Padilha
já começa burlando a lei
Gerson
Tavares
Quando
se escreve alguma coisa sobre a "lei eleitoral", temos que escrever sempre em
letra minúscula. Ninguém respeita a esta Lei, seja ele candidato a presidente
da República, a governador, senador ou deputado. Dilma lançou a campanha antes
do período de campanha e atrás dela seguiram Aécio Neves, Eduardo Campos e por aí
vai, toda a cambada de candidatos.
E
para não ser diferente, o ex-ministro da Saúde e "provável candidato" do PT ao
governo de São Paulo, Alexandre Padilha, começou na sexta-feira da semana
passada a sua caravana "Horizonte Paulista" em ritmo de campanha, com
críticas ao governo do PSDB, do governador Geraldo Alckmin, e já com promessas
eleitorais. Em Igarapava, na divisa com Minas Gerais, Padilha lançou ainda o
site da caravana que pretende percorrer todo o Estado e, ao receber o título de
cidadão local, ampliou as críticas aos tucanos. Gozado disso tudo pé que
ninguém tem nada para falar em seu favor e então tem que criticar os
adversários.
Foi
então que Padilha lembrou que outras cidades como Igarapava, na fronteira,
perderam investimentos para Estados vizinhos por conta da guerra fiscal.
"Não demos conta de enfrentar um problema sério, que é a guerra
fiscal", falou o candidato. Padilha prometeu a criação de um "grande
plano de proteção das fronteiras do Estado de São Paulo", para o combate
ao tráfico de drogas, e atacou a política educacional estadual. Falando assim: "A
criança faz ensino fundamental (municipal) com cada vez mais qualidade e,
quando vai ao ensino médico, há uma a preocupação (da família). Nos (últimos)
20 anos, o Estado de São Paulo perdeu a chance de dar um grande salto na
educação. Fomos governados por um partido que foi incapaz de construir
políticas contínuas e duradouras e as crianças não podem perder a oportunidade
de ter um governo de Estado comprometido com a educação". Só esquece o
Padilha, que o seu partido garante as cotas para que analfabetos entrem para as
faculdades e nunca luta por um ensino fundamental em condições de formar
estudantes bem formados.
O Padilha não parou por aí e ampliou suas críticas aos tucanos citando a falta de
água em regiões do Estado, ocorrida, para ele, "por falta de investimentos
planejados" no setor. Na área de saúde, o ex-ministro prometeu a criar
"escritórios permanentes" em regiões do Estado. Eles servirão para
avaliar projetos do setor a serem encaminhados a Brasília. Será que este será o
projeto “Mais Escritórios”, já que “Mais Médicos” já está dando o que fazer.
E
para terminar seu “comício” o candidato do PT defendeu que o partido faça
"a mais ampla das alianças" para vencer as eleições ao governo do
Estado. Mesmo em campanha, Padilha falou: "A campanha começa depois de
junho, depois da convenção, mas começamos hoje um profundo diálogo com o
Estado. Ninguém pode pensar em mudar esse Estado tendo cabeça presa só na
Avenida Paulista, no Palácio do Morumbi, tem de andar e conversar". Ele diz que a campanha "vai começar", mas ele, "já começou".
A
homenagem em Igarapava foi aprovada pela Câmara Municipal a toque de caixa. O
evento foi uma alternativa pensada pela equipe de Padilha para evitar que as
viagens sejam consideradas campanha eleitoral antecipada, que eles sabem ser proibida
por lei. E como nada aconteceu, Padilha seguiu em viagem por outras 12 cidades.
No mesmo dia seguiu para Ribeirão Preto, onde se encontrou com o ex-presidente
Luiz Inácio. Depois foi para Campinas ao lado de Lula e ainda falando que isto não é campanha.
Pobre
Brasil!
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