ELE NÃO PODE É PERDER 

AQUELA “BOQUINHA”

Gerson Tavares 

Como ontem falei do Renan, vamos hoje continuar a falar desse “politiqueiro” de primeira linha. Depois que perdeu o Ministério do Turismo para o PMDB da Câmara, o presidente do Senado vem atuando nos bastidores para manter sua influência sobre o segundo escalão da esfera pública federal. É aquela máxima: “Se não posso pegar na barra de cima, pego todas as de baixo e faço minha a base”.

Um dos principais embates entre o PT e o senador, considerado um desafeto do Planalto, está na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), autarquia reguladora vinculada ao Ministério da Saúde. O ministro da Saúde, Arthur Chioro, tenta emplacar na Anvisa o Jarbas Barbosa, que é secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do ministério. Mas Renan quer indicar para o posto o Fernando Mendes, atual diretor adjunto de Coordenação e Articulação do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. Apesar das movimentações do peemedebista, Barbosa é considerado o favorito para assumir o cargo, mas o seu nome vai precisar ser sabatinado pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado e lá o Renan manda.

O Diário Oficial da União já trouxe a nomeação de Jorge Luiz Macedo Bastos para exercer o cargo de diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), com mandato até 18 de fevereiro de 2018. O cara é  ligado a Renan, mas para o senador, ele não conta pois já estava no comando do órgão, que responde, entre outras atividades, pelos processos de concessões rodoviárias.

E como tudo isso parece mais um “lava mãos”, segundo fontes que acompanham as discussões na Anvisa, com a nomeação de Bastos na ANTT, Renan até poderia ser contemplado com uma diretoria, mas não com a presidência. Só que o cargo para Bastos já vem sendo reivindicado pelo presidente do Senado desde o ano passado, antes do estremecimento com o Planalto. Resta saber se a Dilma tem “peito” para voltar atrás agora.

Eu só sei que enquanto Renan tenta emplacar aliados em cargos estratégicos do governo, o vice-presidente e "atual primeiro ministro” Michel Temer, já iniciou uma série de rodadas de negociação com partidos da base aliada para definir a composição do segundo escalão do governo.

“Quem não tem tu, vai de tu mesmo”.