quinta-feira, 1 de maio de 2014

“Seriam ladrões?”. Pelo sim pelo não, Francisco “se mandou”.



POLÍTICOS ASSUSTAM PAPA 

E ELE SAI CORRENDO DA MISSA

Gerson Tavares






Se nem o “Francisco” se acha livre deles, o que dirá o pobre povo brasileiro. Digo isso porque o papa Francisco deixou inesperadamente a Igreja de Santo Início de Loyola, no centro de Roma, na noite de quinta-feira passada, dia 24, após celebrar missa em ação de graças pela canonização do Padre Anchieta, cancelando uma cerimônia de beija-mão, na qual seria cumprimentado por 50 convidados, numa sala ao lado do altar.

E os organizadores da cerimônia definiram esta atitude de Francisco, porque ele ficou assustado com o assédio de políticos brasileiros que tentavam se aproximar quando ele falava com o vice-presidente da República, Michel Temer, que foi a Roma representando a presidente Dilma Rousseff. Há quem diga que Francisco até tirou o anel para evitar que fosse furtado.

Como existe um protocolo em qualquer cerimônia em que o Papa esteja presente, os políticos não deveriam se aproximar naquele momento. Eram eles, Renan Calheiros, que é o presidente do Senado, seus colegas Ricardo Ferraço, que como Renan faz parte do PMDB, Ana Rita, esta do PT, além do deputado Esperidião Amin, do PP e o ex-senador Gerson Camata.

E o “beija-mão” estava preparado, mas Francisco caminhou até a porta principal do templo, onde foi aplaudido por umas 100 pessoas que não tiveram acesso à missa e cercado por um grupo de repórteres, fotógrafos e cinegrafistas, em meio a um pequeno tumulto. Era tudo que ele precisava para fugir dos “larápios” brasileiros.

Espertamente, em vez de voltar para o beija-mão e de sair por uma porta lateral, Francisco pegou seu carro de volta ao Vaticano sem explicações. Alguns convidados acharam que ele estava muito cansado, o que seria natural após a programação da Semana Santa.

A missa reuniu 1.200 pessoas, selecionadas pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que convidou o governo e parlamentares, e pela Companhia de Jesus, a qual pertencia São José de Anchieta.

O também jesuíta papa Francisco, que canonizou o Apóstolo do Brasil há três semanas, em 3 de abril, celebrou uma missa festiva, mas de liturgia simples, que durou pouco mais de uma hora, simples como manda o ritual jesuíta. O papa leu o texto da missa em português, mas fez a homilia em espanhol.

Embora os participantes fossem, na maioria, brasileiros, havia uma delegação de 80 peregrinos e três bispos das Ilhas Canárias, onde Anchieta nasceu na cidade de São Cristóvão da Laguna.

Claro que os membros do clero que ali estavam, fossem eles do Brasil ou das Ilhas Canárias, entenderam a homilia em espanhol e para os políticos, tanto em espanhol ou português fosse feito o sermão, não entenderiam mesmo e assim sendo, nem notaram o idioma.


Pelo que falou um dos políticos que não conseguiram "beijar a mão", não beijaram a mão, mas passearam muito. 

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