Quando o “jogo do bicho” vira fachada

Gerson Tavares

 

Depois que o Carlinhos Cachoeira virou manchete diária em todo o país e até fora do Brasil, começaram a investigar melhor o que vem a ser hoje em dia o quase lendário “jogo do bicho”. Quando digo quase lendário é porque tudo aquilo de folclore que existia deste a criação do jogo pelo Barão de Drummond, foi ficando pelo meio do caminho e hoje, os banqueiros já estão usando aquele simples contravenção como escudo para crimes dos mais hediondos.

Quando falam do “banqueiro Carlinhos Cachoeira” que entrou de cabeça nos negócios dos políticos e fez o governo entrar na ciranda da malandragem, assim levando muita grana dos cofres públicos e acabando de vez com a ética na política, outros “banqueiros” não são tão expertos, mas que também são tão bandidos quanto ele. Eles entraram no tráfico, no contrabando e outros crimes que podem desfilar em vários artigos do código penal.    

E o Brasil está muito bem loteado pelos “bandidos”. Enquanto o Carlinhos Cachoeira, por estar envolvido com a máfia da política é o dono do Centro-Oeste, outros ficaram com regiões até bem mais rendosas, mas que já são de um “comércio” mais perigoso. Esses outros contraventores são sediados, alguns no Rio de Janeiro, tomando conta de uma região mais voltada ao contrabando e ao tráfico. Aniz Abraão Davi, o “banqueiro Anízio da Beija Flor”, tem uma sólida sociedade com o Luiz Pacheco Drummond, o “contraventor Luizinho Drummond”. Mas estão também nesse pacote o Ailton Guimarães Jorge, que responde pelo vulgo de “Capitão Guimarães”, Antonio Petrus Kalil, este mais conhecido como “Turcão” e ainda outros de menor expressão.

     

Anízio e Luizinho comandam também uma região fértil para o tráfico, que tem em Manaus no Amazonas e em Belém no Pará, as cidades que dão o domínio na região Norte o País. Na região Nordeste eles comandam Salvador, na Bahia, Recife em Pernambuco e Fortaleza no Ceará. E o sudeste onde ocupam Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais.

E como tudo é loteado em acordo de “cavalheiros”, Ivo Noal que comanda São Paulo e Santa Catarina.

Por enquanto a Policia Federal está investigando o “jogo do bicho”, os “caça-níqueis” e os cassinos clandestinos. Mas há de chegar o momento de ir atrás daquilo que até hoje só se fala em morros e favelas. Mas não podemos esquecer que Misaque e Jatobá morreram em Niterói porque não pagaram uma dívida que fizeram com a equipe de Anízio de Drummond.

E pelo que consta foi o Mário Tricano quem fez o serviço. Na ocasião ele até foi expulso da PM pelo crime, não foi condenado e ainda recebeu de presente o cargo de prefeito de Teresópolis, uma cidade da serra fluminense e que é dominada politicamente pela família Abraão David.  

Esta e só uma pequena mostra da história do submundo da contravenção que um dia enveredou pelo caminho dos crimes hediondos.

Investiguem não só o Cachoeira, até porque, muita água está passando por baixo dessa ponte de crimes.