NUNCA FOI TÃO INDECENTE
A POSIÇÃO DO GOVERNO
Gerson Tavares
Foi só o governo anunciar sua proposta de modelo progressivo da a aposentadoria para o Congresso reagir. E em poucas horas, tornou-se
praticamente um consenso no Parlamento que a proposta do governo teria que ser
alterada. Pelo que o governo queria, ficaria valendo até dezembro de 2016 a fórmula
85/95, que é a soma da idade com o tempo de contribuição para mulheres e
homens, respectivamente. A regra havia sido criada pelo Congresso, mas para garantir a
sustentabilidade da previdência, foi criado um modelo progressivo. Em 2017 e
2018, entraria em vigor a fórmula 86/96; em 2019, 87/97; em 2020, 88/98; em 2021,
89/99 e de 2022 em diante, 90/100. Do modo que a coisa foi "montada", se alguém não
atingir essa “conta de chegar”, porque morreu antes disso, a família vai pagar
multa ao Ministério do Trabalho.
E assim ficou acertado e segundo projeções do Ministério do Planejamento, existe uma estimativa
que o governo deixará de gastar R$ 50 bilhões até 2026, na comparação com a
proposta aprovada no Congresso, onde o escalonamento foi considerado muito
duro. O recado foi dado pelo próprio presidente do Senado, Renan Calheiros, que
é parte do governo através do “seu” PMDB alagoano. Diz ele: “Tem que melhorar
essa regra de progressividade, porque ela não pode anular os ganhos que
obtivemos com a regra 85/95. O papel do Legislativo é exatamente melhorar a MP.
E estou disposto a colaborar com esse esforço”. E eu, que não entendo porquê não
acabar com essa tal de “medida provisória” só penso quando meu bisneto aposentar, aliás, se ele vai se aposentar antes dos 120 anos. Será que essa MP não é só o início das
regras para a ditadura que eles estão preparando e prevendo que permaneça até 2026?
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, também do PMDB, só que do Rio de Janeiro, foi
cauteloso ao comentar a nova regra. E ele falou: “Se explicarem bem, pode ser
que (a regra) tenha apoio. O problema é que o processo da derrubada do veto
será anterior à apreciação da MP. Terá que ser um trabalho político de
conscientização, mostrando que é uma regra boa para país. Vamos dar um crédito de
confiança". Isso se não aparecer alguém querendo mexer na aposentadoria dos politiqueiros se estão por aí.
E eu então pergunto se essa turma comandada por Dilma Rousseff merece
confiança? Eu, pelo menos, não confio em “bandido”.
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