CORREIOS É CABO ELEITORAL
Gerson Tavares
Existe aquele momento
em que ficar calado é o melhor negócio e a Dilma, que não é boba nem nada, alegou
rouquidão para falar o mínimo possível, já que o assunto não era agradável.
Foi então, que em
poucas palavras, a presidente Dilma Rousseff classificou como "um
absurdo" a denúncia apresentada pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, que
apresentou vídeo mostrando o deputado estadual Durval Ângelo, do PT mineiro, falando
que o "dedo forte dos petistas nos Correios" foi que elevou o
desempenho eleitoral dela em Minas Gerais, chegando a 40% das intenções de
votos no Estado.
E Dilma
resolveu fazer a arguição do dia: "Eu vou perguntar uma coisa para vocês,
jornalistas. Vocês são jornalistas, vocês acreditam nisso?". E assim, como
em um desabafo, Dilma evitou se estender sobre o tema, alegando estar com uma
rouquidão muito forte. Bela saída para quem não tem outra.
A presidente Dilma falou serem essas denúncias fruto das eleições: "Nós estamos vivendo um
momento eleitoral, que fica uma situação um pouco nervosa. Isso é um absurdo,
pô!". Será que esse “pô” vem de porra?
Mas ao ser questionada
se os Correios estariam trabalhando a favor da sua candidatura, Dilma desconversou:
"gente, eu não vou responder. Eu dei entrevista para vocês, estou sem voz.
Estou tentando fazer gargarejo". Mas será que só falta voz na hora de
responder aquelas perguntas que possam esclarecer as verdades?
E daí para frente ela
resolveu não mais falar. Evitando tudo e todos, ela foi saindo do salão de
entrada do Palácio da Alvorada, onde não havia concedido àquela entrevista,
subiu a rampa interna e deixou o local, evitando responder às acusações do
candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, que havia dito ter recebido
denúncia de que, nas últimas 24 horas, os Correios, em Minas Gerais, não
distribuíram as correspondências do candidato ao governo de Minas, Pimenta da
Veiga, e dele, em todo Estado mineiro.
Aquela saída estratégica foi mostra que a Dilma sabia que
era hora de calar para evitar mais desgaste em sua tão mentirosa campanha. Ela
sabia que estava no segundo turno e o silêncio naquele momento era o melhor
caminho.
Aliás, este será o tema da segunda-feira: "Bolsa-Família".
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