CUIDADO COM SMS
E O CELULAR EM GERAL
Gerson Tavares
Nunca mais vamos ter
dias de paz neste pobre Brasil. Quando não temos problemas com aqueles bandidos
do dia a dia, que podemos até enumerar as categorias, tais como trombadinhas, ladrões de galinhas, batedores de carteiras e outros mais que andam pelas ruas das cidades à procura
de pessoas distraídas, também temos a categoria dos políticos, aqueles que
estão sempre prontos para roubarem o povo. Mas agora apareceram os “larápios
virtuais”, aqueles que pelos celulares e telefones estão levando a população
brasileira à loucura.
Pois eu fui “sorteado”
por um desses “larápios virtuais” que no dia 7 passado resolveu tentar tirar
algum dinheiro de minha conta bancária. Ele me passou um SMS na tarde daquele
dia e tinha certeza que havia encontrado o “trouxa” do dia. No SMS estava lá
que eu havia ganhado R$ 25.000 e mais um tablet e que era só eu entrar em
contato com o telefone 0158581217666 e então “mudar a minha vida”. Eu que não
sou de acreditar em prêmios assim tão fáceis, resolvi então fazer daquele SMS
um bom assunto.
Liguei imediatamente
para o número e fui muito bem atendido por um nordestino, daqueles que podem ser chamados de um “filho de uma égua”, e ele começou a desfiar o rosário e
queria me fazer crer que aquela “grana toda” faria qualquer brasileiro um
milionário. Era só eu me dirigir a uma agência bancaria e, diante de um caixa
eletrônico entrar em contato com aquele número e o dinheiro já estaria em minha
conta. Respondi que naquele momento eu não poderia fazer aquela “tarefa” e ele
disse que eu teria 23 horas e 59 minutos para pegar aquela “grana
afrodescendente”. Até ali eu estava pensando como a Vivo poderia me explicar
quem havia passado para aquele “individuo” os meus dados, já que ele sabia meu
nome completo, meu CPF, meu endereço e ainda que eu havia feito minutos
antes da primeira ligação, a recarga do celular. Como eu tenho uma linha da OI
de conta, só tenho essa linha pré da Vivo porque as pessoas que possuem Vivo, precisam falar comigo e
não querem gastar dinheiro, me liguem sem ônus.
Pois bem, aquele
“garimpeiro” ligou ainda algumas vezes naquele dia e já no dia seguinte, dia 8,
com o telefone tocando várias vezes, lá estava aquela voz “enervante” oferecendo “uma vida de conforto”. Fui enrolando, pois eu queria ver
quanto tempo resistiriam aquelas 23 horas e 59 minutos e assim consegui, depois
de muitas ligações, chegar até sexta-feira, dia 9 e então resolvi "chegar
aos finalmentes" para ver até onde ele iria levar aquela luta de
gladiadores, mas isso depois de mais de 35 horas.
Fui até uma agência do
Bradesco, banco com o qual eu trabalho, e então liguei e avisei que estava
diante da “maquina da fortuna”. Claro que antes, puxei um extrato de minha conta.
Então aquele nordestino, que eu não sabia até ali se era parente do Renan,
do Collor ou do Lindberg, mas tinha certeza que também era um ladrão, começou a decidir o meu destino. E veio a ordem: “Entre no menu inicial”. Eu entrei e avisei que já estava
no menu. Então ele foi "mandando" que eu seguisse o procedimento até chegar ao
ponto crucial. “Entre no próximo menu”. Entrei e lá estava o menu de
transferências. Então ele falou: “Coloque onde está pedindo a agência o número
tal”. Senti ali que o banco dele também era o Bradesco. Eu disse: “Mas ali é
para colocar o número da agencia do beneficiário”. Ele imediatamente respondeu:
“Siga as instruções para receber o dinheiro da sua vida”. Então eu fingi que
havia aceitado a ordem e logo depois ele mandou que eu colocasse onde pedia
valor um número. Então eu disse que ali era para colocar o valor de 25 mil e
ele voltou ao ataque: “Não. Onde está escrito valor, está errado. Ali é só uma
senha e a senha é tal”. Então resolvi confrontar aquilo que ele dizia ser uma
senha com o valor do meu saldo na conte e “BINGO!”. Ele sabia o meu saldo.
Então resolvi abrir o
jogo e depois de muito falar, mesmo com ele tentando me convencer que era ele o
único que deveria falar e eu, só me deliciar com os 25 mil que “iriam mudar a
minha vida”. Depois de muitas palavras “amistosas” que usei, dei o golpe final
no adversário: “Você está falando com um jornalista!”.
Pois neste momento ele
desligou rapidamente e nunca mais deu sinal de vida. Mas aí começou mais uma dúvida
em minha cabeça. Alguém da Vivo deu todas as coordenadas em relação à
telefonia, mas quem teria dado ao “bandido nordestino” o saldo de minha conta?
Fui até a uma agência
da Vivo, dei todos os detalhes, fui ao Bradesco também contei o acontecido e
depois segui até a uma Delegacia Legal, da Policia Civil do Rio de Janeiro onde
também relatei tudo, dando números de telefones dias e hora, mas saí de lá na
certeza que ser bandido neste Brasil ainda está em alta. Onde deveria ser feito um "Registro de Tentativa de Roubo", foi feito um "Registro
de Ocorrência" que recebeu o número 052-03931/2014 e recebeu o apelido de “Fato
Atípico”. Saí de lá certo que tudo seria deletado logo após a minha saída. Ainda ali senti de que, como nos
processos de antigamente, este também irá parar na lixeira, só que desta vez,
“lixo virtual”.
Mas como eu não sou cliente da Secretaria de Segurança, senti que nada devo cobrar dela, afinal, patrão só pode demitir o péssimo funcionário, mas a Vivo e o Bradesco, destes sim, eu sou cliente e então vou continuar a cobrar deles uma palavra definitiva sobre as falhas que acontecem em seus quadros funcionais.
Alguém está traindo os clientes. Se faz necessário por parte das empresas uma investigação em seus quadros funcionais.
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