No
Maranhão tudo é possível
Gerson
Tavares
Depois que o “Fantástico”
mostrou a estória de um transplante de rins entre irmãos, que tinha tudo pra
dar certo e nem sequer aconteceu porque o órgão sumiu depois de ser retirado do
doador, as dúvidas ficaram no ar. Segundo o doador, deram fim a uma esperança
de vida para o sua irmã, quando sumiram com o órgão.
E a paciente diz que o rim poderá estar em alguém e eu, vendo onde aconteceu o fato, disso não tenho a menor dúvida. Mas mesmo assim, dúvidas
ainda existem. Segundo a paciente que precisa de um rim para poder viver, a
família está à espera de uma resposta dos responsáveis pelo transplante. E
Jacqueline fala: “Meu irmão ficou sem um rim e eu continuo precisando”.
Já se passaram seis
anos desde que a recepcionista Jacqueline Ferreira descobriu que precisava de
um transplante, quando foi descoberto que ela sofria de insuficiência renal
crônica. Os rins funcionavam com apenas 10% da capacidade.
Todos os dias nesses
seis anos ela fazia sessões de diálise. Por seis horas diárias ela ficava ligada
a uma máquina, para que os aparelhos fizessem o que os rins não conseguem mais
fazer sozinhos. E foi depois que o seu irmão Josevan fez os exames de
compatibilidade que a esperança chegou. Com o resultado, os médicos concluíram
que ele era doador compatível.
E Josevan não pensou
duas vezes, prontificando-se logo a retirar um dos rins para ver o sorriso de
felicidade no rosto da irmã. E ele encarou tudo de um modo prático, já que
sendo ele mecânico, quando uma bomba de óleo de algum carro dá defeito, a
solução é trocar. Com rim seria a mesma coisa.
E assim sendo, o dia 1°
de agosto de 2006 e o Hospital Universitário Presidente Dutra, em São Luís, no
Maranhão, ficariam marcados para sempre na vida daqueles irmãos. Seria o dia e
o lugar que iria marcar o fim de um drama.
Mas foi aquele dia e
local que deram início a outro drama bem maior. A cirurgia que tinha o tempo de
duração previsto entre 20 e 45 minutos, demorou uma hora e seis minutos e não
deu certo. O rim de Josevan foi retirado, mas não pôde ser implantado em
Jacqueline.
Mas por quê? Ele não
era um órgão compatível com a paciente? Segundo os três médicos que
participaram da operação afirmaram, que apesar dos exames feitos nos pacientes,
só na hora da cirurgia descobriram que o rim do irmão não servia para resolver
o problema da irmã. Muito estranho o fato dos médicos descobrirem, só na hora
da cirurgia, que o órgão transplantado não serviria.
Segundo o diretor do
Hospital do Rim e Hipertensão, de São Paulo, José Medina Pestana, a cada 20
transplantes, um pode complicar no ato cirúrgico e não dar certo. O rim precisa
ser retirado. Explica Pestana: “Se o rim foi implantado e foi rejeitado, ou não
deu certa a cirurgia, ele não pode ser utilizado em outra pessoa”.
Mesmo com as
explicações dos cirurgiões, Jacqueline e Josevan queriam mais exames. E foi aí
que a coisa complicou porque o hospital entregou amostras do rim, que foram
encaminhadas então ao laboratório da Polícia Técnica da Bahia e daí veio a
grande surpresa. De acordo com o laudo, as amostras entregues pelo hospital não
eram do rim de Josevan. Depois de uma contraprova que foi feita no Instituto
Nacional de Criminalística, em Brasília, depois de divulgado resultado veio à
constatação: as amostras eram de outro rim.
Das dúvidas ainda
restam algumas que vamos tentar sanar agora. O rim foi retirado e não
aproveitado no paciente. A amostra para exame não era do rim retirado do
doador. Onde foi parar o rim daquele doador?
Depois dessas dúvidas
sanadas só uma dúvida ainda persiste e eu até descarto parte, mas sabe-se lá.
Tudo isso aconteceu no
Maranhão. O hospital fica na capital do estado, a cidade de São Luiz e o
Ministério Público já pediu a prisão dos médicos. Mas mesmo assim a dúvida que
me persegue: O que será que a família Sarney tem com isso?
Oh dúvida cruel!
3 comentários:
No Maranhão um Convento foi roubado e deu muita confusão. Todos sabem quem roubou, mas se lá tinha um órgão, aí eu já não sei.
Infelizmente tido acontece por aqui. Até poderia acontecer em outro Estado, mas o maranhão é um para-raio para esses escândalos.
Agora, ainda bem que o sarney foi fazer cirurgia no coração, porque se fosse de rim, bem, deixa pra lá.
São Luiz
Será que eles entraram nessa de contrabando de órgão?
Deles eu não duvido nada.
Imperatriz
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