SEGURA
PEÃO!
Se você votou na Dilma
Rousseff não tem como reclamar e não admito que chore. Já que você foi um dos
que deram todas as cartas para ela jogar com a vida do brasileiro como ela bem
entender, ela só está mostrando o que vai fazer com a vida da população. E para
começar, ela resolveu que as tarifas de energia elétrica devem subir de 25% a
30% para o consumidor no ano que vem.
Esta é a afirmação de consultorias
especializadas, com base no cenário atual do setor, por causa, entre outros fatores,
da falta de chuvas que tem gerado aumento de custos para as distribuidoras, com
a necessidade de acionamento das termelétricas. Com isso, as concessionárias
foram obrigadas a contrair empréstimos junto a bancos públicos, para cobrir
rombos no caixa, devido ao desequilíbrio entre receita e despesas.
A projeção de aumento é
bem maior do que a calculada pelo Ministério das Minas e Energia que, há poucos
dias, divulgou que, por causa do pagamento dos créditos, que já chegam a R$
17,7 bilhões neste ano, a partir do ano que vem haverá alta de 2,6% na conta de
luz, de 5,6% em 2016 e de 1,4% em 2017.
Mas, no entanto,
especialistas afirmam que o percentual de reajuste previsto pelo governo leva
em consideração apenas esses financiamentos, mas o desequilíbrio no caixa das
empresas elétricas reflete também outros problemas. Para o diretor da
consultoria Trade Energy, Luiz Gameiro, foi uma série de erros, que começou com
a Medida Provisória 579, que reduziu a conta de luz em 20%, no início de 2013,
e antecipou a renovação de concessões do setor. Além disso, faltaram licitações
de grandes usinas hidrelétricas, afirmou.
Rogério Jorge, que é
gerente de operações da AES Eletropaulo, que esteve essa semana em reunião
na regional do CIESP (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) em São
Bernardo para traçar um cenário do setor, explicou que, no fim de 2012 e início
de 2013 houve cancelamento de leilões de energia. Com isso, as concessionárias
foram obrigadas recorrer ao mercado livre, aquele em que os preços da energia
são negociados com as geradoras, incluindo as termelétricas, e pactuados
livremente entre as partes.
Disse ele: “Houve uma
exposição involuntária. Quando há contratos de longo prazo 100% garantidos, não
há problema”. Mas o problema é que, com a falta de chuvas, as empresas do setor
ficaram sujeitas a valores maiores. Gameiro acrescenta que a menor previsão de
crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) dos analistas para 2014, que hoje é
de 0,86%, conforme o boletim Focus, do Banco Central, também impacta na receita
das concessionárias.
Jorge não faz
estimativa de índices para o ano que vem, mas avalia que, por causa do
pagamento dos empréstimos do setor aos bancos, muito provavelmente os aumentos
nas tarifas serão superiores à inflação e assim, bem acima daquilo que o
governo diz.
Este é só o primeiro
susto pós-reeleição, mas a coisa não vai aparar por aí, tenham certeza.
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