É “para lametar”

Gerson Tavares

 

Desculpem-me esse trocadilho absurdo, mas o absurdo maior está lá no Congresso Nacional, quando três parlamentares são pegos com a “boca na botija” e fingem que não estão nem ali.

Estou falando principalmente de um dos titulares da CPI do “Caso Cachoeira”, o deputado do PR de Alagoas, Maurício Quintella Lessa, que mesmo sendo flagrado na cidade de Paris, em um almoço com o Fernando Cavendish, quase que na véspera do empresário ser ou não convocado para ir à CPI e diz que não sabe de nada.

É bom lembrar que esse deputado já tem antecedentes com “salafrário”, porque foi ele que indicou Fernando Fortes para assumir como superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura do Transporte, o tão mal falado Dnit, lá em Alagoas.

Não podemos esquecer que a Delta, a empresa que “pertence” ou tem como “laranja” o Fernando Cavendish, tem quatro contratos irregulares no Dnit alagoano em obras de rodovias, em um valor que chega à casa dos R$ 68 milhões e diga-se de passagem, que para um Estado, do tamanho de Alagoas, é uma grana de respeito.         

Mas o Mauricio disse que só indicou o Fernando para o cargo e naturalmente esses contratos foram fechados com licitação feita em Brasília. Desse modo, Mauricio mandou procurar o culpado no Ministério dos Transportes ou até mesmo no Palácio do Planalto.

Mas o cara é sínico demais e disse que no encontro para o almoço em Paris, com o Fernando Cavendish, ele só apertou a mão do Cavendish e mais nada. Pois eu digo que é aí que mora o perigo, já que é nesse aperto de mão que um cheque pode muito bem ser passado de mão para mão e o dinheiro acaba migrando para outra conta.

Quer saber? Pelo sim pelo não, prende o Mauricio Quintella. Garanto que até quem mandar prender poderá não vai saber o porque, mas o Mauricio, este sim, estará sabendo o porquê estará sendo preso.