terça-feira, 14 de outubro de 2014

Voto nulo é um assunto muito polêmico, mas sempre atual.


VOLTANDO AO VOTO NULO

Gerson Tavares
 





Se existe uma coisa que não posso engolir é essa estória que o voto nulo é o mesmo que voto em branco. Voto em branco é não escolher por omissão, já votar nulo é escolher aquele que, se candidato, seria o único merecedor do seu voto.

Mas aqueles que fazem as leis são os mesmos que precisam dos votos e como só tem “safardana” entre os eleitos, são esses “safardanas” que fazem as leis. Então falei do passado, quando o voto que era de papel, com nome do candidato e do partido, e ia para uma urna de lona, aliás, como é ainda pelo mundo. Naquela época os votos nulos eram “recados” aos maus políticos e assim, ao final das apurações todos tomavam conhecimento dos “bilhetinhos” que eram endereçados aos TREs. Tivemos grandes nomes que foram eleitos mesmo sem serem candidatos. Claro que não foram empossados, mas o “rinoceronte Cacareco” e o “macaco Tião” ficaram famosos por serem considerados pela maioria dos eleitores como os únicos que mereciam respeito e os votos.

Mas como fazer para que na apuração as coisas acontecessem sem que os “politiqueiros” fossem tão “avacalhados”? O TSE dava garantias para que a imprensa tomasse conhecimento daqueles votos em tom de “protestos” e isso era ruim para aqueles “safardanas” e assim tinham que armar uma “ursada” para mudar a situação. Como tudo que é para atrapalhar o povo e lesar o eleitor, começa lá por cima, que neste caso, são os governantes.

Foi então que alguém resolveu que “deveriam inventar” um novo modo de votação e daí veio a urna eletrônica. Uma modernidade que, pelo que dá para notar, só serve para o Brasil, já que muitos Países se negaram a usar a tal traquitana.

Para uma coisa tenho certeza que ela serviu, já que com a implantação da “urna eletrônica”, o “voto nulo” virou “voto em branco” e assim sendo nunca mais teremos condição de anular uma eleição por falta de candidatos dignos de serem eleitos.

Mas a coisa não para por aí, porque ao notar que nenhum País quis aderir ao uso da urna por ser considerada uma arma para a fraude, muitos perguntam se tudo não foi montado para eleger de um modo mais fácil aqueles que são de interesse dos que estão “mamando nas tetas da República”?

E foi nessa dúvida que muita gente começou a desconfiar da “idoneidade daquela invenção”. Será que aquela maquininha é fraudável? Essa é a pergunta que muitos fazem e ninguém garante ao contrário.

E como eu também faço parte dessa parcela de desconfiados, na semana passada falei sobre Santos Dumont, o grande inventor brasileiro que ao inventar o “mais pesado que o ar” teve a grande decepção de ver que seu invento havia virado arma de guerra. Uma gravata colocou fim a depressão daquele inventor que só queria ver o seu invento como um novo modo de vida e não como modo de morte.


Por isso eu acho que aquele que “inventou” a urna eletrônica deveria usar do mesmo artifício para mostrar que não está de acordo com essa “bandalheira” em que o pobre eleitor foi envolvido.

"Aqui jaz um inventor".

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