terça-feira, 29 de maio de 2012


Ninguém respeita ninguém

Gerson Tavares
 



Um dia, atendendo aos reclamos da população, o Tribunal Superior Eleitoral resolveu que “político bandido” que não sabe roubar, não pode continuar político e tem que seguir “bandido”. Então ficou acertado que o político que não teve suas contas de campanha aprovadas, não pode se candidatar. Ainda não é tudo que se espera, mas já é um passo em direção à moralização.

Mas antes de falar desse caso, vou dar um “pitaco” no problema “lei”, que como manda a Constituição, ela é votada pelos congressistas. Então essa posição do STE foi "julgada" pelos deputados que resolveram fazer um projeto para resolver o problema. O projeto passou pela Câmara e depois vai ao Senado para ser aprovada ou não.

E é aí que eu acho que a Constituição falha, quando essa lei, que foi criada para ser usada no sentido de julgar o parlamentar, nunca deveria ser feita pelos próprios. Se são esses “safardanas” que fazem às leis, claro que eles irão aprovar sempre aquilo que irá trazer benefícios para a classe. Por isso, seria hora de fazer uma emenda nessa pobre e já tão “avacalhada” Constituição, para que, nesses casos, fosse formada uma comissão de juristas, juristas esses, que não poderiam ser nem indicados e muito menos ligados aos políticos, para os casos de criar toda e qualquer lei que envolvesse assunto de interesse dos políticos. Nem mesmo o presidente da República podendo indicar ou insinuar nomes para que tudo seja muito nítido.

Mas, por que estou falando isso agora? Simplesmente porque depois que o TSE resolveu que os políticos chamados “contas sujas” não podem se candidatar, ei que os deputados se reúnem e, a "toque de caixa", resolvem aprovar um projeto que acaba com a exigência da aprovação das contas de campanhas eleitorais e assim, todos os políticos “fichas sujas” ficam livres para se candidatarem.

Lógico que esses parlamentares pensaram somente neles e então viram que se eles têm o poder de “fazer a lei”, porque não um projeto que diga que Justiça é um zero à esquerda. Agora começou não só no judiciário, mas também nos movimentos populares que combatem a corrupção, uma campanha para que não sejam liberadas as candidaturas desses politiqueiros “fichas sujas”.

Mas já que eles, além de “fichas sujas”, ainda desafiam o bom senso do cidadão, é hora de jogar pesado. É hora de campanha para mostrar quem pode ou não ser candidato. Se ele tem o poder da “lei fajuta” que eles fazem, o cidadão tem as redes sociais para fazer campanha. O TSE tem o site onde pode colocar os nomes de todo “ficha suja” e ainda deveria colocar em todos os jornais do País os nomes dos “safardanas” que estão devendo à Justiça Eleitoral a sua prestação de contas e recomendar ao eleitor que não vote neles. Não podemos esquecer que estamos na “época da transparência” e transparência é assim, nome no jornal e o crime do “safardana” ao lado.

Vamos mostrar para esses “bandidos” travestidos de políticos, que o cidadão quer lisura. Chega de banditismo na política e então vamos começar por aí, extraindo esse câncer que é o politiqueiro sem moral e sem ética.     

Um comentário:

Horácio Pio Luccas disse...

E por acaso político é transparente? Enquanto eles puderem esconder os erros da classe, ninguém vai ser punido por ser ficha suja.
Até porque, para punir ficha suja, precisamos de eleição todas as semanas e ainda assim, em todas elas vamos ter candidatos fichas sujas.
Rio de Janeiro