sexta-feira, 20 de abril de 2012


Servir à Pátria é obrigação de todo jovem

Gerson Tavares
 


Já vai longe o meu tempo de “recruta”. Em 1957 fui me alistar para “servir à Pátria”. Era uma obrigação e um orgulho para o jovem brasileiro.

Mas quando cheguei à Junta Militar para me alistar, fui recebido com honras, porque era mais um homem que ali estava, se apresentando para trocar suas energias por ensinamentos militares.

As Juntas Militares eram chefiadas por um oficial, que no caso daquela que me apresentei, na ocasião era um capitão. Os funcionários que ali trabalhavam eram cedidos pelas prefeituras, mas seguiam as regras que o militar passava e assim, os jovens eram recepcionados como cidadãos.

Mas pelo que mostrou o jornal "O Dia", do Rio de Janeiro, hoje já não é assim tão prazeroso para os jovens que estão completando seus 18 anos, comparecer à Junta Militar. A coisa já começa quando o jovem que tem vocação militar descobre que o mais certo é na hora da incorporação ele estar fora da lista. Sim, porque o mais difícil hoje é servir à Força Armada. Mas mesmo assim ele tem que ir se alistar para ter o certificado de reservista, mesmo que seja o de terceira categoria por excesso de contingente.

E esta obrigação já começa trazendo um grande desprazer, quando o jovem descobre que ele terá muito que lutar para pegar uma senha para então entrar em uma segunda fila, para receber o certificado de alistamento.

Diante da porta do prédio onde está localizada a repartição da Junta Militar, a madrugada ainda nem começou e os primeiros jovens já começam a chegar. Eles sabem que as dificuldades serão muitas, mas estão preparados para enfrentar a sua primeira “batalha”.

Eles vão chegando e todos com a mesma intenção. Conseguir pegar uma senha para o “alistamento no serviço militar obrigatório” que só ira acontecer após as 10 horas da manhã.

Muitos vão à Junta, duas, três e até muitas vezes mais para conseguir pegar a senha, já que são distribuídas somente 80 senhas por manhã.
 
O Jornal “O Dia” foi alertado para o fato através de uma carta que foi envida à redação por um leitor. Muitos jovens chegam pouco depois da meia-noite e acabam ficando sem dormir para garantir o lugar e a vida. Sim, porque com tanta violência nas ruas, ninguém está seguro nem mesmo na “fila da obrigação”.

Mas depois de receberem a senha, isso feito às 7 horas, são eles obrigados a esperar até às 10 horas para então, quando chegar a sua vez, preencherem os formulários.

Para muitos está resolvido o seu problema, porque quando chegar a hora de se apresentar à unidade e militar à qual foi designado, o mais certo é ir para casa com seu certificado de terceira e tudo bem, mas aquele que sonhou com aquele dia para dar início a uma carreira militar, este vai ter que jogar com a sorte e ainda contar com a boa vontade do receptivo que o atender no quartel.

E tem, mais. Se ele conseguir ficar, será avisado que o expediente é só horário da manhã, porque o “rancho”, a "boia", é só para quem está de serviço.

É nisso que dá deixar as Forças Armadas nas mãos de civis que nunca passaram pela caserna e que ainda têm “ódio” de militar, aliás, um sentimento compartilhado entre muitos que fazem parte desse governo presidente petista, inclusive, lógico, o ministro da Defesa, Celso Amorim e a presidente Dilma Rousseff.

Pobre jovem brasileiro.

3 comentários:

João Luiz Volatto disse...

O serviço militar foi a salvação de muitos jovens no pssado, mas hoje eles já nem isso têm mais para subir na vida.
Mas quanto a esse desrespeito e humilhação que você falou aqui, é uma novidade para mim. Só acho que isso é porque não mais existe a ideia de hierarquia e cidadania.
Mas também, qualquer um é comandante militar hoje, até mesmo os adversários dos militares que teimam em acabar com a força do militar e dar mais destaque para baderneiros.
Este é o Brasil de hoje.
Curitiba

João Lofreddo disse...

Mas o que esperar de Forças Armadas comandas por antimilitares?
É quere de mais que essa gentinha faça pelo jovem que quer seguir carreira no Exército, Marinha ou Aeronáutica, aqulilo que um cidadão é merecedor.
Belém

Walter Müller disse...

Se já não existe amor à Pátria, então porque servi-la.
O tempo passou e com ele o respeito pelas Forças Armadas foi ficando pelo caminho.
Bem mehor hoje é se dizer 'guerrilheiro' que Força legal.
Ninguém, nem mesmo o governo respeita o jovem que ainda pensa em ser um membro de uma das três Forças Armadas do Brasil.
Até porque, o ministro comandante não passa de um 'guerrilheiro pé de chinelo' e a 'comandante em chefe das Forças Armadas' nunca respeitou as lei do País.
Exigir o que do incorporado?
Blumenau