quarta-feira, 25 de abril de 2012


Só depois da casa arrombada

Gerson Tavares
 


Tudo era festa enquanto não veio à tona o cadáver. A Delta Construções está desde o governo Lula como a grande líder nas obras do governo federal e também em estados e municípios que são governados pelo PT ou ainda pelos partidos aliados ao governo que se instalou em 2002 com o Lula e depois com Dilma Rousseff.

Com as obras do projeto “carro chefe” de Lula, o “famigerado” PAC, que por ser "filho da Dilma", seguiu sendo em seu governo a “menina dos olhos” do governo petista, a Delta Construções tornou-se a principal empreiteira do programa. Mas agora, depois que a “sopa entornou”, o governo federal já está estudando um modo de proibir que a empresa firme mais contratos com a União.

Para tentar limpar a barra do governo, os ministros da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, determinaram ontem a abertura de processo para declarar inidônea a Delta Construções. Mas isso não quer dizer que o governo federal pense em averiguar tudo que a construtora faturou até agora. Só para ter uma ideia, no ano passado, a empresa do Cavendish, o amigo do Sérgio Cabral e do José Dirceu, recebeu mais de R$ 884,4 milhões, só com obras federais, sem contar aquele faturamento com os governos estaduais e municipais dos aliados do Lula.

Agora vamos ver o porquê dessa posição do governo Dilma Rousseff, que nada está fazendo sem primeiro ouvir Lula e Sarney. O governo está falando que a decisão se baseia nas numerosas denúncias veiculadas recentemente no âmbito da Operação Monte Carlo da Polícia Federal, “com indícios veementes de tráfico de influência”, e em informações da Operação Mão Dupla, que apontam o pagamento de propina e outras vantagens pela Delta a servidores do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no Ceará. A denúncia contra funcionários da autarquia e da empreiteira foi enviada na sexta-feira passada à Justiça pelo Ministério Público Federal no Estado. Ainda no último sábado, o jornal “O Estado de SP” mostrou que desde 2007 a CGU identificou problemas em ao menos 60 obras tocadas pela Delta no Dnit, seu principal cliente. O valor dos contratos com falhas alcança R$ 632 milhões.

Mas o governo esquecia tudo isso que já vinha acontecendo faz muito tempo e só agora, depois que virou manchete na televisão, no jornal e no rádio, Dilma manda tomar uma atitude. Agora que acontece a CPIM do Cachoeira, como modo de investigação para apurar elos do contraventor com políticos e também com a Delta, é hora de afastar a Delta dos holofotes.

Mas Dilma, a “casa caiu”. Vocês estão todos no mesmo navio, o “navio pirata da corrupção”. 

2 comentários:

Francisco Lopes disse...

PAC... 'Programa de Assalto Consumado'. E para que isso acontecesse com mais garantia de êxito, foi contratada a DELTA, uma empresa APA, o que quer dizer, 'Amigo Para Amigos'.
De sigla em sigla, esses políticos aproveitadores foram ficando ricos e o brasileiro tomando ferro.
São Paulo

Paulo Loureiro disse...

Mas não escapa ninguém mesmo. São todos cúmplices nessa 'gataria' desenfreada.
Metem a mão e ainda acham que estão certos.
Uberlândia