JÁ NÃO BASTA BANDIDO DE CASA
Dessa vez um
personagem diferente é o centro das atenções do relatório sigiloso feito pelo
agente Thomas A. Ethridge, do Drug Enforcement Administration (DEA, a agência
antidrogas americana), que atuava no Consulado de São Paulo. Com data de 15 de
agosto de 2013, o documento de oito páginas mostra a atuação do empresário
americano Emir Adel Chehad. “Eu sei que vocês colocam coisas em aeronave para
monitorar localização”, disse aos agentes do DEA que o entrevistaram em Miami,
nos EUA.
Chehad tinha
bom trânsito com políticos paraguaios. Em 2008, por exemplo, compareceu a uma
festa em homenagem ao chanceler Alejandro Hamed na qual estava o ex-presidente
Lino Oviedo. Em 2013, aos investigadores da DEA, se disse amigo do então
presidente do Paraguai, Federico Franco, e confirmou a venda de aeronaves, mas
negou envolvimento com o tráfico de drogas.
Foi Chehad,
segundo a PF, quem vendeu um King Air modelo 300 à organização criminosa
brasileira. Recebeu US$ 1 milhão. Também negociou um Learjet 35 com os
acusados.
E foi exatamente do
Paraguai que um ramo da organização passou a trazer a cocaína para o Brasil, em
2013. Os voos passaram a ser feitos por helicópteros. Em um deles, o grupo usou
um aparelho de propriedade do senador Zezé Perrella, do PDT mineiro. Pelos grampos
da PF ficou demonstrado que o piloto da família fez isso sem o conhecimento do
patrão.
Mas como cada
um trabalha para quem lhe dá condições de lida, se o piloto levar o Perrella junto, vai
acabar tudo dando no mesmo, quer dizer, "levando só droga".
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