PROPINA NA PETROBRAS
VIROU SISTEMÁTICA EM 2007
Gerson Tavares
Farinha
pouca, meu pirão primeiro. E foi pensando assim que o vice-presidente da
Camargo Corrêa, Eduardo Leite, afirmou em sua delação premiada, nos processos
da Operação Lava Jato, que o esquema de corrupção e pagamento de propinas em
troca de contratos na Petrobras passou a ser sistemático a partir de 2007.
Disse ele: "A
partir de 2007 se instalou uma sistemática de pagamentos de propina pela
Camargo Corrêa em favor da Diretoria de Serviços e de Abastecimento da
Petrobras, por conta de cada contrato firmado entre a construtora e a
estatal". Leite fez essa colocação em um dos termos de delação tomados
pela força-tarefa da Lava Jato, entre os dias 6 e 13 de março.
Ele que tinha
32 contratos fechados com a estatal, apontou que em dez deles houve corrupção.
O pagamento era a garantia de que representantes da Camargo Corrêa seriam
recebidos pelos diretores e que a empreiteira não seria prejudicada em suas
contratações.
Essa afirmação
do vice-presidente da Camargo Corrêa só vem confirmar o que disse outro
executivo que aceitou fazer delação premiada, o Augusto Ribeiro Mendonça, da
Setal Engenharia e Toyo Setal, ainda no ano passado. Ele havia apontado atuação
efetiva do cartel de forma sistematizada a partir de 2007.
E o Eduardo Leite
afirmou ainda que entre 2007 e 2012 foram pagos R$ 110 milhões referentes a dez
contratos assinados com as diretorias de Serviços e Abastecimento, que são “braços
do PT e do PP”, respectivamente, no esquema de corrupção desbaratado pela Lava
Jato.
Eduardo, que
é um dos chefões da área de Óleo e Gás da Camargo Corrêa, que mantém relações
institucionais com a Petrobras, especificou que, além das obras nas refinarias
Abreu e Lima em Pernambuco, Getúlio Vargas no Paraná, e Henrique Lage em São
Paulo, já sob apuração, houve esquema também em outras obras.
Na delação do
vice-presidente da Camargo Corrêa, Eduardo Leite confirmou à Polícia Federal que
pagou R$ 63 milhões em propina para uma diretoria da Petrobras e R$ 47 milhões
para outra. Quer dizer que a Petrobras tinha duas diretorias para pegar
propina?
Interessante.
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