quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Cruz Vermelha do Brasil corre o risco de ser suspensa.


CRUZ CREDO! É O FIM!

Gerson Tavares
 








Não sei qual o problema nesse solo tupiniquim, só sei que tudo que acontece por aqui acaba em vergonhoso escândalo. E neste rol entrou a “Cruz Vermelha brasileira” que corre o risco de ser suspensa da Federação Internacional da Cruz Vermelha se não der uma resposta à crise de corrupção descoberta na entidade.

Esta é a informação de Mathias Schmale, subsecretário-geral da Federação Internacional da Cruz Vermelha, que afirmou ao jornal “O Estado de São Paulo” que uma missão da entidade foi enviada ao Brasil para reuniões.

Segundo Mathias, uma “chance” está sendo dada aos representantes brasileiros da instituição para que provem que estão dispostos a lutar contra a corrupção da administração que os precedeu. Mas, se nos próximos meses nada for feito para remediar a situação, a instituição com sede em Genebra já fala em suspensão, algo que só esteve perto de acontecer com a África do Sul durante o regime do apartheid.

Uma auditoria encomendada pela própria entidade e que foi concluída em maio deste ano, mostrou  indícios de desvio de pelo menos R$ 25 milhões arrecadados com donativos e repasses públicos para ajudar vítimas de catástrofes, entre 2010 e 2012. Mas como por aqui tudo se resolve “trocando o sofá”, os responsáveis pelo desfalque já foram afastados.

Mathias Schmale disse que a atual gestão da Cruz Vermelha no Brasil se comprometeu dar fim aos desmandos e foi então que Genebra assinou um compromisso formal com a entidade brasileira, estipulando que o dinheiro desviado seja recuperado. Mas aí a coisa já fica difícil, afinal, estamos num Brasil petista.

Enquanto isso não acontece, a sede da Cruz Vermelha, de Genebra, espera que o compromisso seja cumprido e diz: “A liderança da Cruz Vermelha no Brasil se comprometeu a devolver o dinheiro a quem fez as doações ou a destinar o volume às populações que precisavam ser ajudadas”.

Só que a organização internacional não para por aí e ainda quer que os responsáveis sejam levados à Justiça no Brasil. “Estamos dando uma chance e torcendo para que tudo seja feito. Mas, se nada acontecer, não vamos ter alternativa”.

E a primeira das opções seria a suspensão da entidade brasileira. Esta suspensão tiraria dos brasileiros o direito de participar de assembleias mundiais e seriam cortados do financiamento internacional. Ao ser questionado sobre quanto tempo a nova direção teria para agir, Schmale não deu um prazo, mas alertou: “O tempo está se esgotando”.

Só que para a Cruz Vermelha Brasileira, a suspensão da Federação Internacional seria “improcedente”, já que representantes da entidade internacional estiveram no País recentemente e “saíram com uma mensagem de confiança”.

“O Comitê de Mediação e Cumprimento (órgão encarregado de verificar denúncias) visitou nossas filiais, acompanhou nosso trabalho e saiu daqui sem notícia de que isso (suspensão) pudesse acontecer. Nos últimos dois anos, estamos unidos em uma tentativa de soerguer a Cruz Vermelha brasileira”. Esta foi a afirmação do secretário-geral do órgão nacional, coronel Paulo Roberto Costa e Silva.

Segundo ele, desde a auditoria, a unidade brasileira faz um “saneamento financeiro” na sede e nas filiais. “Costa e Silva” afirmou que, em maio deste ano, entregou cópias da conclusão da auditoria para a Delegacia Fazendária, Ministério Público Federal e Ministério Público do Rio, três órgãos que investigam as denúncias de desvio de verbas.

Mas pelo que deu para notar, esse sobrenome pesa.  

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