segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Agora “o bicho pegou”.


Ação trabalhista contra o 

Mais Médicos

Gerson Tavares









Já esperava que um dia isso fosse acontecer, mas nada assim, tão rápido. Uma médica cubana, a Ramona Matos Rodríguez, abandonou o programa “Mais Médicos” no dia 1º de fevereiro e agora vai entrar com uma ação trabalhista na Justiça do Pará solicitando o pagamento do que ela deixou de receber nos últimos quatro meses em que atuou no município de Pacajá. E pelo que dizem Ramona irá reivindicar também ressarcimento por danos morais.

Ramona recebeu proposta da Associação Médica Brasileira, que sempre criticou o programa “Mais Médicos”, do governo federal, para trabalhar no setor administrativo do escritório da entidade em Brasília. A questão salarial, a carga horária e a função serão discutidas hoje em reunião na sede da AMB, em Brasília, e o contrato será assinado amanhã.

A AMB divulgou uma nota onde oferece publicamente apoio à cubana e afirma que ajudará a profissional a revalidar legalmente o diploma médico, oferecendo até mesmo curso de capacitação, se este for o desejo dela. "A AMB também se colocou à disposição para dar apoio humanitário e garantir acesso a todos os instrumentos políticos e legais para viabilização do asilo político aos profissionais cubanos que estão atuando no Brasil" e que estão sendo monitorados pelo governo brasileiro por “ordem” dos “irmãos Castro”.

Ramona está hospedada na casa do deputado Abelardo Lupion, do DEM/PR, em Brasília. A coisa é tão feia que Ramona, mesmo empregada, manterá a solicitação dos pedidos de asilo aos Estados Unidos e ao governo brasileiro, sendo que este governo nunca irá dar asilo a quem se rebelar contra a ditadura e o "agenciamento" dos “irmãos Castro”. Segundo Ronaldo Caiado, deputado do DEM/GO, "ela tem que trabalhar com mais de uma opção". Na tarde, de quinta-feira Romana entrou com pedido de emissão do Registro Nacional de Estrangeiro (RNE) e da carteira de trabalho.

Mas Ramona não está só neste momento de luta contra as “ditaduras”, pois em paralelo à ação individual da médica cubana, o DEM se preparou para protocolar também uma representação solicitando que o Ministério Público do Trabalho entre com uma ação coletiva contra o programa. E Caiado falou: "O Brasil terá de responder por dano moral não só à médica cubana, mas a todos os cubanos". O argumento é que a legislação trabalhista brasileira prevê que o empregado não pode ser "diminuído de seu valor de trabalho" e que, ao receber menos que os demais médicos do programa, Ramona sofreu danos morais. A ação trabalhista de Ramona incluirá pagamento proporcional de 13º salário e Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) não recolhido. A ação estima um pedido de ressarcimento superior a R$ 36 mil.

No pedido de refúgio ao Brasil, entregue ao Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), Ramona alegou que exerceu a medicina em situações "humanamente desiguais" se comparadas com os médicos de outras nacionalidades que participam do programa. Junto ao pedido de refúgio também consta o argumento de que a médica recebia salário substancialmente inferior ao dos demais profissionais, mesmo realizando "as mesmíssimas atribuições". O fato de os médicos de outros países ganharem R$ 10 mil de salário, enquanto os cubanos, pelo contrato, recebem o equivalente a US$ 400 no Brasil, foi o que motivou a saída de Ramona de Pacajá.

Só agora os políticos descobriram que quem recebe os R$ 10 mil são "os ditadores" que dividem a grana entre eles. Então o líder da bancada, Mendonça Filho, de Pernambuco falou: "Não tem como distinguir um (médico) cubano de um espanhol".

Agora chegaram à conclusão que os familiares de Ramona em Cuba não tiveram acesso aos valores que o governo cubano havia se comprometido em repassar e pelo que se sabe, repassou para o Fidel que deve ter feito a divisão entre ele, o irmão e naturalmente com alguém do governo brasileiro. Como essa quantia, pelo número de “médicos” cubanos, deve ser grande, ao final de tudo eles irão faturar uma bolada “por debaixo dos panos”.

Depois dessa, outros profissionais cubanos deverão seguir o exemplo de Ramona nos próximos dias.


É Dilma, o “bicho vai pegar”.

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