segunda-feira, 26 de maio de 2014

Quando a ordem vem de cima.


 BANDIDOS QUEREM FICAR

 LIVRES PARA VOAR

Gerson Tavares
 





Na semana passada o juiz Sérgio Fernando Moro, da 13.ª Vara Criminal Federal de Curitiba, se viu obrigado a enviar ofício ao ministro Teori Zavazcki, do Supremo Tribunal Federal (STF) em que informa sobre o risco de fuga do doleiro Alberto Youssef, alvo maior da “Operação Lava Jato”, aquela investigação sobre lavagem de dinheiro que pode ter alcançado R$ 10 bilhões e que poderá atingir até gente do governo.

Tudo porque o Teori, que não tem nem mesmo “teoria” para ser ministro, mas que por acertos com a Presidência da República está lá na “Casa Grande da Justiça”, mandou soltar todos os investigados que foram presos pela “Operação Lava Jato”, acolhendo reclamação da defesa do engenheiro Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás.  O ministro também mandou que todos os outros processos da “Lava Jato” sejam enviados ao STF, onde ele pensa que vai poder manejar como é de interesse do governo federal.

Mas o juiz Sérgio Moro ressaltou que seu objetivo é unicamente esclarecer o total alcance da decisão. “A fim de evitar que os processos, a ordem pública e a aplicação da lei penal sejam expostas a riscos por mera interpretação eventualmente equivocada de minha parte”. E então o juiz informou ao ministro que mandou expedir alvará de soltura do engenheiro, mas fez uma consulta ao “teórico” ministro para que esclareça sobre o “alcance da decisão, já que não foram nominados os acusados que devem ser soltos e os processos que devem ser remetidos ao Supremo Tribunal Federal”.

Sérgio Moro assinala que outros processos no âmbito da “Lava Jato” não têm Paulo Roberto Costa como denunciado. São investigações sobre tráfico de 698 quilos de cocaína e lavagem de dinheiro produto de tal crime. Ele cita o investigado René Luiz Pereira, acusado de ser o mandante de remessa de 55 quilos da droga apreendidos em Valência, na Espanha. E o juiz federal observa que “Há indícios de que (René) compõe grupo organizado transnacional com diversas conexões no exterior e dedicado profissionalmente ao tráfico de drogas”.

Ele destaca que esta ação penal também tem por acusados Sleiman Nassim El Kobrossy, Maria de Fátima Stocker, Carlos Habib Chater, André Catão de Miranda e Alberto Youssef este o alvo principal da Lava Jato. “Um deles, Sleiman, que não foi preso preventivamente, já está foragido”, informa o juiz no ofício ao ministro Teori Zavascki, mostrando claramente que com a atitude, o “teórico” pode estar preparando uma grande fuga do País. E ele escreveu: “Outro está preso na Espanha. Assim, muito respeitosamente, indago à V.Ex.ª o alcance da decisão referida, se este feito de tráfico de drogas e lavagem também deve ser remetido ao Supremo Tribunal Federal e se devem ser colocados soltos os acusados neste feito, entre eles Renê Luiz Pereira, preso por risco à ordem pública pelos indícios de envolvimento em organização criminosa responsável por tráfico de cerca de 750 kg de cocaína.”

E como Moro não veio ao mundo para passear, também observa que “entre os outros feitos originados na assim denominada Operação Lava-jato, encontram-se as ações penais 5026243-05.2014.404.7000, 5026663-10.2014.404.7000 e 5025699-17.2014.404.7000 que têm por objeto, crimes financeiros e de lavagem de dinheiro envolvendo três grupos distintos dirigidos por supostos doleiros, um dirigido por Carlos Chater, outro por Nelma Kodama e o terceiro por Alberto Youssef”.

E Moro perguntou se estas três ações penais também deveriam ser remetidas ao Supremo Tribunal Federal e se deveriam ser colocados soltos os acusados neste feito, entre eles Carlos Chater, Nelma Kodama e Alberto Youssef. E então só faltava a informação, mas que ele deixaria ali o aviso: “Informo por oportuno que há indícios, principalmente dos dois últimos, que eles mantêm contas no exterior com valores milionários, facilitando eventual fuga ao exterior e com a possibilidade de manterem posse de eventual produto do crime”.

O juiz observa, ainda, que a doleira Nelma Kodama foi presa em flagrante nas vésperas da operação “Lava Jato”, em tentativa de fuga do país quando levava, no aeroporto de Guarulhos, 200 mil euros escondidos na roupa íntima.

Foi então que o ministro Teori Zavazcki resolveu tirar da reta e voltou atrás em sua empreitada de “liberar geral”.


Não podemos esquecer que esses doleiros são do grupo forte na compra da Refinaria de Pasadena. Coisa bem petista e não podemos esquecer que o Teori Zavazcki e indicação de Dilma. 

Será que os fatos se encaixam? 

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