MINISTRA DENUNCIA
‘INTOLERÂNCIA’
NO DEBATE SOBRE LIBERDADE
Gerson Tavares
A
ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, andou falando que no
momento está acontecendo no Brasil “uma intolerância enorme para tudo o que
seja diferente” e que “não adianta querer ser livre e abrir mão de pensar”.
Tudo
isso diante de uma plateia de professores e alunos do Instituto Brasileiro de
Mercado de Capitais (Ibmec), no Rio, quando a ministra advertiu: “Temos um
Estado democrático, mas a pergunta é se temos uma sociedade tão democrática
quando a Constituição pressupõe. Hoje noto uma intolerância enorme para tudo
que seja diferente, é uma tragédia para a democracia e o exercício da
liberdade. Não adianta querer ser livre e abrir mão de pensar”.
Esta
foi a colocação da ministra ao abrir o seminário “Comunicação e Mercado no Brasil:
Desafios e Oportunidades”, que o Ibmec promoveu junto com o Instituto Palavra
Aberta. E o tema da intolerância foi ainda retomado pelo presidente do Grupo
Abril, Fábio Barbosa. Depois de dizer que “a falta de tolerância é a antítese
da democracia”, Barbosa advertiu que o País está “vivendo um momento muito
delicado de verdade única, de falta de convivência com a opinião contrária”.
Para ele, “toda conduta que busca tutelar a sociedade é um risco para a
liberdade de expressão. O politicamente correto exacerbado também é
intolerante, porque ele não admite outro pensamento”.
E
foi este seminário que serviu de marco para o lançamento de uma nova cátedra no
Ibmec, sobre liberdade de expressão, que é fruto da parceria do Ibmec com o
Instituto Palavra Aberta. Logo de início, Cármen Lúcia abordou a questão da
liberdade e da censura. Ela defendeu uma melhor discussão sobre privacidade.
“Temos a invasão de privacidade e a evasão de privacidade. A pessoa vai à
Igreja fazer uma doação para o padre e quer que aquilo seja divulgado e
publicado. Mas não quer aparecer quando namora escondido. E o jornalista não
vai parar na hora que essa pessoa quer”.
Já
o professor da USP Eugênio Bucci, também diretor de pós-graduação em Jornalismo
da Escola Superior de Propaganda e Marketing, em São Paulo, disse que liberdade
e privacidade não são excludentes e, ao contrário, “a privacidade é uma
conquista da liberdade”. “Não podemos cair na armadilha de acreditar que a
liberdade é relativa por força da privacidade”.
Só não podemos esquecer
que a tolerância tem seu limite. Como tolerar tanto desgoverno? Na semana
passada um exemplo muito contundente aconteceu na cidade do Rio de Janeiro, quando a
grave dos rodoviários aconteceu e em menos de 24 horas foram destruídos mais de
quinhentos ônibus.
Claro que, como aquela baderna, todas que acontecem são orquestradas. Se o povo sabe que precisa da condução, por que então ele faria aquela loucura, mas os políticos e
sindicalistas, esses sim, estão sempre promovendo quebra-quebra para revoltar a população. Por tanto, se olharmos bem, isto podemos chamar de "desgoverno".
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