segunda-feira, 30 de abril de 2012


Homenagem ao grande companheiro






Dicró, o “último dos malandros”



São Pedro resolveu formar novamente o trio "Os três Malandros em Concert". E como ele já contava com os contratos de Morengueira, o “velho e bom” Moreira da Silva, e do Bezerra da Silva, só faltava o “último dos malandros” que ainda estava por aqui levando a sua alegria para todos que gostam do samba de raiz. E foi assim que na quarta-feira são Pedro chamou e o Dicró, como sempre responsável e atencioso, atendeu ao chamado do céu. E assim subiu Dicró, o “Rei da Praia de Ramos”.


Dicró, além de ser um excelente sambista, letrista, interprete e “humorista” da mais alta categoria, também se mostrava um ótimo autor teatral. Em 1982 ele me mostrou um texto que escrevera e que só não encenei na época porque ele não quis fazer o grande personagem da peça “O dia em que eu morri”, que é uma comédia para fazer morrer de rir. Dicró mostra no texto como seria o velório de um exemplar chefe de família, mas tudo com muito humor. Mas eu só via um ator com a responsabilidade de fazer aquele personagem e este era o próprio Dicró. Na ocasião não chegamos a fechar a ideia e infelizmente Dicró se foi sem mostrar como seria encarada a morte daquele cidadão.

Dicró se foi e nos deixou órfãos por aqui, mas eu tenho certeza que ele está muito feliz reencontrando com seus velhos companheiros. Dicró poderá não só formar novamente aquele trio fantástico de samba ao lado do Morengueira e do Bezerra da Silva, “Os três malandros em Concert”, mas também se juntar a turma da “Escolinha do Professor Raimundo”. Muitos dos seus companheiros do programa já estão lá no céu e tenho certeza que o Chico Anízio, outro vascaíno como ele, já está remontando na TV Celestial, aquele programa de humor sadio que tanto sucesso fez por aqui.

E assim, com a ida do Dicró, o Brasil perde o seu "último malandro", mas o céu reforçou o seu elenco de grandes figuras tão amadas por seus familiares, seus amigos e seus fãs. Um anjo me contou que todas as noites agoira, tem "roda de samba" no "Quiosque do Dicró".

E assim partiu o meu caro amigo  Dicró. Mas a alegria dele sempre estará entre nós.

2 comentários:

Walter Salles disse...

A alegria do Dicr´nunca vai acabar. Ele é uma lembrança boa para sempre.
Rio de Janeiro

Heraldo Luccas disse...

Grande Dicró... Esse foi um cara que veio ao mundo para fazer as pessoas felizes. Nunca vi ninguém falar mal dessa figura impar na música.
Mas a alegria não estava completa lá do outro lado, então ele foi chamado para levar o que faltava.
São Paulo