Valores democráticos

Gerson Tavares

Cinco anos se passaram e agora uma lista constando 36 nomes de “bandidos” é publicada para “talvez” um dia serem julgados e “quem sabe”, serem condenados. Estamos falando da “quadrilha do mensalão”, que segundo o procurador-geral Roberto Gurgel, trata-se da “mais grave agressão aos valores democráticos que se possa conceber”.

É assim que ele afirma em suas alegações finais ao Supremo Tribunal Federal, quando a Procuradoria Geral da República reafirma que a quadrilha chefiada pelo José Dirceu, que à época era ministro da Casa Civil do governo Lula. Fica bem claro que Dirceu usava dinheiro público para comprar apoio no Congresso e Gurgel pede a condenação de 36 “bandidos” e ali mesmo ele pede pena para José Dirceu que pode chegar a 111 anos de prisão.

Entre esses “bandidos” estão nomes que continuam na política dando as cartas. Neste caso está o próprio José Dirceu que mesmo do lado de fora do governo, mete a colher lá e manda e desmanda. Foi um dos “guardiões” na campanha da Dilma à presidência e até hoje tem sempre o seu dedo em negócios com empreiteiras, tanto no âmbito nacional como estadual e municipal. Se puxarem bem a corda no caso da Delta, lá está a mão de Dirceu.

Mas junto com ele temos o José Genoino, que hoje é o assessor do ministro da Defesa e que pode pegar uma pena de até 99 anos. Também temos o Waldemar da Costa Neto, outro “pilantra” que além de deputado é o manda-chuva do PR e que pode pegar até 425 anos de cadeia. O homem que "abriu o bico" porque queria aumento de “mesada”, Roberto Jefferson, pode pegar 82 anos, o “parceirão” do Lula, o Duda Mendonça, que hoje está lutando para ser dono de um Estado inteiro na divisão do Pará, pode pegar uma pena que vai há 941 anos, o que quer dizer que até quando chegar ao inferno, ele ficará preso.

Mas o recordista dos 36 é o “careca-cabeludo” Marcos Valério. Esse “bandido” poderá receber de presente uma pena que pode chegar aos 1.727 anos de prisão.

É, pelo jeito, vamos ter que matar essa cambada, embalsamar e guardar em cela refrigerada.