A pouca vergonha é geral

José Antonio Toffoli é um dos representantes da “sacanagem”

Os Três Poderes da República estão sempre muito bem representados no “mundo escandaloso” do momento brasileiro. E não é que até aquele Poder que deveria ser o grande fiscalizador de qualquer desmando dos outros dois Poderes, está deixando à desejar?

A Justiça, aquele Poder que deveria estar sempre de olho naquilo que o Executivo e o Legislativo fizessem de errado, já não pode mais interferir nos desmandos dos outros. Digo isso quando fico sabendo que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) José Antonio Dias Toffoli viajou para Itália, em dia de sessão da Corte, a convite do advogado criminalista Roberto Podval.

Toffoli foi acompanhar o casamento do advogado, na ilha de Capri, em junho. Os noivos pagaram a hospedagem aos cerca de 200 convidados em um hotel cinco estrelas. Depois que a “farra” veio à público, o ministro, que indicado para ocupar uma cadeira no STF pelo então presidente Lula, mandou a sua assessoria de imprensa avisar que ele não iria comentar o assunto. Declarou que se reservaria o direito de não falar sobre seus “compromissos privados”, mas também não quis falar quem pagou as despesas da viagem.

E esse negócio de “compromissos privados” está ficando com cheiro daquilo que eles fazem na “privada” e todos lemmbram que foi mais assim que o Sérgio Cabral também falou quando do caso dos passeios com empreiteiros que trabalham para o governo do Rio.

Quanto ao José Antonio Dias Toffoli, ele é relator de dois processos nos quais o advogado Roberto Podval atua como defensor dos réus.

Pela legislação, um juiz deve se declarar impedido de relatar um processo se for amigo íntimo de uma das partes. Toffoli disse que não se julga “amigo íntimo” de Podval.

Todos nós sabemos que quem convida alguém para o seu casamento normalmente é intimo, mas o Toffoli acha que neste caso, de convite para um casamento na ilha de Capri, lá no sul da Itália, não é intimo.

Quer saber Toffoli? Vai caçar um canário!