quinta-feira, 19 de abril de 2012

Os fantasmas atacam nas

escolas estaduais do Rio de Janeiro

Gerson Tavares




Sempre digo que os exemplos vêm de cima e mais uma vez posso mostrar que tenho razão. As escolas estaduais do Rio de Janeiro estavam abarrotadas de alunos “fantasmas” e como lá no Congresso, lá no Planalto e lá na Corte os fantasmas vivem em paz e harmonia com os “safardanas” que por lá transitam, se acharam no direito de também circularem pelas escolas do Rio.

E foi preciso que o secretário estadual de Educação, Wilson Risolia aparecesse para dar um basta nesse “caso do outro mundo”. Ele até sabia que iria encontrar muitas coisas erradas, mas não esperava que chegasse a tanto. E foi assim que ele descobriu que muitas escolas inchavam a folha de matrícula, influenciando diretamente o valor dos recursos que recebiam para merenda e manutenção.

Risolia revelou ao Jornal O Dia que a sua meta é organizar, administrar e melhorar uma rede que tem pouco mais de 1 milhão de alunos, 91 mil servidores e 1.462 escolas. Com orçamento de R$ 4,2 bilhões, um dos desafios que tem pela frente é reduzir a carência de 60 mil tempos de aulas sem professor. E esse é só um deles.

Embora essa prática já venha de algum tempo e ninguém tomando atitude, até que não foi tão difícil descobrir a “mutreta”.  Até porque, com o baixo rendimento das escolas do Rio, fez com que fosse realizada uma auditoria da Secretaria estadual de Educação (Seeduc) e assim, foi procurando o gato que descobriram os ratos.

Eram 120 mil estudantes matriculados em todo o Estado, mas que na verdade só existem nas estatísticas. Todos têm número de matrícula ativo e alguns chegam a ter registro de presença e notas, mas na verdade são alunos fantasmas, que só existem para inchar os valores que são repassados às escolas para as merendas.

Pelos 120 mil alunos-fantasmas, as escolas receberam um total de R$ 297 milhões até novembro de 2011, apenas em recursos estaduais. Atualmente, a Secretaria estadual de Educação investe R$ 2,7 mil por ano para cada estudante matriculado.

Para que se tenha uma noção da dimensão do abuso e da certeza da impunidade, apenas nas 268 escolas de gestão compartilhada da capital, que são unidades estaduais que funcionam, à noite, em prédios municipais, 10.900 alunos-fantasmas.

Isso é uma prova que tem gente de fora da educação agindo nessa área. Não posso acreditar que sejam as diretoras as únicas culpadas pelas fraudes. E pelo que conhecemos dessa turma que está ai, nos governos atuais, tem muito “bandido” que está se aproveitando de tudo e de todos para dar golpes. Vereadores e deputados principalmente se consideram donos das escolas e vão até lá e "peitam" as diretoras. Muitas, até por medo e outras porque são também do "balacobaco" armam tudo e todos se aproveitam.

Afinal, eles sabem que essa moleza não dura para sempre e sabem que o tempo pode estar chegando ao fim e então é preciso roubar muito.


Esse é o Brasil que o cidadão de bem não quer. 

2 comentários:

Vitória Figueira Nunes disse...

Claro que só acontece em escola que a diretora deixa acontecer, mas que tem político no comando do roubo, aí não há dúvida nenhuma. Isso é próprio dessa política de bandidos que tmos.
Mas este crime deveria ser enquadrado como hediondo, não acham?
Para resolver o problema do Brasil só mesmo implodindo este e formando outro.
Ilha do Governador - RJ

Norma dos Santos Silva disse...

esses bandidos estão tirando doce das mão de criancinhas. Só tem ladrão e esas diretoras são tão culpadas quanto esses deputados, senadores, vereadores e cabos eleitorais que andam pelas escolas pedindo para matricular crianças. E no caso, crianças que nem existem. E não pensem que isso acontece só no Rio, porque em qualquer estado ou cidade desse Brasil corrupto, eles estão metendo a mão na merenda escolar.
Fortaleza