quarta-feira, 27 de julho de 2011

Saúde e Educação, casos de polícia



Gerson Tavares



Muitos falam que o brasileiro sempre sofreu por falta de escola e por falta de hospitais e eu concordo. Mas se procurarmos olhar melhor, podemos ver que a cada dia a Saúde e a Educação são os setores mais abandonados pelos nossos governantes.

Na Educação os governantes descobriram que se fossem oficializadas as “cotas”, o povão poderia ficar mais tranquilo, até porque o povão não entende que cota é covardia para como futuro do profissional. Se um “cotista” fizer qualquer besteira na profissão virá sempre alguém apontando e falando: “Tá vendo, é cotista”.

Mas em compensação o governo fica muito mais tranquilo porque ninguém mais grita pedindo vaga em faculdade e a responsabilidade fica para o futuro.

Mas se falarmos em Saúde, se ela já era ruim na época do SAMDU, que fazia o serviço de atendimento médico de urgência domiciliar. As equipes de plantonistas estavam sempre prontas em ambulâncias e compareciam quando solicitadas até as casas de pessoas doentes e providenciavam o atendimento no local ou em caso de necessidade, transportavam o paciente para o hospital mais próximo. Também nos postos do SAMDU havia atendimento, sempre com médicos de plantão 24 horas.

E os hospitais, que lutavam com todas as dificuldades possíveis, sempre tinham condições de atender as pessoas que ali apareciam precisando algum atendimento.

Mas hoje, no lugar do SAMDU, temos o SAMU, que sem a estrutura de antigamente, sempre que podem transportam os pacientes que estão nas ruas para os hospitais que já não têm condição de atendimento. Nos hospitais faltam medicamentos, faltam médicos, enfermeiros e até serventes. Aliás, segundo uma pessoa que compareceu a um hospital do centro da cidade do Rio de Janeiro, só não falta naquele hospital, um dos maiores da rede municipal, é segurança.

Mas por que será que a coisa chegou a esse ponto? Afinal, estes dois setores, Educação e Saúde, têm os maiores orçamentos da União. Mas a resposta é fácil porque também são esses dois setores os mais atingidos pela corrupção. Basta dizer, que segundo o Departamento de Patrimônio e Probidade da Advocacia Geral da União, de 60% a 70% dos recursos públicos desviados dos cofres no país são exatamente dessas duas áreas.

Dinheiro destinado a construção ou mesmo de reforma de escolas e hospitais, compras de merenda e medicamentos, construção de quadras esportivas ou procedimentos do SUS, acaba indo para os bolsos dos políticos corruptos.

De 2007 até 2010 foram desviados mais de R$ 662,2 milhões exatamente nessas duas áreas.
E para fechar com chave de cadeia, digo que quase metade dos acusados pelos atos de improbidade são prefeitos ou ex-prefeitos.

Como podemos ver as “cotas” na Educação só existem na faculdade, mas as “cotas” de ladrões começam no “curso primário”.

Cadeia neles!

Um comentário:

vilma.sá disse...

Quanto ao problema saúde, a solução é fácil. Um decreto para que todo político ou seu familiar só seja atendido em hospital público.
Garanto que tudo vai ser perfeito.
Mas enquanto eles forem atendidos nos melhores hospitais do país e ainda por conta do povo, a saúde brasileira sera essa calamidade que se vê.

Vilma Sá
São Paulo