TODOS SABIAM, MAS
NINGUÉM QUERIA ENTREGAR
Gerson Tavares
Em depoimento ao
Ministério Público Federal do Rio, o representante da SBM Offshore no Brasil,
Philippe Jacques Levy, afirmou que integrantes da Petrobrás sabiam das
suspeitas de pagamento de suborno a funcionários da estatal desde 2012.
E é aí que cai sobre a Graça Fortes uma boa parcela de culpa. Apesar do alerta de
integrantes da cúpula da própria empresa holandesa, a presidente da Petrobrás, só determinou a instalação de auditoria interna para apurar o
caso quase um ano e meio depois, em 18 de fevereiro, seis dias após o vazamento
da denúncia pelo Wikipédia. Mas a culpa continuou de plantão e mesmo depois de concluída, 45 dias após, a apuração interna avaliou
que não houve pagamento de propina.
O depoimento, a que o "Broadcast Político" teve acesso, durou cerca de três horas e foi dado em 3 de
abril, na sede do Ministério Público do Rio. Nele, o francês Levy diz que
anualmente o CEO da SBM tem reuniões com a diretoria da Petrobrás.
Levy disse ter
testemunhado o encontro de 2012, no qual foram abordadas as suspeitas de
suborno com alguns executivos, entre eles o diretor de Exploração e Produção da
Petrobrás, José Miranda Formigli, o gerente executivo da área, Erardo Barbosa,
e o gerente executivo Osmond Coelho, da área Internacional.
No documento está escrito com todas as letras: "Perguntado
quando e a quem a SBM informou a Petrobrás acerca das suspeitas de pagamentos
indevidos, respondeu que anualmente o CEO da SBM tem reunião com a diretoria da
Petrobrás, e, na reunião de 2012, salvo engano, em agosto, o declarante estava
presente quando o assunto foi abordado, estando presentes, pela Petrobrás,
Formigli, Osmond Coelho e Erardo e, pela SBM, além do declarante, Bruno Chabas
e Oliver Kassam".
E o Levy, que não perdoa, diz que já em um segundo encontro,
no primeiro semestre de 2013, o assunto voltou a ser comentado "sempre
brevemente, porque as apurações ainda estavam em andamento".
E foi assim que chegamos até 2014 para descobrir que a Petrobras está em mãos de "bandidos" desde que a Dilma assinava pelo Conselho.
Será que vamos precisar de outra saída para que no Brasil que não aconteça uma eleição em meio a este quadro triste de nossa política? Aliás, eleição até pode acontecer, mas pessoas envolvidas neste escândalo não poderiam em hipótese alguma chegar perto de palanque algum e acima de tudo, ser candidato ou pedir voto para alguém.
Espero que de Dilma até a Graça Foster, todos eles estejam longe da política e, de preferência, dentro da Papuda.
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