Imagem do governo

Gerson Tavares

Deixa-me ver se entendi o que as ministras Ideli Salvatti e Geisi Hoffmann queriam dizer quando, falando com os senadores da base, deram um recado da presidente Dilma. Elas disseram que a presidente “mandou avisar” que não quer manter o José Luiz Pagot no Dnit, para não macular a imagem do governo.

Esse foi o recado de Dilma, que pelo que dizem, para dar um puxão de orelha nos aliados que teimam em manter o Pagot no mesmo cargo que serviu de estopim para essa explosão do Ministério dos Transportes.

Mas pelo que eu entendi a Dilma não quer castigar o Pagot e sim acalmar os ânimos. Ela precisa dar uma satisfação à opinião pública, mas não pode punir aquele “fiel escudeiro” que salvou todo um esquema de corrupção que tem séde lá no Palácio do Planalto.

Afinal, José Luiz Pagot falou anteriormente para quem quisesse ouvir que ele recebia ordens de Paulo Bernardo, um ministro que vem da época de Lula e agora já até emplacou a cara-metade no Palácio. Lógico que Pagot é muito esperto e não entregou o jogo na hora do seu “depoimento” no Senado e assim, preservando os “mandantes” de qualquer acusação, ele está com alvará para transitar tranquilo pelo governo.

A Dilma só quer que ele fique de fora neste momento porque o escândalo ainda é “o da vez”, mas ela deixou claro em seu recado para os aliados que, com outro escândalo entrando no lugar deste, coisa que não deve demorar muito, já que a turma é gulosa e não perde tempo, depois que ninguém mais falar em Dnit, ela vai arrumar um bom lugar para o José Luiz Pagot e tudo voltará ao ser o “mar de almirante” que foi. Será uma saída honrosa do governo para “pagat” tudo que o Pagot fez em seu “depoimento”.

Mas pelo que fiquei sabendo, quem está “fulo” da vida é o Alfredo Nascimento. Ele tem demonstrado estar magoado com o governo. Além de ter perdido um ministério “rico”, ele ainda está vendo que a empresa “honesta” do seu filho Gustavo pode ir para o brejo. Afinal, uma empresa que cresce vertiginosamente em dois anos, não pode agora parar de faturar. “O uso do cachimbo deixou o Gustavo com a boca torta” e ele hoje já não se conforma em ganhar pouco.

Quanto ao caso do Gustavo pelo que deu para entender, está difícil de resolver o problema, a não ser, como disse um senador que não quis ter o nome divulgado, se o Gustavo fechar essa empresa e abrir outra. Aí fica fácil de montar outro esquema para ganhar até mais ainda, desde que haja dividendos, disse o senador.

Mas em relação ao Alfredo Nascimento, que está super deprimido, as ministras Ideli Salvatti e Gleisi Hoffmann foram alertadas que se faz necessário reinserir politicamente o "quadrilheiro-senador” à base aliada.

De outra maneira, nem uma junta de psicólogos dará jeito.