quinta-feira, 12 de abril de 2012


O mensalão é um tormento

Gerson Tavares
 


Quando falam em julgamento da quadrilha do José Dirceu, aquela que montou um esquema para ganhar dinheiro sem fazer força e que recebeu o nome de “Escândalo do Mensalão”, eu até duvido que exista qualquer resquício de verdade na notícia.

Agora mesmo estão falando que será feita uma blitz para que aconteça o julgamento do mensalão ainda no primeiro semestre e estão até mobilizando integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF).

Na terça-feira dois ministros vieram a público defender o julgamento do processo antes do recesso de julho. E o ex-presidente do tribunal, Gilmar Mendes, foi aquele que falou com mais ênfase: "Se se quiser votar, tem que ser neste semestre. Tudo recomenda, e nada indica o contrário, que a gente julgue esse processo neste ano".

Também o futuro presidente do STF, ministro Carlos Ayres Britto, falou ser necessário apressar o julgamento: "Como o ano é eleitoral e efetivamente há certo risco de prescrição de algumas imputações, isso em tese, o conveniente seria apressar o julgamento sem perda da segurança da análise julgada".

Pelo visto o Ayres Britto esquece que agora no segundo semestre, dois integrantes da Corte se aposentam porque completam 70 anos de idade. Um é o atual presidente, Cezar Peluso, que deixa o tribunal até o fim de agosto e em novembro será o próprio Ayres Britto quem vai para casa.

Lógico que se tudo não acontecer no primeiro semestre, no segundo mesmo é que não acontecerá. Afinal, sem os dois ministros que se aposentam, o julgamento estará adiado e sem “esperança” de acontecer um dia, porque ficará na dependência das próximas indicações para o STF pela presidente Dilma Rousseff.

E assim vamos empurrando com a barriga o julgamento. No ano passado, o tribunal passou quase meio ano, para ser mais preciso, cinco meses, com menos um integrante. Isto sem esquecer que antes desse desfalque, o STF ficou sete meses à espera de um substituto para o ministro Eros Grau.

Então, já é quase certo, o julgamento ficar para 2013. Mas como os novos ministros que irão chegar ao tribunal pela indicação da presidente Dilma, tem o direito e precisam de tempo para estudar as mais de 50 mil páginas, 233 volumes e 495 apensos do processo, “nunca vamos ter julgamento da quadrilha do Zé”.

Um comentário:

Eraldo Freitas disse...

Não é à toa que Lula está trabalhando pela CPMI do Cachoeira. A intenção dele e de todos os envolvidos no mensalão é empurrar o mais possível para a frente o julgamento no STF. Depois que não tiver mais como condenar eles esquecem o Cachoeira e ainda vão festejar junto com ele pagando a despesa.
Floresta