CRUZ CREDO! É O FIM!
Gerson Tavares
Não sei qual o problema nesse solo tupiniquim, só sei que tudo que acontece por aqui acaba em vergonhoso
escândalo. E neste rol entrou a “Cruz Vermelha brasileira” que corre o risco de
ser suspensa da Federação Internacional da Cruz Vermelha se não der uma
resposta à crise de corrupção descoberta na entidade.
Esta é a informação de
Mathias Schmale, subsecretário-geral da Federação Internacional da Cruz
Vermelha, que afirmou ao jornal “O Estado de São Paulo” que uma missão da
entidade foi enviada ao Brasil para reuniões.
Segundo Mathias, uma
“chance” está sendo dada aos representantes brasileiros da instituição para que
provem que estão dispostos a lutar contra a corrupção da administração que os
precedeu. Mas, se nos próximos meses nada for feito para remediar a situação, a
instituição com sede em Genebra já fala em suspensão, algo que só esteve perto
de acontecer com a África do Sul durante o regime do apartheid.
Uma auditoria
encomendada pela própria entidade e que foi concluída em maio deste ano, mostrou indícios de desvio de pelo menos R$ 25 milhões arrecadados com donativos e
repasses públicos para ajudar vítimas de catástrofes, entre 2010 e 2012. Mas
como por aqui tudo se resolve “trocando o sofá”, os responsáveis pelo desfalque
já foram afastados.
Mathias Schmale disse
que a atual gestão da Cruz Vermelha no Brasil se comprometeu dar fim aos
desmandos e foi então que Genebra assinou um compromisso formal com a entidade
brasileira, estipulando que o dinheiro desviado seja recuperado. Mas aí a coisa
já fica difícil, afinal, estamos num Brasil petista.
Enquanto isso não acontece, a sede da Cruz
Vermelha, de Genebra, espera que o compromisso seja cumprido e diz: “A
liderança da Cruz Vermelha no Brasil se comprometeu a devolver o dinheiro a
quem fez as doações ou a destinar o volume às populações que precisavam ser
ajudadas”.
Só que a organização
internacional não para por aí e ainda quer que os responsáveis sejam levados à
Justiça no Brasil. “Estamos dando uma chance e torcendo para que tudo seja
feito. Mas, se nada acontecer, não vamos ter alternativa”.
E a primeira das opções
seria a suspensão da entidade brasileira. Esta suspensão tiraria dos brasileiros
o direito de participar de assembleias mundiais e seriam cortados do
financiamento internacional. Ao ser questionado sobre quanto tempo a nova
direção teria para agir, Schmale não deu um prazo, mas alertou: “O tempo está
se esgotando”.
Só que para a Cruz
Vermelha Brasileira, a suspensão da Federação Internacional seria
“improcedente”, já que representantes da entidade internacional estiveram no
País recentemente e “saíram com uma mensagem de confiança”.
“O Comitê de Mediação e
Cumprimento (órgão encarregado de verificar denúncias) visitou nossas filiais,
acompanhou nosso trabalho e saiu daqui sem notícia de que isso (suspensão)
pudesse acontecer. Nos últimos dois anos, estamos unidos em uma tentativa de
soerguer a Cruz Vermelha brasileira”. Esta foi a afirmação do secretário-geral
do órgão nacional, coronel Paulo Roberto Costa e Silva.
Segundo ele, desde a
auditoria, a unidade brasileira faz um “saneamento financeiro” na sede e nas
filiais. “Costa e Silva” afirmou que, em maio deste ano, entregou cópias da
conclusão da auditoria para a Delegacia Fazendária, Ministério Público
Federal e Ministério Público do Rio, três órgãos que investigam as denúncias de desvio de verbas.
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