sexta-feira, 22 de julho de 2011

Bafômetro



Gerson Tavares



A grande discussão do momento é a “Lei Seca”. Bebida não combina com o volante e eu dou o maior apoio. Quantas vidas já foram ceifadas pela irresponsabilidade desses vândalos que tomam todas e depois se acham o verdadeiro “super-homem” e saem por aí em desabalada carreira até matar alguém.

E o pior é que dificilmente são eles que morrem, até porque dizem que Deus sempre protege os bêbados, mas em compensação quantas pessoas já morreram pelas loucuras desses marginais do volante.

Então foi instituída a “Lei Seca” para segurar esses loucos, só que como tudo que é lei neste país, os furos são muitos. Para inicio de conversa, está lá na Constituição que ninguém pode ser obrigado a produzir provas contra si.

E se o motorista não pode ser obrigado a produzir provas contra ele, para que instituíram o bafômetro? É muito difícil um motorista alcoolizado soprar o bafômetro e vai daí que ele paga a multa e quatro dias depois já está novamente bebendo e dirigindo.

E eu não sei o porque, mas sempre que alguém se recusa fazer o teste, esse alguém tem dinheiro, se bem que para ficar quase todas as noites da semana bebendo, só tendo mesmo muito dinheiro.

Estou escrevendo tudo isso porque há poucos dias atrás, uma moça dirigia o seu carro por uma rua em um bairro nobre da capita paulistana e um ricaço de São Paulo, que estava dirigindo à mais de 150 quilômetros por hora, a matou. Com seu Porche, o bêbado motorizado bateu contra o carro da moça e depois do acidente se recusou a soprar o bafômetro, foi para o hospital e de lá foi para casa porque pagou uma fiança de trezentos mil reais e tudo bem.

Neste caso não seria necessário o motorista “produzir” provas contra ele. Se ele foi atendido em um hospital, é lógico que ele passou por exames e ali, naturalmente, foi constatado o estado etílico do “safardana”, para que o "bafometro"?. É só uma questão da Justiça pedir o laudo médico.

Mas estou falando sobre tudo isso para chegar ao aparelho medidor do teor alcoólico no sangue, o “etilômetro”, esse aparelho que recebeu o apelido de “bafômetro” e que se tornou um monstro nas noites do país.

Eu não bebo, mas também não tenho coragem, pelo menos aqui no Estado do Rio de Janeiro, de colocar um aparelho desses na boca para mostrar que não bebi. E é fácil de explicar o porque dessa minha recusa. Existe e já em uso em alguns Estados da Federação, o bafômetro descartável, mas aqui no Rio de Janeiro o bafômetro usado pela polícia não é descartável e só o bocal é descartável.

Gente de Deus, o transmissor de bactérias não é o bocal e sim o aparelho. É exatamente dentro dele, do aparelho, que se instalam os predadores da saúde. Será que o governo do Estado é tão pobre assim que não possa comprar o bafômetro descartável? Não custa tão caro assim. Se por acaso eu quiser comprar alguns poucos, para ter no carro, não vou pagar mais de oito reais por cada um. Como o governo comprando uma quantidade para cobrir todos os postos de polícia do Estado, eu garanto que irá custar no máximo, o mesmo que custam os bocais dos atuais bafômetros.

Por isso, quando vejo que alguém se recusou a fazer o teste do bafômetro, eu me coloco na mesma situação. Não tenho coragem de colocar a boca naquele “cachimbo da paz” que poderá me trazer sérios problemas de saúde.

Seria hora do Ministério da Saúde olhar com mais respeito para a situação dos motoristas que só querem cuidar da saúde e mais nada.

4 comentários:

degouveia disse...

Está aí um fato novo para ser olhado com carinho. O bocal do bafometro e nada é a mesma coisa. O perigo de contaminação está exatamente no aparelho.
E se existe o aparelho totalmente descartável, porque não usá-lo?
É hora de apertar as autoridades que criam as leis, mas não vêm os problemas.

Hilário de Gouveia
Belo Horizonte

j.santos disse...

Mas se existe o bafometro descartável por que o governo do estado não compra desses?
Será que a fábrica dos bocais dá uma propina para os Sérgios Cabral e Cortez?
Desses aí todo é possível.
Jeorgina Santos
Rio de Janeiro

costa&silva disse...

Já que existe à venda o bafômetro descartável, se por acaso eu tiver um no meu carro, eu posso fazer o meste neste que eu comprei? Sim, porque se ele é autorizado para ser usado nos outros estados da federação, por que não aqui no Rio?

Vou procurar comprar alguns e levar sempre no carro e se por acaso precisar, vou usar o meu direito de soprar um higienizado e não essa coisa que o Cabral quer usar cheio de germes e bactérias.
Em último caso entro na Justiça e vamos ver quem é o mais forte.

Jorge Fernando Costa e Silva
Rio de Janeiro

nvidal1 disse...

Até parece que os governantes estão preocupados com saúde da população. Isso é um simples detalhe.
Eles só estão nessa de bafômetro porque os acidentes mancham a cidade, porque é sinal de que não há fiscalização, mas quanto a pegar uma doença por usar um aparelho contaminado, é só um azar e nada mais.
Norberto Vidal
Rio de janeiro