Repercussão do “Mensalão”
será mínima perto
do “Lava Jato”
Gerson Tavares
Esta é a opinião de juristas,
procuradores, magistrados e delegados sobre tudo que foi feito na Petrobras
durante o governo do PT. Todos eles preveem que as contribuições premiadas de
Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef na investigação de desvios na Petrobrás deverão
marcar nova fase no combate à corrupção no Brasil.
Por isso a Polícia
Federal prepara nova etapa de buscas da “Operação Lava Jato” para provar aquilo
que revelou o ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa e agora, tudo que
começou a revelar o doleiro Alberto Youssef em suas delações premiadas. As
confissões e informações prestadas marcarão a nova fase de combate aos "crimes
de colarinho branco" no Brasil, assim esperam os juristas, delegados,
procuradores e magistrados que foram ouvidos pelo jornal “O Estado de São
Paulo”.
A confirmação de nomes
e esquemas citados, que é uma exigência da lei para que a delação seja
validada, dando benefício ao réu, vai transformar a “Lava Jato” num escândalo
de proporções maiores do que o do “Mensalão”, isso porque no “novo escândalo
petista” são atingidos, não só políticos de partidos aliados, mas também
membros do próprio governo e empresários de grandes construtoras envolvidos na “lavanderia”
que foi montada pelo doleiro que é suspeito de ter movimentado cerca de R$ 10
bilhões entre 2009 e 2014.
Em relação ao
instrumento jurídico, sabemos que ele não é novo. Ele é um benefício previsto
no processo criminal brasileiro desde 1990 que estipula que o réu trazendo
novas informações a um processo ou um inquérito sobre cúmplices e ainda sobre o
esquema, tem em troca de redução de pena.
Esse instrumento chegou
para dar aos “bandidos arrependidos” a saída da "delação premiada”, que
nada mais é que um “método de investigação moderno”, que quer dizer que é bem
mais fácil elucidar crimes complexos. Foi o modo que encontraram para dizer que
só quem tem conhecimento dos detalhes da atividade criminal são os próprios
agentes do crime.
Esta a posição e
opinião do juiz federal Sérgio Fernando Moro, que conduz as ações da Lava Jato.
As delações que Moro homologa seguem o modelo de um contrato, minuciosamente
elaborado com cláusulas. Moro alerta que "as informações prestadas pelo
colaborador ficam sempre sujeitas à verificação e à corroboração".
E como essa modalidade
tira o trabalho daqueles que recebem salário para elucida-los, para o juiz Nelson Bernardes,
da 2.ª Vara de Campinas (SP), "a delação vai ser utilizada cada vez
mais". E este instrumento foi usado no caso do “Mensalão”, quando foram
assinados termos de delação com os envolvidos, entre eles os donos da Garanhuns
Empreendimentos, Lúcio Bolonha Funaro e José Carlos Batista. Eles ajudaram a
comprovar os crimes cometidos pelo ex-deputado Valdemar Costa Neto, que era na
época líder do PL, entre 2002 e 2003.
Nelson Bernardes disse
que “a organização criminosa é sofisticada, não pratica aquele crime que todos
veem, usa o sistema bancário, laranjas, offshores, instrumentos difíceis de
serem investigados. Portanto, quando é possível chegar a um membro de
organização através de um instrumento investigativo legítimo, é possível
revelar esquemas que juiz, promotor, delegado jamais ficariam sabendo. É um
instrumento para se apurar o crime de forma profunda, como funciona, recuperar
os bens, quem são os laranjas".
Assim sendo, para a Justiça agora ficou mais fácil “perdoar” os delatores que correr atrás dos
criminosos e colocar toda a quadrilha na cadeia.
Por falar nisso, onde andam Lula e Dilma?
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