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O poeta escorregou no verso

Gerson Tavares

Depois de ver tudo que o chefe da “quadrilha” falou sobre o ataque que os seus comandados fizeram contra a passeata do candidato do PSDB, José Serra, no bairro de Campo Grande, Zona Oeste do Rio de Janeiro, quando “vandalos”, para não dizer coisa pior, atacaram de cabos de bandeirolas da Dilma, de galhardetes da Dilma, socos e pontapés e ainda não satisfeitos jogaram objetos para cima das pessoas que alí estavam em campanha e até mesmo para cima daqueles que alí estavam trabalhando, cobrindo a passeata para emissoras de TV e neste caso estava a repórter da TV Globo, Mariana Grossi, que levou uma pedrada na cabeça e também foi atendida com um corte, sendo liberada em seguida.

Mas Lula do alto da “sua verdade” disse que tudo não passou de mais um factóide. Para os petistas, tudo não passou de armação. Como o Lula acha que todas as pessoas são como ele, que inventam acidentes, chegando mesmo a se mutilar para levar vantagem, chegou a criticar o médico que atendeu José Serra. Mas a resposta do doutor Jacob Kligerman, que disse estar indignado com as declarações do Lula, foi imediata: “Jamais faria parte de uma farsa”.

Mas Lula pensa que todos são da mesma laia. Não Lula, ainda existe gente honesta, alás coisa que você deve desconhecer. Mas lembre-se que nem só de PT, PMDB e outros menos votados, vive o Brasil. Gente honesta, embora você não saiba o que quer dizer, é gente que respeita a cidadânia.

Mas como sempre existem os que enganam, mas como é certo, enganam por algum tempo e um dia deixam a mascara cair e não estou falando de Luiz Inácio da Silva, até porque este nunca me enganou, desde seu pouco tempo de metalurgico, mas, não só a mim, mas à muita gente, Chico Buarque de Holanda enganou.

E pensar que um dia ele escreveu que “Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago... Dançou e gargalhou como se ouvisse música... E tropeçou no céu como se fosse um bêbado”. Poesia pura que saiu de um peito puro, mas que agora, pensando o modo como foi dita, mais parece um tributo ao Lula.

E pensar que um dia ele “Flutuou no ar como se fosse um pássaro... E se acabou no chão feito um pacote flácido... Agonizou no meio do passeio público” e ainda “Morreu na contramão atrapalhando o tráfego”. Pois hoje, Chico, você agoniza com essa declaração de amor a um governo de “ladrões”.

E pensar que um dia ele falou que “Aqui na terra estão jogando futebol... Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll... Uns dias chove, noutros dias bate sol... Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta... Muita mutreta pra levar a situação... Que a gente vai levando de teimoso e de pirraça ... E a gente vai tomando e também sem a cachaça... Ninguém segura esse rojão”. E mais uma vez Chico reverenciava o “chefe da quadrilha” quando começava a divisar o futuro do país e a cada dia as pessoas se alinhavam mais aos seus pensamentos.

Este poeta que encantou tanta gente nos festivais também escreveu que “A minha gente sofrida, Despediu-se da dor, Pra ver a banda passar Cantando coisas de amor”. Ele lembrou que “O homem sério que contava dinheiro parou, O faroleiro que contava vantagem parou...”. Parecia que ele já estava vendo o futuro, quando o dinheiro iria parar na cueca de algum faroleiro parceiro do tomador de cachaça.

Depois Chico prevendo ainda mais o futuro, cantou: “Falou, tá falado, Não tem discussão, não. A minha gente hoje anda falando de lado e olhando pro chão”. Tudo porque Chico já antevia o cidadão de bem sem coragem de encarar tanta pouca vergonha e abaixando seu olhar tentava esquecer que o Brasil estaria sem governo num futuro muito triste.

E foi ele mesmo que disse que “Você que inventou esse Estado, inventou de inventar toda escuridão. Você que inventou o pecado esqueceu-se de inventar o perdão”. Mas do que adianta tudo isso se você Chico, me fala: “Na casa de espelhos, espalho os meus rostos e finjo que finjo que finjo que não sei”. E assim como você Chico, Lula e toda essa “quadrilha petista” que aí está, também finge que não sabe.

Mas agora quem aproveita suas palavras sou eu e grito para todos escutarem: “Apesar de você, amanhã há de ser outro dia”.