O mensalão
é um tormento
Gerson
Tavares
Quando falam em
julgamento da quadrilha do José Dirceu, aquela que montou um esquema para ganhar
dinheiro sem fazer força e que recebeu o nome de “Escândalo do Mensalão”, eu até duvido
que exista qualquer resquício de verdade na notícia.
Agora mesmo estão
falando que será feita uma blitz para que aconteça o julgamento do mensalão
ainda no primeiro semestre e estão até mobilizando integrantes do Supremo
Tribunal Federal (STF).
Na terça-feira dois
ministros vieram a público defender o julgamento do processo antes do recesso
de julho. E o ex-presidente do tribunal, Gilmar Mendes, foi aquele que falou
com mais ênfase: "Se se quiser votar, tem que ser neste semestre. Tudo
recomenda, e nada indica o contrário, que a gente julgue esse processo neste
ano".
Também o futuro
presidente do STF, ministro Carlos Ayres Britto, falou ser necessário apressar
o julgamento: "Como o ano é eleitoral e efetivamente há certo risco de
prescrição de algumas imputações, isso em tese, o conveniente seria apressar o
julgamento sem perda da segurança da análise julgada".
Pelo visto o Ayres
Britto esquece que agora no segundo semestre, dois integrantes da Corte se
aposentam porque completam 70 anos de idade. Um é o atual presidente, Cezar
Peluso, que deixa o tribunal até o fim de agosto e em novembro será o próprio Ayres
Britto quem vai para casa.
Lógico que se tudo não
acontecer no primeiro semestre, no segundo mesmo é que não acontecerá. Afinal,
sem os dois ministros que se aposentam, o julgamento estará adiado e sem
“esperança” de acontecer um dia, porque ficará na dependência das próximas
indicações para o STF pela presidente Dilma Rousseff.
E assim vamos
empurrando com a barriga o julgamento. No ano passado, o tribunal passou quase
meio ano, para ser mais preciso, cinco meses, com menos um integrante. Isto sem
esquecer que antes desse desfalque, o STF ficou sete meses à espera de um
substituto para o ministro Eros Grau.
Então, já é quase certo,
o julgamento ficar para 2013. Mas como os novos ministros que irão chegar ao
tribunal pela indicação da presidente Dilma, tem o direito e precisam de tempo
para estudar as mais de 50 mil páginas, 233 volumes e 495 apensos do processo,
“nunca vamos ter julgamento da quadrilha do Zé”.
Um comentário:
Não é à toa que Lula está trabalhando pela CPMI do Cachoeira. A intenção dele e de todos os envolvidos no mensalão é empurrar o mais possível para a frente o julgamento no STF. Depois que não tiver mais como condenar eles esquecem o Cachoeira e ainda vão festejar junto com ele pagando a despesa.
Floresta
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