quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Delações indicam que Lava Jato faz do Mensalão, “café pequeno”.


Repercussão do “Mensalão”

será  mínima perto 

do “Lava Jato”


Gerson Tavares
 







Esta é a opinião de juristas, procuradores, magistrados e delegados sobre tudo que foi feito na Petrobras durante o governo do PT. Todos eles preveem que as contribuições premiadas de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef na investigação de desvios na Petrobrás deverão marcar nova fase no combate à corrupção no Brasil.

Por isso a Polícia Federal prepara nova etapa de buscas da “Operação Lava Jato” para provar aquilo que revelou o ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa e agora, tudo que começou a revelar o doleiro Alberto Youssef em suas delações premiadas. As confissões e informações prestadas marcarão a nova fase de combate aos "crimes de colarinho branco" no Brasil, assim esperam os juristas, delegados, procuradores e magistrados que foram ouvidos pelo jornal “O Estado de São Paulo”.

A confirmação de nomes e esquemas citados, que é uma exigência da lei para que a delação seja validada, dando benefício ao réu, vai transformar a “Lava Jato” num escândalo de proporções maiores do que o do “Mensalão”, isso porque no “novo escândalo petista” são atingidos, não só políticos de partidos aliados, mas também membros do próprio governo e empresários de grandes construtoras envolvidos na “lavanderia” que foi montada pelo doleiro que é suspeito de ter movimentado cerca de R$ 10 bilhões entre 2009 e 2014.

Em relação ao instrumento jurídico, sabemos que ele não é novo. Ele é um benefício previsto no processo criminal brasileiro desde 1990 que estipula que o réu trazendo novas informações a um processo ou um inquérito sobre cúmplices e ainda sobre o esquema, tem em troca de redução de pena.

Esse instrumento chegou para dar aos “bandidos arrependidos” a saída da "delação premiada”, que nada mais é que um “método de investigação moderno”, que quer dizer que é bem mais fácil elucidar crimes complexos. Foi o modo que encontraram para dizer que só quem tem conhecimento dos detalhes da atividade criminal são os próprios agentes do crime.

Esta a posição e opinião do juiz federal Sérgio Fernando Moro, que conduz as ações da Lava Jato. As delações que Moro homologa seguem o modelo de um contrato, minuciosamente elaborado com cláusulas. Moro alerta que "as informações prestadas pelo colaborador ficam sempre sujeitas à verificação e à corroboração".

E como essa modalidade tira o trabalho daqueles que recebem salário para elucida-los, para o juiz Nelson Bernardes, da 2.ª Vara de Campinas (SP), "a delação vai ser utilizada cada vez mais". E este instrumento foi usado no caso do “Mensalão”, quando foram assinados termos de delação com os envolvidos, entre eles os donos da Garanhuns Empreendimentos, Lúcio Bolonha Funaro e José Carlos Batista. Eles ajudaram a comprovar os crimes cometidos pelo ex-deputado Valdemar Costa Neto, que era na época líder do PL, entre 2002 e 2003.

Nelson Bernardes disse que “a organização criminosa é sofisticada, não pratica aquele crime que todos veem, usa o sistema bancário, laranjas, offshores, instrumentos difíceis de serem investigados. Portanto, quando é possível chegar a um membro de organização através de um instrumento investigativo legítimo, é possível revelar esquemas que juiz, promotor, delegado jamais ficariam sabendo. É um instrumento para se apurar o crime de forma profunda, como funciona, recuperar os bens, quem são os laranjas".

Assim sendo, para a Justiça agora ficou mais fácil “perdoar” os delatores que correr atrás dos criminosos e colocar toda a quadrilha na cadeia.

Só que em muitas “quadrilhas” já existem mais "bandidos delatores" que "bandidos para cumprir pena". Isso sem contar com aqueles “chefões” que nomeiam outros para assumirem as suas culpas.

Por falar nisso, onde andam Lula e Dilma?

Nenhum comentário: