Trabalho
escravo em obra do
"Minha Casa, Minha Vida"
Gerson
Tavares
Ontem foi dia 13 de
maio, o dia em que a Igreja Católica, no mundo inteiro festeja a primeira
aparição de Nossa Senhora àquelas três crianças em Fátima, Portugal, no ano de
1917. Mas no Brasil também é festejada a assinatura da Lei Áurea, quando em
1917 a princesa Isabel decretou a “Abolição da Escravatura” e o negro deixou de
ser escravo para ser um “trabalhador empregado”. Assim sendo, desta data em
diante os negros deveriam ter os mesmos direitos que os brancos, mas como tudo
neste Brasil é incorreto, foram muitos brancos passaram a ter os mesmos direitos
que eram dispensados aos negros escravos.
Como não seria mais
necessário dar casa e comida aos seus “trabalhadores”, a mão de obra dos senhores
dos engenhos ficava mais barata e assim o ganho seria bem maior. Assim, negros
e brancos passaram a trabalhar no eito, lado a lado, e as condições de vida
foram piorando no dia a dia. Sem escola e sem atendimento médico, eles
trabalhavam de sol a sol e seguiam uma vida de muita luta e sempre passando de
pai para filho a mesma miséria.
Mas o tempo passou e já
não se falava mais em escravidão, mas a ganância dos “senhores das terras”, foi
passando aos outros abastados e assim o trabalhador que deveria ter hoje todas
as benesses da Lei do Trabalho, muitas vezes por falta de opção, se sujeitam a
voltar aos tempos da escravidão.
É triste quando a gente
vê um parlamentar incluído na lista dos responsáveis pelo trabalho escravo em
fazendas. E o pior é que não estou falando de um parlamentar e sim de alguns
“senhores” que viraram parlamentares até para garantir sua liberdade para escravizar o trabalhador.
Mas pelo que dá para
notar, já não só os fazendeiros que estão fazendo da mão de obra escrava um
meio de “enricar” mais e mais. Essa prática já está enraizada em todos os
seguimentos.
Sabe-se hoje que cerca de
90 operários foram encontrados em condições de trabalho escravo por agentes do
Ministério Público do Trabalho de Campinas, em uma obra do “Minha Casa, Minha
Vida”, um seguimento social do Governo petista, o governo do “trabalhador”.
O MP instaurou um
inquérito para investigar o caso e a obra está embargada até que todas as
irregularidades sejam solucionadas. Só falta essa obra não ser da Delta, porque
não posso acreditar que existam outras construtoras com os mesmos vícios da
empresa do amigo do Sérgio Cabral.
Mas os trabalhadores daquela
“famigerada” obra fizeram uma denúncia no Ministério Público do Trabalho de São
José do Rio Preto, pasta que atende a região de Fernandópolis, onde a
construção está sendo realizada. De acordo com informações da assessoria de
imprensa do MPT, fiscais foram enviados ao local e constaram diversas
irregularidades, entre elas trabalho escravo, péssimas condições do canteiro de
obra e do alojamento.
Como o projeto 'Minha
Casa, Minha Vida' é sustentado com verbas do Ministério das Cidades e da Caixa
Econômica Federal e a verba a ser aplicada é destinada às prefeituras, cabe ao
município ou cidade contratar uma empresa terceirizada capaz de fornecer mão de
obra para as construções. Mas claro que cabe à Caixa Econômica Federal
fiscalizar a regularidade do trabalho antes de liberar a verba.
Mas voltando ao “trabalho
escravo” ele foi apurado quando os trabalhadores afirmaram trabalhar 15 horas
por dia na obra, sem o pagamento salarial, segundo levantamento feito pelo MPT,
o pagamento estava sendo feito aos poucos, por meio de vales de R$ 100, R$ 200
e R$ 300, nunca no valor integral do salário.
E também foi constatado
que a condição dos alojamentos nos quais os operários moravam, era da pior
qualidade. A assessoria da pasta declarou: "As questões sanitárias destes
alojamentos são lamentáveis, os banheiros devem ser usados por, no máximo, 20
trabalhadores, e não foi isso que a perícia presenciou".
Foi então que os
agentes do Ministério Público do Trabalho de Campinas, órgão que conduz as
investigações do caso, efetuaram o resgate dos 90 trabalhadores no início da
semana passada e determinou a rescisão do contrato de todos os operários.
"Conforme
determina a lei", "os homens têm direito a receber as verbas
rescisórias: o seguro desemprego, salário e 13º salário, férias e fundo de
garantia", informa o assessor de imprensa Rafael Almeida.
Como já falei aqui na
semana passada, os “escravos modernos” estão sendo “laçados” no nordeste, do
País e sua maioria no Piauí e no Maranhão. Esses operários são buscados por
meio de pessoal que fala em nome de alguma construtora, colocados em ônibus sem
nenhuma condição de transitar por estradas federais, mas nada que com uma boa
propina, não dê para circular sem o menor incomodo mais de mil quilômetros. E a maioria desses operários que viajam com destino
ao desconhecido, é aliciada e em sua maioria chegam a trabalhar sem registro de
trabalho ou carteira assinada.
E depois de tudo isso, ontem eu vi o
governo festejando a “A BOLIÇÃO DA
ESCRAVATURA”.
Me engana que eu gosto.
3 comentários:
Infelizmente isto é o que mais se encontra por aí; mão de obra escrava.
Lembro também desse político que tinha ou tem mão de obra escrava em sua fazenda. Ele é carioca e influente em seu partido no Rio.
Para piorar, o filho também entrou na política e já deve sestar se preparando para ser igual.
Nesses casos, o espelho nunca se quebra.
Serra - Espírito Santo
Mas isso não é computado na miséria, é? Sim, porque se elkes viovem assim, estão na miséria extrema e se não são contados, a conta do governo está errada.
Brasília
as essa escravidão vai perdurar por muito tempo. Enquanto a política não valorizar o homem pobre, ele será um escravo.
São Luiz do Maranhão
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