terça-feira, 10 de dezembro de 2013

O Papa sabe das coisas


Francisco pega pesado

Gerson Tavares









Nunca a mulher foi tão valorizada pela Igreja católica como agora com o argentino Jorge Mario Bergoglio. Depois que ele foi elevado a Papa, depois que ele se transformou no Francisco, logo mostrou que veio para mudar os rumos da Igreja. Agora mesmo ele reforçou que a Igreja precisa ampliar a participação das mulheres, mesmo afirmando que a possibilidade de que elas possam ser ordenadas como padres “não é uma questão que esteja aberta à discussão”. Posicionamento semelhante àquele evidenciado quanto ao aborto. "Não se deve esperar que a Igreja católica mude a sua posição". E eu vou um pouco mais longe quando digo que também acho que o padre não deve casar. E o que me fez mais adepto dessa ideia do “não casamento” dos padres, foi quando vi um fiel de uma igreja evangélica chamar a mulher do pastor, de “pastora”. Não dá para chamar a mulher do padre de “padra”. Rídico, simplesmente “ridículo”. 

Mas voltando ao Francisco, o pontífice reconheceu que a igreja tem feito pouco para acompanhar as mulheres carentes. Foi então que Francisco pediu aos políticos do mundo todo que estejam mais atentos à população, especialmente os mais pobres. Os governos, defende, têm o dever de garantir “trabalho digno, educação e cuidados de saúde". Francisco, você está pedindo demais.

Mas ele não parou por aí e quanto aos ricos, na opinião de Francisco, eles deveriam partilhar as suas fortunas. “Tal como o mandamento ‘Não matarás’ impõe um limite claro para defender o valor da vida humana, hoje também temos de dizer ‘Tu não’ a uma economia de exclusão e desigualdade. Esta economia mata. Exorto-vos a uma solidariedade desinteressada e a um regresso da economia e das finanças a uma ética propícia ao ser humano". Já ouvi alguns ricaços falarem que o Francisco quer levar todos à “bancarrota”. 

E outra ideia defendida pelo papa vem de encontro com as realidades do momento. É a da descentralização da igreja, ressaltando a importância da atuação dos jovens no catolicismo. “Muitas vezes, comportamo-nos como controladores da graça e não como facilitadores. Mas a igreja não é uma alfândega, é a casa paterna onde há lugar para todos”, disse para mostrar que está no caminho da união.

E foi para fechar com "chave de ouro" que ele se preparou: "Prefiro uma Igreja rota, esfarrapada e suja por estar nas ruas atuando a uma Igreja enferma por estar confinada e se agarrando à própria (sensação ilusória de) segurança. Não quero uma Igreja obcecada por estar no centro e que acaba presa em uma rede de obsessões e procedimentos".


Falou o “Velho Chico”.

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