina para os parlamentares e colaboradores que faziam parte da “gang governamental”.

Mas agosto também poderá trazer uma grande decepção para todos aqueles que esperam uma pena exemplar para os “safardanas” que por um bom tempo roubaram o nosso dinheiro. E tudo já começa a ser mostrado, com um dos colaboradores de primeira hora, e que já encontrou na ministra do Tribunal de Contas da União, Ana Arraes, que só por acaso é mãe do governador de Pernambuco, a “grande defensora”. E pelo que deu para notar, foi escalada para “defender” o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, do desvio da grana do bancão para a empresa do Marcos Valério, dono da DNA Propaganda. Este Valério é aquele mesmo, que com sua agência, fez todas as “negociatas” para o chefão José Dirceu.

Embora os procuradores do TC vejam o Pizzolato como culpado, Ana Arraes está se baseando em lei de 2010 para julgar crimes que aconteceram entre 2002 e 2005. Ela quer que ele fique de fora do julgamento que vai ocorrer agora em agosto no STF porque, segundo ela, o “bônus de volume” que resultou da propaganda do BB não teria que ser devolvido ao banco e assim ao Marcos Valério. Ele, que “negociou” a propaganda, tem o direito de ficar com a grana. Sendo que neste caso todos sabem que o dinheiro foi parar no bolso do Pizzolato.

Tudo estaria bem se assim fosse e que o dinheiro fosse realmente propriedade da agência, mas o ex-diretor do BB, Henrique Pizzolato foi também denunciado por receber R$ 326.660,27 de Marcos Valério. Agora quero saber como a “dona” Ana Arraes explica essa.  

Mas a Ana é irredutível e diz que se hoje existe a lei é para que seja cumprida, mesmo que tudo tenha acontecido antes da lei existir. E assim mais uma vez teremos um mês de agosto de terror.

Sem homens honestos não se faz um País.