segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Futebol não é o assunto


“Avacalharam” a Justiça 


desportiva

Gerson Tavares











Normalmente eu não falo de futebol neste espaço, mas quando ele sai das “quatro linhas” e vai para o “tapetão”, então é hora de olhar o que está acontecendo. E foi por dar uma olhada neste momento de “vergonha esportiva” que eu resolvi dar o meu “pitaco”. Por tanto, o assunto não é futebol e sim, desmoralização das leis.

Claro que tudo que posso fazer, são perguntas àqueles que têm a Justiça Desportiva nas mãos. Quando aconteceu aquele vandalismo nas arquibancadas da Arena Joinville, todos viram que ouve desrespeito dos donos do evento para com os “verdadeiros” torcedores que estavam lá no estádio e ainda com aqueles que pelo Brasil estavam ligados pela televisão.

Mas claro que esta não foi à primeira briga nem será a última que irá acontecer nos estádios, mas o que mais chamou a atenção de todos foi exatamente como aconteceu o fato. O Atlético do Paraná, que já estava sendo punido naquela partida e por esta razão teve que levar seu jogo lá para Joinville. Isso tudo acontecendo porque a sua torcida já havia tentado matar a torcida adversária lá no Paraná. Então, a punição do Atlético paranaense estava sendo também imposta ao Vasco da Gama, seu adversário naquela ocasião, que teve que se deslocar para Joinville e encarar aquele “malfadado jogo”.

A torcida do Vasco estava em seu canto e a torcida paranaense, que já havia tentado massacrar alguns torcedores que estavam nas ruas com camisa do Vasco, entrou no estádio já preparada para matar. Tanto que, pelo menos um dos torcedores do Atlético levou um pedaço de caibro ‘cravejado’ com vários pregos, só para bater em quem estivesse à sua frente. Pois foi esta a torcida que invadiu o local reservado aos torcedores do Vasco e desceu a “porrada”.

Verdadeira carnificina daí para à frente com a reação de alguns torcedores do Vasco da Gama e foi então o jogo foi paralisado. Os jogadores espantados pediam para que eles parassem com aquele “massacre” e uma grande parte da torcida vascaína permanecia acuada e assim foi até que, depois de 72 minutos de interrupção, o “tresloucado juiz” resolveu que o jogo iria continuar.

Isso, lógico, depois de muitas ligações telefônicas do delegado do jogo, que a todo o momento recebia ligações e dizem alguns, da emissora que estava transmitindo o jogo e que no fundo, é a dona do campeonato.

Lembrou muito aquele Vasco e São Caetano de 2000, quando caiu o alambrado que não suportou a “onda” que muitos “vândalos torcedores” fizeram, descendo as arquibancadas levando de roldão uma massa de torcedores que foram a São Januário para ver o jogo. O juiz parou o jogo e depois de algum tempo o juiz iria reiniciar a partida, já que a TV Globo, que já naquela época era a dona do campeonato, precisava do jogo e não poderia atrapalhar a sua grade de programação. E mesmo com aquele clima de “velório” sem mortos, o jogo iria continuar, mas o Estado tinha um governador e este, resolveu intervir para moralizar e em respeito aos 117 feridos, Anthony Garotinho tomou a decisão de interromper a partida. Fico muito à vontade para falar daquele fato, pois não sou simpático ao Garotinho, mas que naquele momento, mostrou não só a CBF como à TV Globo que alguém está acima de todos os absurdos que aqueles “tresloucados” queriam fazer. O helicóptero do Governo Estadual desceu no gramado de São Januário e o jogo foi suspenso.

 Mas lá em Santa Catarina pelo que deu para notar não existe nem governo e muito menos Policia Militar. A segurança do estádio estava nas mãos de meia dúzia de “leões de chácara”, mas que mais pareciam, “gatinhos de madame”. A “porrada” comendo e eles se escondendo para não apanhar. Claro que a diretoria do Vasco também teve culpa, pois não deveria ter colocado em campo a sua equipe enquanto não houvesse segurança, mas também, o que poderia acontecer com os vascaínos que estavam nas arquibancadas se não “rolasse a bola em campo”?

