segunda-feira, 12 de maio de 2014

Em encontro no Rio sobre comunicação e mercado, Cármen Lúcia critica condutas que ‘buscam tutelar a sociedade’.



MINISTRA DENUNCIA 

‘INTOLERÂNCIA’


 NO DEBATE SOBRE LIBERDADE

Gerson Tavares







A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, andou falando que no momento está acontecendo no Brasil “uma intolerância enorme para tudo o que seja diferente” e que “não adianta querer ser livre e abrir mão de pensar”.

Tudo isso diante de uma plateia de professores e alunos do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), no Rio, quando a ministra advertiu: “Temos um Estado democrático, mas a pergunta é se temos uma sociedade tão democrática quando a Constituição pressupõe. Hoje noto uma intolerância enorme para tudo que seja diferente, é uma tragédia para a democracia e o exercício da liberdade. Não adianta querer ser livre e abrir mão de pensar”.

Esta foi a colocação da ministra ao abrir o seminário “Comunicação e Mercado no Brasil: Desafios e Oportunidades”, que o Ibmec promoveu junto com o Instituto Palavra Aberta. E o tema da intolerância foi ainda retomado pelo presidente do Grupo Abril, Fábio Barbosa. Depois de dizer que “a falta de tolerância é a antítese da democracia”, Barbosa advertiu que o País está “vivendo um momento muito delicado de verdade única, de falta de convivência com a opinião contrária”. Para ele, “toda conduta que busca tutelar a sociedade é um risco para a liberdade de expressão. O politicamente correto exacerbado também é intolerante, porque ele não admite outro pensamento”.

E foi este seminário que serviu de marco para o lançamento de uma nova cátedra no Ibmec, sobre liberdade de expressão, que é fruto da parceria do Ibmec com o Instituto Palavra Aberta. Logo de início, Cármen Lúcia abordou a questão da liberdade e da censura. Ela defendeu uma melhor discussão sobre privacidade. “Temos a invasão de privacidade e a evasão de privacidade. A pessoa vai à Igreja fazer uma doação para o padre e quer que aquilo seja divulgado e publicado. Mas não quer aparecer quando namora escondido. E o jornalista não vai parar na hora que essa pessoa quer”.

Já o professor da USP Eugênio Bucci, também diretor de pós-graduação em Jornalismo da Escola Superior de Propaganda e Marketing, em São Paulo, disse que liberdade e privacidade não são excludentes e, ao contrário, “a privacidade é uma conquista da liberdade”. “Não podemos cair na armadilha de acreditar que a liberdade é relativa por força da privacidade”.

Só não podemos esquecer que a tolerância tem seu limite. Como tolerar tanto desgoverno? Na semana passada um exemplo muito contundente aconteceu na cidade do Rio de Janeiro, quando a grave dos rodoviários aconteceu e em menos de 24 horas foram destruídos mais de quinhentos ônibus.

Claro que, como aquela baderna, todas que acontecem são orquestradas. Se o povo sabe que precisa da condução, por que então ele faria aquela loucura, mas os políticos e sindicalistas, esses sim, estão sempre promovendo quebra-quebra para revoltar a população. Por tanto, se olharmos bem, isto podemos chamar de "desgoverno".

Aliás, “desgoverno é crime!”.    

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