“Avacalharam”
a Justiça
desportiva
Gerson
Tavares
Normalmente
eu não falo de futebol neste espaço, mas quando ele sai das “quatro linhas” e
vai para o “tapetão”, então é hora de olhar o que está acontecendo. E foi por
dar uma olhada neste momento de “vergonha esportiva” que eu resolvi dar o meu
“pitaco”. Por tanto, o assunto não é futebol e sim, desmoralização das leis.
Claro
que tudo que posso fazer, são perguntas àqueles que têm a Justiça Desportiva
nas mãos. Quando aconteceu aquele vandalismo nas arquibancadas da Arena
Joinville, todos viram que ouve desrespeito dos donos do evento para com os
“verdadeiros” torcedores que estavam lá no estádio e ainda com aqueles que pelo
Brasil estavam ligados pela televisão.
Mas
claro que esta não foi à primeira briga nem será a última que irá acontecer nos
estádios, mas o que mais chamou a atenção de todos foi exatamente como
aconteceu o fato. O Atlético do Paraná, que já estava sendo punido naquela
partida e por esta razão teve que levar seu jogo lá para Joinville. Isso tudo
acontecendo porque a sua torcida já havia tentado matar a torcida adversária lá
no Paraná. Então, a punição do Atlético paranaense estava sendo também imposta
ao Vasco da Gama, seu adversário naquela ocasião, que teve que se deslocar para
Joinville e encarar aquele “malfadado jogo”.
A
torcida do Vasco estava em seu canto e a torcida paranaense, que já havia
tentado massacrar alguns torcedores que estavam nas ruas com camisa do Vasco,
entrou no estádio já preparada para matar. Tanto que, pelo menos um dos
torcedores do Atlético levou um pedaço de caibro ‘cravejado’ com vários pregos,
só para bater em quem estivesse à sua frente. Pois foi esta a torcida que invadiu
o local reservado aos torcedores do Vasco e desceu a “porrada”.
Verdadeira
carnificina daí para à frente com a reação de alguns torcedores do Vasco da
Gama e foi então o jogo foi paralisado. Os jogadores espantados pediam para que
eles parassem com aquele “massacre” e uma grande parte da torcida vascaína
permanecia acuada e assim foi até que, depois de 72 minutos de interrupção, o “tresloucado
juiz” resolveu que o jogo iria continuar.
Isso,
lógico, depois de muitas ligações telefônicas do delegado do jogo, que a todo o
momento recebia ligações e dizem alguns, da emissora que estava transmitindo o
jogo e que no fundo, é a dona do campeonato.
Lembrou
muito aquele Vasco e São Caetano de 2000, quando caiu o alambrado que não
suportou a “onda” que muitos “vândalos torcedores” fizeram, descendo as
arquibancadas levando de roldão uma massa de torcedores que foram a São
Januário para ver o jogo. O juiz parou o jogo e depois de algum tempo o juiz
iria reiniciar a partida, já que a TV Globo, que já naquela época era a dona do
campeonato, precisava do jogo e não poderia atrapalhar a sua grade de
programação. E mesmo com aquele clima de “velório” sem mortos, o jogo iria
continuar, mas o Estado tinha um governador e este, resolveu intervir para
moralizar e em respeito aos 117 feridos, Anthony Garotinho tomou a decisão de
interromper a partida. Fico muito à vontade para falar daquele fato, pois não
sou simpático ao Garotinho, mas que naquele momento, mostrou não só a CBF como
à TV Globo que alguém está acima de todos os absurdos que aqueles “tresloucados”
queriam fazer. O helicóptero do Governo Estadual desceu no gramado de São Januário
e o jogo foi suspenso.
Mas lá em Santa Catarina pelo que deu para
notar não existe nem governo e muito menos Policia Militar. A segurança do
estádio estava nas mãos de meia dúzia de “leões de chácara”, mas que mais
pareciam, “gatinhos de madame”. A “porrada” comendo e eles se escondendo para
não apanhar. Claro que a diretoria do Vasco também teve culpa, pois não deveria
ter colocado em campo a sua equipe enquanto não houvesse segurança, mas também,
o que poderia acontecer com os vascaínos que estavam nas arquibancadas se não
“rolasse a bola em campo”?
