quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Tapar a cara só no Governo



Anonimato em atos não pode

Gerson Tavares









O projeto de lei que o governo resolveu enviar ao Congresso para conter a violência em manifestações aumenta as punições em caso de dano ao patrimônio público e proíbe mascarados de circularem sem identificação pelas ruas. Prevista para ser apresentada nesta semana, em regime de urgência, a proposta também prevê o agravamento da pena para quem cometer atos de lesão corporal.

"Quem quiser pintar o rosto pode pintar, mas o projeto veda o anonimato. É permitido o uso de máscara desde que as pessoas se identifiquem à autoridade policial", disse ao jornal "O Estado de São Paulo" o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. "As pessoas têm de arcar com as consequências do que fazem, não podem se esconder atrás de uma camisa cobrindo o rosto. Ninguém pode se infiltrar em manifestações para depredar o patrimônio, agredir, matar e não ser punido."

Pelo projeto de lei, os manifestantes mascarados que se recusarem a apresentar a identificação incorrerão em crime de desobediência. "E casos de reincidência configuram sanção penal mais elevada", afirmou o Cardozo.

A pena existente hoje para danos ao patrimônio público é de seis meses a um ano de reclusão. Na avaliação do governo, trata-se de penalidade "muito baixa", que precisa ser reforçada. "Em vários países, como a França e o Canadá, existem leis mais duras, que garantem a liberdade de expressão, mas coíbem com rigor a prática de crimes, os atos de vandalismo. É isso que estamos fazendo", insistiu o ministro.

O governo está preocupado com o clima de insegurança provocado no País perto da Copa do Mundo, num ano em que a presidente Dilma Rousseff disputará a reeleição. mas quando o vejo que o Palácio do Planalto diz que a participação dos black blocs e mascarados em protestos provoca medo generalizado, sensação de descontrole e acaba diminuindo a adesão de pessoas que só querem se manifestar livremente, vejo que realmente os governantes só estão armando uma desculpa para assegurar a calma durante a Copa do Mundo. Não podemos esquecer que as manifestações ordeiras foram dizimadas pelos desordeiros que foram arregimentados e pagos pelos partidos dos governantes e pelos líderes sindicais.

E quando alguém tentou outra saída, o governo não aprovou. Este foi o caso da ideia do secretário da Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, que daria nova configuração ao crime de formação de quadrilha. Para Beltrame, a quadrilha já poderia ser caracterizada quando duas pessoas - e não três, como é hoje, se reunissem para cometer atos ilícitos. Claro que passando de três para dois, a morte do cinegrafista da TV Bandeirantes estaria no "olho do furacão" e os dois "baderneiros" já estariam enquadrados na nova lei, mas praticamente foi descartada.

E quanto a proposta de Cardozo, ela já provoca polêmica. Na opinião do presidente da Força Sindical, Miguel Torres, o Palácio do Planalto quer restringir a liberdade de expressão. "Esse projeto é antidemocrático e chavista. Parece que estamos na Venezuela". Essas são as palavras de Torres. e para completar, Torres falou: "O que nos causa estranheza é ver integrantes do governo Dilma, que sofreram a repressão do Estado na época da ditadura, quererem agora criminalizar as manifestações com uma espécie de A-I 5 social".


E assim vamos seguindo a com a nossa manifestação. Com a aprovação do estadio de Curitiba, fica provado que a negociata está acima de tudo. Por tanto, "Todos contra a Copa!". O povo precisa e quer hospitais, escolas e trabalho garantido para todos.

Isto sim é brasilidade!    

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