segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Mensalão é norma política



Só o povo não recebe nada

Gerson Tavares







O povo continua morrendo nas filas dos hospitais e a preocupação dos governantes é só com a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Enquanto isso, alguém tem que correr atrás das verdades e então promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Núcleo Sorocaba, São Paulo afirmam, em um trecho da denúncia da “Operação Athenas”, que investigou desvios de recursos da saúde em oito cidades de três Estados, que os deputados estaduais Carlos Berreza Jr. e João Caramez, ambos do PSDB, recebiam mesada do esquema. A promotoria estima que pelo menos R$ 7,5 milhões foram desviados por meio da ação de entidades contratadas para gerir os hospitais. A denúncia tem como alvo “safardanas” de várias áreas, como 61 empresários, médicos, administradores e servidores públicos.

Então vamos ver quem são esses “safardanas” que, não só “bolaram”, mas também executaram essa “sacanagem”.

Eleito em 2010 para o primeiro mandato na Assembleia Legislativa, Bezerra é líder da bancada do PSDB. Antes disso, o tucano foi vereador na Câmara Municipal da capital, entre 2001 e 2010, período em que teria recebido valores do grupo sob investigação. Já o João Caramez, que foi chefe da Casa Civil entre 2000 e 2002, nos governos de Mário Covas e Geraldo Alckmin, está exercendo o seu quarto mandato consecutivo no Legislativo paulista.

Como sempre, bandido graduado é outra coisa e assim sendo, Bezerra e Caramez não estão entre os denunciados porque detêm foro privilegiado no âmbito criminal. Eles são julgados diretamente pelo Tribunal de Justiça, embora isso não garanta coisa alguma, já que no TJ muita coisa possa ser negociada. E para piorar a coisa, eles só podem ser investigados pela Procuradoria-Geral do Estado.

Mas desta vez parece que os “safardanas” se deram mal, já que os nomes dos dois “paralamentares” são mencionados na acusação, que preenche 475 páginas. E ali também estão muito bem descritos os passos do empresário Fábio Berti Carone, apontado como controlador de duas entidades privadas de saúde, o Sistema de Assistência Social e Saúde (SAS) e Instituto SAS (ISAS), que teriam desviado valores destinados a hospitais.

Os promotores estudaram muito bem tudo o que fizeram esses “quadrilheiros” e dão aqui algumas dicas daquilo que eles faziam: "Em São Paulo, o então vereador Carlos Bezerra Júnior e o deputado estadual João Caramez participavam do rateio dos valores desviados pelo ISAS". Tudo isso está assinalado pelos promotores, nas páginas 262 e 263 da denúncia, referindo-se a fraudes no Hospital Regional de Itapetininga, São Paulo. E completam: "Cada um recebia, mensalmente, em torno de R$ 5 mil do total desviado das unidades daquele município".

Mas a “merda” não para por aí e o Carone também custeou, com recursos desviados da área da saúde, o jantar em comemoração ao aniversário do deputado João Caramez. E já que era hora de investigar, o Ministério Público apreendeu R$ 1 milhão em dinheiro vivo na casa do empresário. Os promotores sustentam que ele pagava propinas a servidores públicos e bancava campanhas eleitorais de políticos de cidades como Itapetininga, São Miguel Arcanjo, Vargem Grande e Americana.

Sobre o líder tucano na Assembleia, os promotores assinalam: "Já Bezerra Júnior, além de receber parte dos recursos desviados, ainda encaminhava pessoas para serem contratadas pelo SAS/ISAS". Além de não poder atender por falta de dinheiro, eles ainda inchavam mais a folha de pagamento.

A “Operação Athenas” interceptou e-mail de 13 de março de 2009, às 17h27, enviado por funcionária do gabinete de Bezerra na Câmara Municipal para Carone. "Fábio, a pedido do vereador solicito atenção especial ao currículo da sra. Vânia Aparecida dos Santos. Atenciosamente, Andrezza Barone." A mensagem está na página 31 de laudo do Setor Técnico Científico do Centro de Acompanhamento e Execuções (Caex) do Ministério Público.

Na página 34, uma mulher identificada como Silvia envia e-mail, em 13 de julho de 2009, às 18h25, para o empresário sobre prestação de contas do jantar de aniversário de Caramez. Entre os itens há um bolo de 10 kg de R$ 490, além de 150 calendários fixos de brinde, despesas com fotógrafo (R$ 200), flores e velas (R$ 500) e o custo do bufê (R$ 13.439,80). O total de gastos foi de R$ 15.461,10.

Para os promotores, as entidades SAS e ISAS "se confundem e devem ser qualificadas como uma só organização criminosa". Os 61 denunciados são acusados de fraude em licitações, corrupção, peculato e lavagem de dinheiro. A quadrilha tinha como único objetivo direcionar ilicitamente contratos públicos ao SAS e ao ISAS para, posteriormente, desviar os recursos destinados à execução destes contratos. O direcionamento dos contratos se dava mediante cooptação de agentes públicos ocupantes de altos cargos, os quais passavam a integrar a quadrilha em troca do recebimento de vultosas propinas mensais.

A Prefeitura de Itapetininga informou que vai "tomar medidas judiciais cabíveis no que tange a ressarcimento ao erário".

Mas por que só agora? Será que o prefeito não sabia? Será que a atitude de agora, de tomar providências para o ressarcimento não é porque a sua parte já não está chegando a sua conta bancária?

Mas hoje eu termino meu ano de “broncas”. Amanhã só estarei aqui para desejar um FELIZ NATAL e dia 31 para desejar um ANO NOVO próspero para todos que passaram o ano de 2013 na esperança de melhores dias. Se isto será possível, só o Ser Maior é sabedor, mas se depender desses “seres nanicos” que nos governam, aí a esperança será a “primeira a morrer”.


Desculpem, mas por aqui, não dá para acreditar em ninguém.

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