segunda-feira, 27 de dezembro de 2010


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Despedida de Lula





Gerson Tavares

“Saio do governo para viver a vida das ruas”. Eu não sei, mas eu tenho quase a certeza que já ouvi muitas vezes uma frase muito parecida com esta. E foi assim que falou Lula em despedida pela televisão na noite de quinta-feira. E como a sua função de cabo eleitoral da Dilma Rousseff não acabou na véspera das eleições, ele soltou outra pérola: “Peço a todos que apóiem a nova presidenta”.

E aí o Lula começou a fazer o balanço de seu governo e lógico, mostrando o lado positivo das coisas que foram feitas e assim mostrando ao povo uma razão para “acreditar no futuro”.

E em seu último pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV, Lula destacou o que considera conquistas de seu governo e pediu apoio para sua sucessora. Quanto a ele, Lula disse que vai para as “ruas”. E foi aí que baixou o Getúlio Vargas no “cara”: “Saio do governo para viver a vida das ruas. Homem do povo, que sempre fui, serei mais povo do que nunca, sem renegar o meu destino e jamais fugir à luta. Não me perguntem sobre o meu futuro, porque vocês já me deram um grande presente. Perguntem, sim, pelo futuro do Brasil, e acreditem nele”. E Mas Lula esqueceu de dizer que não renega o seu passado e tratou de omitir a maior parte das coisas que fez, porque essas, pelos seus erros têm que ser omitidas.

“É profundamente simbólico que a faixa presidencial passe das mãos do primeiro operário presidente para as mãos da primeira mulher presidenta. Será um marco no belo caminho que nosso povo vem construindo para fazer do Brasil, se Deus quiser, um dos países mais igualitários do mundo”.

Mas para muitos, inclusive para mim, realmente será simbólico o fato da passagem de mãos da faixa presidencial. Sabemos que a faixa muda de mão, mas a batuta continuará nas mãos do Lula. Ele, quando escolheu uma mulher para ser a presidente, escolheu a dedo. Na escolha, o que mais pesou, foi ter a certeza que ela nunca daria opinião sem o seu aval, ela nunca faria alguma coisa que não fosse por ele ordenada.

Mas o Lula continuou: “Se governei bem, foi porque, antes de me sentir presidente, me senti sempre um brasileiro comum que tinha que superar as suas dores, vencer os preconceitos e não fracassar. Se governei bem, foi porque, antes de me sentir um chefe de estado, me senti sempre um chefe de família que sabia das dificuldades dos seus irmãos para colocar comida na mesa, para dar escola para seus filhos, para chegar em casa todas as noites a salvo dos perigos e da violência. Se governamos bem, foi, principalmente, porque conseguimos nos livrar da maldição elitista que fazia com que os dirigentes políticos deste grande país governassem apenas para um terço da população e se esquecessem da maioria do seu povo”. Mas Lula se esqueceu de dizer que se governou bem foi porque seguiu a cartinha deixada por Itamar Franco e Fernando Henrique. O que seria de Lula sem ao menos o “Plano Real” para garantir oito anos quase sem inflação. Aliás, esse “quase sem inflação”, poderia se transformar em “sem inflação” se governasse só por quatro anos, já que o “quase” veio exatamente depois da reeleição.

Falou ainda muito mais, mas realmente o que mais chamou a atenção foi a sua facilidade em “colar”. Durante todos os dez minutos do blábláblá, ele “chupou” frases da “carta-testamento” de Getúlio Vargas e da “carta-renúncia” de Janio Quadros.

E foi aí que o meu amigo “Zé Doidão”, presidente e compositor da Escola de Samba “Desunidos do Lote XV” falou: “Caramba! Se o Lula ouvisse o samba que fiz para o enredo de 2011, meu samba também entraria na dança. Lula é um perigo para qualquer autor e o pior, 'rouba' e não pede nem licença".

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