quinta-feira, 11 de junho de 2015

JÁ NÃO BASTA BANDIDO DE CASA
 







Dessa vez um personagem diferente é o centro das atenções do relatório sigiloso feito pelo agente Thomas A. Ethridge, do Drug Enforcement Administration (DEA, a agência antidrogas americana), que atuava no Consulado de São Paulo. Com data de 15 de agosto de 2013, o documento de oito páginas mostra a atuação do empresário americano Emir Adel Chehad. “Eu sei que vocês colocam coisas em aeronave para monitorar localização”, disse aos agentes do DEA que o entrevistaram em Miami, nos EUA.

Chehad tinha bom trânsito com políticos paraguaios. Em 2008, por exemplo, compareceu a uma festa em homenagem ao chanceler Alejandro Hamed na qual estava o ex-presidente Lino Oviedo. Em 2013, aos investigadores da DEA, se disse amigo do então presidente do Paraguai, Federico Franco, e confirmou a venda de aeronaves, mas negou envolvimento com o tráfico de drogas.

Foi Chehad, segundo a PF, quem vendeu um King Air modelo 300 à organização criminosa brasileira. Recebeu US$ 1 milhão. Também negociou um Learjet 35 com os acusados.

E foi exatamente do Paraguai que um ramo da organização passou a trazer a cocaína para o Brasil, em 2013. Os voos passaram a ser feitos por helicópteros. Em um deles, o grupo usou um aparelho de propriedade do senador Zezé Perrella, do PDT mineiro. Pelos grampos da PF ficou demonstrado que o piloto da família fez isso sem o conhecimento do patrão.

Mas como cada um trabalha para quem lhe dá condições de lida, se o piloto levar o Perrella junto, vai acabar tudo dando no mesmo, quer dizer, "levando só droga". 

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