Agora vamos a algumas perguntas e vamos ver se alguém do Atlético do Paraná, se os responsáveis pela Arena Joinville, se a Federação de Futebol do Paraná e a Federação de Futebol de Santa Catarina, ou ainda a CBF e por último a TV Globo, esta como a “mandona” do evento, poderão responder.

Por que o Atlético paranaense não vendeu ingressos para idosos, mulheres e crianças? Será que já estava tudo armado para a “porrada” comer? Por que a Policia Militar de Santa Catarina não estava escalada para o jogo? Por que o delegado do jogo deixou o jogo começar sem policiamento? Por que o árbitro começou o jogo sem o policiamento? Estas são algumas das perguntas que até agora ninguém respondeu. Dizem que o Ministério Púbico de Santa Catarina não permitiu que a Polícia Militar trabalhasse em jogo que não era de nenhum clube do Estado, mas será que existe alguém nesse Ministério Público do Estado que assuma esta culpa?

Então o Vasco da Gama foi para campo jogar a “partida do capeta”. Mas aqui eu deixo mais algumas perguntas. Se você estivesse em campo para jogar aquela partida e soubesse que seus parentes e amigos estavam naquele estádio, aliás, neste caso, literalmente uma “arena”, você teria condição de jogar futebol? Se você responder que sim, realmente você quer mais que sua família morra. E foi neste estado de nervos jogaram, perderam e ainda passaram maus momentos para voltar ao Rio de Janeiro.

O árbitro Ricardo Marques Ribeiro colocou na súmula da partida, que não viu qual das torcidas iniciou a violenta briga que “quase impediu” a realização do jogo. Só esqueceu de escrever quem “o mandou recomeçar o jogo”, mesmo depois de ultrapassados os 60 minutos previstos na regra.

Foi então que o Vasco da Gama resolveu entrar na Justiça Desportiva, como manda a lei. A advogada representante do Vasco, Luciana Lopes, entrou com recurso no STJD pedindo a impugnação da partida contra o Atlético-PR usando como base não só no tempo excessivo de paralisação, mas também pela falta de segurança no estádio. E foi a falta de segurança a causa dos quase assassinatos que poderiam ter acontecido naquela “arena dos tempos de Nero”.

Então todos esperavam um julgamento que poderia ou não aceitar a posição do Vasco, mas a surpresa estava por vir. Na quinta-feira o presidente do STJD, Flávio Zveiter, resolveu que ele é o “ditador” na Corte desportiva. Então resolveu que não iria dar direito a julgamento do pedido do Vasco da Gama e sim, que na sexta-feira ao sua “entidade” iria decidir o que o Vasco teria que sofrer. Zveiter passou sobre a lei e ainda tirou onda.

A sexta-feira chegou e com ela vieram as punições. Perda de mandos de campo: o Atlético do Paraná perde o mando de campo em doze jogos, sendo que seis com portões fechados. Já o Vasco perde o mando de campo em oito jogos, sendo quatro de portões fechados. Multas, para o Atlético paranaense R$ 140.000 e Vasco, R$ 80,000.

Só esquece o STJD que ele não está punindo só os dois clubes e sim, todos aqueles que irão jogar contra eles, já que todos os torcedores dos outros clubes ficarão 10 jogos sem assistir seus clubes naqueles jogos.

Então vamos aos “outros culpados”. As federações, tanto a paranaense quanto a catarinense, foram absolvidas de qualquer culpa e para completar o árbitro da partida, marquem bem o seu nome, Ricardo Marques Ribeiro, também foi absolvido, até porque ele nada viu. E para piorar, a CBF nem foi falada e também a TV Globo, que como “dona” dos campeonatos, ela muda horário de jogos e ainda não permite que jogos, mesmo com “vandalismo” nas arquibancadas, sejam interrompidos. Por tanto, a CBF e a TV Globo são tão culpadas ou mais que os outros “assassinos” do esporte bretão. E assim foi mostrado ao povo que esses aprenderam em todas as linhas uma atitude muito em moda no governo brasileiro, “nada vi, nada ouvi, nada sei”.

Acho que é hora de se rever tudo que é feito pela CBF e aproveitar para ver também o que está acontecendo neste STJD.


Tenho dito.   

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