Agora
vamos a algumas perguntas e vamos ver se alguém do Atlético do Paraná, se os
responsáveis pela Arena Joinville, se a Federação de Futebol do Paraná e a
Federação de Futebol de Santa Catarina, ou ainda a CBF e por último a TV Globo,
esta como a “mandona” do evento, poderão responder.
Por
que o Atlético paranaense não vendeu ingressos para idosos, mulheres e
crianças? Será que já estava tudo armado para a “porrada” comer? Por que a
Policia Militar de Santa Catarina não estava escalada para o jogo? Por que o
delegado do jogo deixou o jogo começar sem policiamento? Por que o árbitro
começou o jogo sem o policiamento? Estas são algumas das perguntas que até
agora ninguém respondeu. Dizem que o Ministério Púbico de Santa Catarina não
permitiu que a Polícia Militar trabalhasse em jogo que não era de nenhum clube
do Estado, mas será que existe alguém nesse Ministério Público do Estado que
assuma esta culpa?
Então
o Vasco da Gama foi para campo jogar a “partida do capeta”. Mas aqui eu deixo
mais algumas perguntas. Se você estivesse em campo para jogar aquela partida e
soubesse que seus parentes e amigos estavam naquele estádio, aliás, neste caso,
literalmente uma “arena”, você teria condição de jogar futebol? Se você responder
que sim, realmente você quer mais que sua família morra. E foi neste estado de
nervos jogaram, perderam e ainda passaram maus momentos para voltar ao Rio de
Janeiro.
O
árbitro Ricardo Marques Ribeiro colocou na súmula da partida, que não viu qual
das torcidas iniciou a violenta briga que “quase impediu” a realização do jogo.
Só esqueceu de escrever quem “o mandou recomeçar o jogo”, mesmo depois de
ultrapassados os 60 minutos previstos na regra.
Foi
então que o Vasco da Gama resolveu entrar na Justiça Desportiva, como manda a
lei. A advogada representante do Vasco, Luciana Lopes, entrou com recurso no
STJD pedindo a impugnação da partida contra o Atlético-PR usando como base não
só no tempo excessivo de paralisação, mas também pela falta de segurança no
estádio. E foi a falta de segurança a causa dos quase assassinatos que poderiam
ter acontecido naquela “arena dos tempos de Nero”.
Então
todos esperavam um julgamento que poderia ou não aceitar a posição do Vasco,
mas a surpresa estava por vir. Na quinta-feira o presidente do STJD, Flávio
Zveiter, resolveu que ele é o “ditador” na Corte desportiva. Então resolveu que
não iria dar direito a julgamento do pedido do Vasco da Gama e sim, que na
sexta-feira ao sua “entidade” iria decidir o que o Vasco teria que sofrer. Zveiter
passou sobre a lei e ainda tirou onda.
A
sexta-feira chegou e com ela vieram as punições. Perda de mandos de campo: o
Atlético do Paraná perde o mando de campo em doze jogos, sendo que seis com
portões fechados. Já o Vasco perde o mando de campo em oito jogos, sendo quatro
de portões fechados. Multas, para o Atlético paranaense R$ 140.000 e Vasco, R$
80,000.
Só esquece o STJD que ele não está punindo só os dois clubes e sim, todos
aqueles que irão jogar contra eles, já que todos os torcedores dos outros
clubes ficarão 10 jogos sem assistir seus clubes naqueles jogos.
Então
vamos aos “outros culpados”. As federações, tanto a paranaense quanto a
catarinense, foram absolvidas de qualquer culpa e para completar o árbitro da
partida, marquem bem o seu nome, Ricardo Marques Ribeiro, também foi absolvido,
até porque ele nada viu. E para piorar, a CBF nem foi falada e também a TV
Globo, que como “dona” dos campeonatos, ela muda horário de jogos e ainda não
permite que jogos, mesmo com “vandalismo” nas arquibancadas, sejam interrompidos.
Por tanto, a CBF e a TV Globo são tão culpadas ou mais que os outros “assassinos”
do esporte bretão. E assim foi mostrado ao povo que esses aprenderam em todas
as linhas uma atitude muito em moda no governo brasileiro, “nada vi, nada ouvi,
nada sei”.
Acho
que é hora de se rever tudo que é feito pela CBF e aproveitar para ver também o
que está acontecendo neste STJD.
Tenho
dito.
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