DELAÇÃO PREMIADA NÃO PODE
SER CONSIDERADA PROVA
Gerson Tavares
Sempre que é
chegada a hora de ser nomeado mais um ministro para o Supremo Tribunal Federal,
eu falo que já é hora de ao presidente da República ser retirada a oportunidade
de “escolher” nomes para a função. E isso não é coisa de agora, e sim, de
“todo o sempre”.
E mais uma
vez foi a presidente Dilma que teve a oportunidade de “designar” quem ela queria para a
cadeira que havia sido usada por Joaquim Barbosa, aquele ministro que “bateu de
frente” com a “presidente guerrilheira”.
Pois foi
exatamente o Luiz Edson Fachin que resolveu dar “pitaco” naquele assunto que é
de interesse direto da Dilma Rousseff e seus “quadrilheiros”. Segundo o Fachin,
a delação premiada não pode ser considerada como prova, mas como um indício que
deverá ser apurado.
Essa é
opinião de Luiz Edson Fachin, que foi empossado ministro do Supremo Tribunal
Federal no dia 16, terça-feira da semana passada, mas mesmo antes da posse colocou tudo como a Dilma havia mandado. Em conversa
de Fachin com jornalistas paranaenses na manhã de sexta-feira, dia 12, em
Curitiba, aquele que ainda era um futuro ministro, destacou a importância de
manter o direito de presunção de inocência.
Fachin
afirmou que mesmo diante da “inércia legislativa”, o juiz não pode tomar o
lugar do legislador. Para ele, o destaque que o Supremo vem ganhando na
sociedade é reflexo do crescimento do acesso aos direitos, intensificado com a
promulgação da Constituição Federal. Foi então que ele disse que está mudando
sua agenda para poder estar presente em todas as sessões do STF.
Mas será que
isso não seria o certo, ele participar de todas as sessões daquele órgão, ao
qual foi guindado? Isso não será um favor e sim, uma obrigação. Ou não? Será
que estou errado?
E foi então
que o Fachin disse aos jornalistas que está transferindo todos os compromissos
estabelecidos nas terças, quartas e quintas-feiras, para ter os dias
completamente dedicados ao tribunal. Afirmou que não deixará de comparecer a
nenhuma sessão do Supremo. Assim ele quis dizer que ele estará fazendo um
grande favor ao Brasil por cumprir o dever? Realmente esse “sujeito” é um
grande representante do PT.
Depois de
todo esse “recado anônimo”, ele afirmou ainda que pretende ser discreto,
principalmente ao se relacionar com a impressa. “O juiz fala no processo”,
afirmou. Segundo ele, suas posições serão conhecidas com as intervenções que
ele fizer no Plenário e em seus votos. Isso é pelo menos o que se espera de um homem
digno, mas se já começa “alardeando sua posição”, isso só prova que ele não é
confiável.
Por esse
“recado” a Dilma tem em Fachin um "cão de guarda”.
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