Lula, um mensaleiro juramentado

Gerson Tavares

 

Alguns dias depois de Nelson Jobim receber em seu habitat, o Luiz Inácio e o Gilmar Mendes para uma reunião e pelo que dizem, foi  solicitada pelo ex-presidente. Gilmar resolveu ficar de bem com a consciência. 

Foi apenas uma reunião de amigos, muitos poderão falar, mas pelo que repercutiu o fato, amigos que estão em campos meio que opostos em relação ao procedimento, sendo que um deles precisando de um grande favor e achando que tinha a moeda de troca. Então, pensando que todos precisam de ajuda, Luiz Inácio não perdeu tempo e se sentindo no “olho do furacão”, não pensou duas vezes antes de fazer uma “proposta indecente”.

Como sempre, quando tudo começa tremer à sua volta, Inácio sabe que chegou a hora de acordos, até porque, precisa esconder suas “maracutaias”, que, diga-se de passagem, não são poucas. Nos oito anos como presidente ele teve o seu nome blindado e agora nesses dezessete meses da Dilma, até aqui ainda consegue esconder debaixo do tapete todas as suas trapaças.

Mas Lula sabe que o “caso Cachoeira” pode levar por terra toda a sua montagem de “acertos” para o julgamento do “mensalão” que está por acontecer. E foi aí que veio a grande ideia de puxar para o seu lado o ministro do Supremo, Gilmar Mendes, pensando que o ministro também estava preocupado com que o seu nome pudesse ser usado por Cachoeira. foi então que Lula, mostrando que não tem medo de nada, pediu para o Nelson Jobim, seu grande aliado, ser o mediador do encontro com quem pode dar uma força lá no STF para que o mensalão “vá para o vinagre”.

E assim aconteceu a reunião dos três ex, um da presidência da República e dois do STF, e sigilosamente conversaram de como conciliar as coisas. Achando que o Gilmar Mendes estava enrolado com viagem com os “bandidos”, Lula se ofereceu para acertar com a turma que comanda a CPI. Segundo Gilmar Mendes, o ex-presidente afirmou ter o controle político da CPI do Cachoeira e assim sendo, nada aconteceria com o ministro.

Mas em troca desse “pequeno favor” o ministro deveria fazer o favor de atrasar o julgamento do mensalão. Isso quer dizer que Lula ofereceu blindagem nas investigações do Congresso, em troca de um golpe sujo no STF. É, pelo visto, estou achando que tem muita água descendo dessa cachoeira. Mas o Gilmar resolveu mostrar que não dependeu de “carona” do “bandido Cachoeira” e apresentou todos os recibos das passagens que foram pagas, parte pelo Tribunal e parte por ele.

O Gilmar então resolveu contar para a “Veja” sobre a reunião e então o Lula ficou sem pai nem mãe nessa tentativa de mais um golpe na “Verdade Brasileira”. Gilmar abriu o jogo e contou que o ex-presidente Luis Inácio fez chantagem na certeza que assim poderia ter suas pretensões de adiar o julgamento do mensalão, garantidas e juramentadas.

Que o Nelson Jobim é “parceirão” do Luiz Inácio ninguém tem a menor dúvida. É só lembrar que foi o Jobim, que como ministro da Dilma nomeou para sua assessoria no Ministério da Defesa, o José Genoino, um dos relacionados como “mensaleiro”.

Mas isso já passou e como ouve a denúncia, a hora agora é de tentar moralizar o assunto. Chegou a hora dos ministros do Supremo Tribunal Federal mostrarem que não se corrompem, seja a proposta feita por “João das couves” ou por “Luiz do calango”. Vamos tratar os “mensaleiros” como réus que são, melhor ainda, como bandidos que são. E não é pelo fato de serem aliados do Lula que merecem benesses.

É hora de moralizar e por tanto, vamos colocar os pingos nos “is” e se possível for, colocar na cadeia todos os bandidos dessa quadrilha formada por Lula, o filho da... Bem, deixa pra lá.