quinta-feira, 28 de maio de 2015

NEM "MINHA CASA" SERÁ POUPADO

Gerson Tavares
 



Hoje resolvi falar de contingenciamento que deverá ser na casa dos R$ 80 bilhões no Orçamento de 2015, segundo sugestão e ordem do Ministério da Fazenda e que certamente incidirá sobre investimentos e não poupará programas prioritários, obrigando o governo a rever metas.

E assim sendo, uma das principais vitrines das gestões petistas, o projeto “Minha Casa Minha Vida”, também deverá ser atingido pelo congelamento de despesas, que visa o cumprimento da meta de superávit primário. Mas muitos dos quase 50 ministros estão incomodados e até inconformados com a severidade do bloqueio previsto. Eles não querem saber dessa medida de tantos “cortes” e até já estão propondo salvar suas pastas dessa paralisia que se apresenta, mantendo assim as ações essenciais. Claro que não é por atigir as pessoas que precisam e sim, porque eles perderão esse planque que só compram votos.

Quanto a Dilma, ela já não sabe o que fazer e cada vez que teve reuniões com os titulares da junta orçamentária para debater o tamanho do contingenciamento, não tinha como segurar a faxina que precisa ser feita.

Os ministros precisam a todo o momento analisar o peso das modificações promovidas pela Câmara nas medidas provisórias do ajuste fiscal e trabalharão com possíveis cenários para a votação, pelos deputados, da revisão da política de desoneração da folha.

Mas o que mais assusta a Dilma e sua “quadrilha ministerial” é o impacto que poderá derrubar o projeto “Minha Casa, Minha Vida” que será afetado no ritmo de assinaturas de novos contratos previstos na terceira fase do programa, promessa de campanha que Dilma andou até outro dia cantando vitórias no Rio de Janeiro. Então ela precisa garantir a prioridade deste ano que seria preservar os contratos em vigor, só que pelo modo como a coisa vai, não haverá dinheiro suficiente nem para a metade da promessa.

Um "reserva titular" da Esplanada afirmou que "o governo vai cumprir a promessa de manter os programas sociais, mas será necessário revisar metas, que não deverão ser implementadas na intensidade e velocidade do primeiro mandato". Será que essa queda na meta de trabalho não é o mesmo que falar que a promessa não será cumprida?

E como o Levy não perdoa, além do contingenciamento de despesas, o ministro da Fazenda pressiona e ataca com aumentos em taxas de juros de algumas linhas de crédito subsidiadas, como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar.

E já que é para pegar pesado, na área de transportes, a expectativa é de que o pacote de concessões a ser anunciado alivie o impacto dos cortes em construções de novos trechos rodoviários e ferroviários. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e a Valec, responsável pelas ferrovias, terão que dividir R$ 12,461 bilhões para construção, adequação e manutenção de estradas e trilhos, pela previsão orçamentária inicial. Uma fonte da área disse não ser possível prever que projetos serão afetados, mas os gastos de manutenção de vias devem ser mantidos.

Se for só para garantir os 30% dos dividendos, nada mudará, já que nos últimos tempos, obras em estradas só servem para garantir o saldo das contas bancárias dos “quadrilheiros governamentais”.

Então, nada irá mudar e o povo continuará pagando a conta.

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