sexta-feira, 27 de abril de 2012


No Maranhão tudo é possível

Gerson Tavares




Depois que o “Fantástico” mostrou a estória de um transplante de rins entre irmãos, que tinha tudo pra dar certo e nem sequer aconteceu porque o órgão sumiu depois de ser retirado do doador, as dúvidas ficaram no ar. Segundo o doador, deram fim a uma esperança de vida para o sua irmã, quando sumiram com o órgão.

E a paciente diz que o rim poderá estar em alguém e eu, vendo onde aconteceu o fato, disso não tenho a menor dúvida. Mas mesmo assim, dúvidas ainda existem. Segundo a paciente que precisa de um rim para poder viver, a família está à espera de uma resposta dos responsáveis pelo transplante. E Jacqueline fala: “Meu irmão ficou sem um rim e eu continuo precisando”.

Já se passaram seis anos desde que a recepcionista Jacqueline Ferreira descobriu que precisava de um transplante, quando foi descoberto que ela sofria de insuficiência renal crônica. Os rins funcionavam com apenas 10% da capacidade.

Todos os dias nesses seis anos ela fazia sessões de diálise. Por seis horas diárias ela ficava ligada a uma máquina, para que os aparelhos fizessem o que os rins não conseguem mais fazer sozinhos. E foi depois que o seu irmão Josevan fez os exames de compatibilidade que a esperança chegou. Com o resultado, os médicos concluíram que ele era doador compatível.

E Josevan não pensou duas vezes, prontificando-se logo a retirar um dos rins para ver o sorriso de felicidade no rosto da irmã. E ele encarou tudo de um modo prático, já que sendo ele mecânico, quando uma bomba de óleo de algum carro dá defeito, a solução é trocar. Com rim seria a mesma coisa.

E assim sendo, o dia 1° de agosto de 2006 e o Hospital Universitário Presidente Dutra, em São Luís, no Maranhão, ficariam marcados para sempre na vida daqueles irmãos. Seria o dia e o lugar que iria marcar o fim de um drama.

Mas foi aquele dia e local que deram início a outro drama bem maior. A cirurgia que tinha o tempo de duração previsto entre 20 e 45 minutos, demorou uma hora e seis minutos e não deu certo. O rim de Josevan foi retirado, mas não pôde ser implantado em Jacqueline.

Mas por quê? Ele não era um órgão compatível com a paciente? Segundo os três médicos que participaram da operação afirmaram, que apesar dos exames feitos nos pacientes, só na hora da cirurgia descobriram que o rim do irmão não servia para resolver o problema da irmã. Muito estranho o fato dos médicos descobrirem, só na hora da cirurgia, que o órgão transplantado não serviria.

Segundo o diretor do Hospital do Rim e Hipertensão, de São Paulo, José Medina Pestana, a cada 20 transplantes, um pode complicar no ato cirúrgico e não dar certo. O rim precisa ser retirado. Explica Pestana: “Se o rim foi implantado e foi rejeitado, ou não deu certa a cirurgia, ele não pode ser utilizado em outra pessoa”.

Mesmo com as explicações dos cirurgiões, Jacqueline e Josevan queriam mais exames. E foi aí que a coisa complicou porque o hospital entregou amostras do rim, que foram encaminhadas então ao laboratório da Polícia Técnica da Bahia e daí veio a grande surpresa. De acordo com o laudo, as amostras entregues pelo hospital não eram do rim de Josevan. Depois de uma contraprova que foi feita no Instituto Nacional de Criminalística, em Brasília, depois de divulgado resultado veio à constatação: as amostras eram de outro rim.

Das dúvidas ainda restam algumas que vamos tentar sanar agora. O rim foi retirado e não aproveitado no paciente. A amostra para exame não era do rim retirado do doador. Onde foi parar o rim daquele doador? 

Depois dessas dúvidas sanadas só uma dúvida ainda persiste e eu até descarto parte, mas sabe-se lá. 

Tudo isso aconteceu no Maranhão. O hospital fica na capital do estado, a cidade de São Luiz e o Ministério Público já pediu a prisão dos médicos. Mas mesmo assim a dúvida que me persegue: O que será que a família Sarney tem com isso?

Oh dúvida cruel!

3 comentários:

Anônimo disse...

No Maranhão um Convento foi roubado e deu muita confusão. Todos sabem quem roubou, mas se lá tinha um órgão, aí eu já não sei.

Anônimo disse...

Infelizmente tido acontece por aqui. Até poderia acontecer em outro Estado, mas o maranhão é um para-raio para esses escândalos.
Agora, ainda bem que o sarney foi fazer cirurgia no coração, porque se fosse de rim, bem, deixa pra lá.
São Luiz

Anônimo disse...

Será que eles entraram nessa de contrabando de órgão?
Deles eu não duvido nada.
Imperatriz