terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Joaquim corre riscos


Pressões contra juiz responsável

por execução de penas














Ao saber que Joaquim Barbosa estava insatisfeito com decisões consideradas benevolentes com os presos, ao tomar conhecimento que o presidente do Supremo Tribunal Federal quer tirar a execução das penas dos condenados por envolvimento no mensalão das mãos do juiz Ademar Silva de Vasconcelos, da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, fiquei matutando como deve ser difícil fazer cumprir-se a lei neste Brasil.

Segundo alguns integrantes do Supremo, Barbosa estaria pressionando o presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), Dácio Vieira, a retirar o processo das mãos do juiz titular da Vara de Execuções Penais, Ademar de Vasconcelos e o processo seria transferido para o juiz substituto Bruno André Silva Ribeiro. Dizem que o Ribeiro é mais rígido que o colega, porque Ribeiro negou pedidos de entrevista do contraventor Carlos Cachoeira quando este esteve preso por suas relações com o jogo ilegal. Mas “bicheiro é bicheiro” e “mensaleiro é politiqueiro”. Mas só por um fato acontecido, já dá para notar que Ribeiro é “carta marcada no baralho” de Barbosa. Quando o ministro expediu os mandados de prisão dos condenados do mensalão, primeira coisa que fez foi telefonar para Ribeiro para avisá-lo.

Ribeiro, que oficialmente estava de férias, retornou ao trabalho após o chamado de Joaquim. O titular estranhou a participação do colega no processo e ouviu dele a explicação de que foi acionado pelo ministro.

Na verdade Barbosa já estava responsabilizando o atual titular da Vara de Execuções Penais pela demora na autorização para que o ex-presidente do PT José Genoino cumprisse pena domiciliar em razão de problemas de saúde. O presidente do STF afirmou que Vasconcelos havia informado que Genoino estava passando bem e que não haveria razão para que fosse hospitalizado. Logo depois mandou outro ofício dizendo exatamente o contrário. Resta saber se ouve alguma interferência neste sentido, interferência esta, que muitas vezes são em forma de anexos.

Só que a entrevista de José Genoino, que foi concedida à revista “IstoÉ” pode ter sido a gota d'água. O jornal “O Estado de São Paulo” levantou no Supremo que foi considerado um deboche o deputado ter concedido aquela entrevista, quando familiares e amigos diziam que ele estava muito fragilizado e pleiteavam a prisão domiciliar por meio de advogados. Já na entrevista, o Genoino fez críticas contundentes ao julgamento do STF, mostrando ali, toda a sua força e raiva, mostrando assim que não estava fragilizado para falar, mas só para conseguir voltar ao “lar doce lar”.

Claro que se Barbosa estaria dali por diante analisando se o preso precisava ter a prisão domiciliar, ao ver aquela entrevista poderia ver ali, um agravante para Genoino ter a sua saída da prisão negada.

Quanto àquela entrevista absurda que Genoino deu, já tem ministro falando em tom irônico que só faltaria agora o juiz Ademar Silva permitir que os demais condenados dessem uma coletiva à imprensa dentro do presídio.

Mas como na avaliação de ministros do tribunal, um dos motivos para que a maioria dos réus tenha mudado de opinião e decidido cumprir a pena em Brasília seria também a boa relação com Silva, além das condições de detenção com melhores acomodações que as de presídios em seus Estados de origem.


Ainda existem aqueles que falam das vantagens que poderão acontecer em Brasília: “os ‘bandidos’ ficarão perto do poder”.

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