ClandesTur é coisa de maranhense
Gerson Tavares
Claro que essa “empresa de turismo”, só
pelo nome, é coisa clandestina, mas só que ela existe no Maranhão, terra que
pode tudo, desde que a família Sarney deixe. E é assim que os trabalhadores que
precisam ganhar dinheiro estão recorrendo a esses “espertos” donos de “empresa
de turismo” para procurarem trabalho no sudeste. São Paulo e Rio de Janeiro
estão sendo o caminho de ida para a luta, mas na maioria das vezes é no retorno
á sua terra que o maranhense encontra a paz.
Mas como eu ia falando, só na terra onde
tem um Sarney pode acontecer esse tráfico de trabalhadores, aqueles que em seu
torrão natal já não vêm mais esperança de sobrevida e então se aventuram na
procura de um trabalho, embarcando em ônibus que para muitos tem um destino
ignorado e também sem saber qual o trabalho fazer. Muitos foram para São
Paulo para colheita da cana, mas esse trabalho está muito diminuído nos dias de
hoje, porque já é feito quase que só por maquinário e então eles se prestam a
qualquer trabalho para ganhar o sustento da família que ficou lá no interior do
Maranhão, aquele mesmo Maranhão que o José Sarney teima em manter pobre e
analfabeto.
De Coroatá, interior maranhense, o
trabalhador embarca em ônibus velho que as “empresas de turismo” contratam,
para viajar até as cidades do sudeste e do centro-oeste, para trabalharem
principalmente na construção civil. “Minha casa, minha vida” é um desses
projetos que o governo está fazendo e é lá para a cidade de Macaé, no Rio de
Janeiro, que muitos estão embarcando para trabalhar em um desses “bairros
pobres” que o governo faz. Mas enquanto obras sobem, os trabalhadores estão morando
em alojamentos sem nenhuma infraestrutura e com uma alimentação precária, eles
vão tocando a vida enquanto a obra não acaba. Quando chega ao fim aquele
trabalho, se não houver outro de imediato, eles voltam a Coroatá e lá, junto da
família, contam as agruras pelas quais passaram. Se antes, quando o nordestino
migrava para o sul, ele vinha para ficar, hoje ele fica nesse vai e vem sem
parar.
Por isso, logo que aparece outra
oportunidade, lá está ele pronto para embarcar e para sul, lá vai novamente o
forte nordestino na esperança de ficar e chamar a família.
Mas “ClandesTur”, só poderia ter no
Maranhão. Porque onde tem um Sarney, lá está a clandestinidade.
2 comentários:
MAS TEM COISA QUE SÓ ACONTECE POR AQUI. É EFEITO SARNEY, NÃO TENHAM DÚVIDAS.
IMPERATRIZ
Pegou pesado com o sarney, mas a culpa é dele mesmo. Afinal, quem faz a cama, normalmente deita nela.
Depois de tanta sacanegem que ele e a família faz naquele estado, o que pensar do caso?
Mas minha terra não fica atrás em termos de sacanagem.
Alagoas
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