POLÍTICOS ASSUSTAM PAPA
E ELE SAI CORRENDO DA
MISSA
Gerson Tavares
Se nem o “Francisco” se
acha livre deles, o que dirá o pobre povo brasileiro. Digo isso porque o papa
Francisco deixou inesperadamente a Igreja de Santo Início de Loyola, no centro
de Roma, na noite de quinta-feira passada, dia 24, após celebrar missa em ação
de graças pela canonização do Padre Anchieta, cancelando uma cerimônia de
beija-mão, na qual seria cumprimentado por 50 convidados, numa sala ao lado do
altar.
E os organizadores da
cerimônia definiram esta atitude de Francisco, porque ele ficou assustado com o
assédio de políticos brasileiros que tentavam se aproximar quando ele falava
com o vice-presidente da República, Michel Temer, que foi a Roma representando
a presidente Dilma Rousseff. Há quem diga que Francisco até tirou o anel para
evitar que fosse furtado.
Como existe um
protocolo em qualquer cerimônia em que o Papa esteja presente, os políticos não
deveriam se aproximar naquele momento. Eram eles, Renan Calheiros, que é o
presidente do Senado, seus colegas Ricardo Ferraço, que como Renan faz parte do
PMDB, Ana Rita, esta do PT, além do deputado Esperidião Amin, do PP e o
ex-senador Gerson Camata.
E o “beija-mão” estava
preparado, mas Francisco caminhou até a porta principal do templo, onde foi
aplaudido por umas 100 pessoas que não tiveram acesso à missa e cercado por um
grupo de repórteres, fotógrafos e cinegrafistas, em meio a um pequeno tumulto.
Era tudo que ele precisava para fugir dos “larápios” brasileiros.
Espertamente, em vez de
voltar para o beija-mão e de sair por uma porta lateral, Francisco pegou seu
carro de volta ao Vaticano sem explicações. Alguns convidados acharam que ele
estava muito cansado, o que seria natural após a programação da Semana Santa.
A missa reuniu 1.200
pessoas, selecionadas pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB),
que convidou o governo e parlamentares, e pela Companhia de Jesus, a qual
pertencia São José de Anchieta.
O também jesuíta papa
Francisco, que canonizou o Apóstolo do Brasil há três semanas, em 3 de abril,
celebrou uma missa festiva, mas de liturgia simples, que durou pouco mais de
uma hora, simples como manda o ritual jesuíta. O papa leu o texto da missa em
português, mas fez a homilia em espanhol.
Embora os participantes
fossem, na maioria, brasileiros, havia uma delegação de 80 peregrinos e três bispos
das Ilhas Canárias, onde Anchieta nasceu na cidade de São Cristóvão da Laguna.
Claro que os membros do
clero que ali estavam, fossem eles do Brasil ou das Ilhas Canárias, entenderam
a homilia em espanhol e para os políticos, tanto em espanhol ou português fosse
feito o sermão, não entenderiam mesmo e assim sendo, nem notaram o idioma.
Pelo que falou um dos políticos que não conseguiram "beijar a mão", não beijaram a mão, mas
passearam muito.
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