Deputados federais são acusados de desacato

 

As grades deveriam estar 

à frente do Assis Melo

Quando o poder sobe á cabeça, eles se colocam acima do bem e do mal. Por isso, deputados federais são alvos de inquéritos no STF (Supremo Tribunal Federal) por suposta prática de desacato. Autoridades policiais, judiciais e até mesmo outros parlamentares afirmam que já foram desrespeitados por congressistas.

É isso o que mostram os processos que foram divulgados no domingo no projeto “Folha Transparência”, conjunto de iniciativas do jornal “A Folha de São Paulo” para tornar públicos documentos que estão sob controle do Estado.

E lá estão alguns casos que mostram que o abuso de poder é notório. Um deles narra que no dia 29 de setembro de 2009, um policial militar fez um boletim de ocorrência, acusando o hoje deputado federal Assis Melo, do PCdoB-RS, de desacato.

De acordo com o policial, ele foi chamado até uma escola onde uma mulher dizia ter sido agredida por um assessor de Melo, que na época ocupava o cargo de vereador.

O policial disse ter pedido que o político e o assessor dele o acompanhassem até o posto policial, mas teria ouvido como resposta do hoje deputado que "ele (o policial) não era ninguém". Mas no depoimento prestado à Justiça, o policial afirmou que os dois fugiram do local, mas antes o deputado o chamou de "brigadiano de merda" e "morto de fome".

Melo nega. Afirma que, em dois depoimentos anteriores, o policial militar não havia acusado o congressista de tê-lo ofendido e que a mudança nas versões é "inverídica".

Esse é um deputado que o povo elegeu. Diz aí: "A culpa não é do eleitor?".