quinta-feira, 29 de maio de 2014

As “quadrilhas políticas” atuam sem medo do pecado.



Esquema de corrupção pagou

gastos eleitorais em MT, diz PF

Gerson Tavares







E a Polícia Federal não para de trabalhar e por onde passa sempre encontra coisa mal feita. Agora a PF afirma que o principal operador do esquema de lavagem de dinheiro que abasteceu campanhas eleitorais e pagou propina em Mato Grosso agia a mando do senador Blairo Maggi, do PR, e do governador Silval Barbosa, do PMDB, “estava dentro de casa”. Por isso o Eder Moraes, ex-secretário da Fazenda de Blairo, está preso em Brasília, acusado de operar milionário esquema de lavagem de dinheiro por meio de instituição financeira clandestina.

Tudo aconteceu quando o Maggi governou Mato Grosso até 2010, quando renunciou para disputar o Senado. Silval, que era o vice, assumiu e foi reeleito naquele ano.

A conclusão da PF tem base, entre outros documentos, em delação premiada feita por um dos principais integrantes do esquema, o empresário Gércio Marcelino Mendonça Filho, que entre 2005 e 2013 concedeu empréstimos em Mato Grosso por meio de uma empresa de factoring e de sua rede de postos de combustíveis, que funcionavam como instituições financeiras clandestinas, conforme o Ministério Público.

E assim, Gércio decidiu fazer a “delação premiada” após ser envolvido nas investigações da Operação Ararath, que teve a quinta fase desencadeada, na qual foram presos Moraes e o deputado estadual José Riva (PSD).

Mendonça disse aos investigadores que, nas eleições de 2008 e 2010, fez empréstimos a Silval que seriam, segundo relato do governador ao delator, “para fins de campanha eleitoral”.

Ele revelou que, em 2008, emprestou R$ 4 milhões para o governador, a pedido do próprio. “Silval Barbosa relatou ao depoente que o empréstimo era para ser utilizado para as eleições municipais daquele ano para fundos do PMDB”, diz a PF. “Silval afirmou que o governador Blairo Maggi tinha conhecimento de que tomaria dinheiro emprestado em alguma factoring”.

Em 2010, segundo Mendonça, Silval o chamou em seu apartamento e lhe pediu R$ 7 milhões, dos quais R$ 4 milhões foram emprestados, a juros de 3% ao ano. Além disso, ele afirmou ter gasto mais R$ 300 mil para pagar pesquisas eleitorais encomendadas por Barbosa e R$ 150 mil para gastos da convenção do PMDB como ônibus, comida e água. O Estado não encontrou registros oficiais desses empréstimos como doações para as campanhas.

No caso de Blairo Maggi, as revelações do delator, somadas a documentos obtidos em operações de busca e apreensão, levaram o Ministério Público a concluir que há indicativos de que, em 2009, quando era governador, ele pegou pelo menos dois empréstimos em um banco, dissimulando sua condição de tomador.

Esses empréstimos estariam relacionados a empresas de Mendonça. Segundo a Procuradoria, Maggi “obteve” do empresário R$ 4 milhões em favor de um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. O conselheiro receberia a quantia para deixar o TCE e abrir a vaga para um aliado do governo.

Por meio de sua assessoria, Maggi informou que não tem nenhuma relação com os fatos apontados na Operação Ararath. O senador está “indignado”, segundo a assessoria. Maggi afirmou que “quem está falando em seu nome está mentindo” e disse que “nunca conversou” com o delator e que, quando retornar da Europa, se convidado a depor, “prestará todos os esclarecimentos”.

O advogado Ulisses Rabaneda, que representa Silval Barbosa, disse que ainda não teve acesso à integra dos autos da Ararath. “Sabemos que a sociedade e os meios de comunicação esperam uma manifestação da defesa ou do próprio governador, mas o que sabemos ainda é muito vago”.

Mas ma verdade, “onde existe fumaça, há fogo”.

Cadeia na cambada! 

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