terça-feira, 28 de abril de 2015

PROPINA NA PETROBRAS
VIROU SISTEMÁTICA EM 2007

Gerson Tavares
 



Farinha pouca, meu pirão primeiro. E foi pensando assim que o vice-presidente da Camargo Corrêa, Eduardo Leite, afirmou em sua delação premiada, nos processos da Operação Lava Jato, que o esquema de corrupção e pagamento de propinas em troca de contratos na Petrobras passou a ser sistemático a partir de 2007.

Disse ele: "A partir de 2007 se instalou uma sistemática de pagamentos de propina pela Camargo Corrêa em favor da Diretoria de Serviços e de Abastecimento da Petrobras, por conta de cada contrato firmado entre a construtora e a estatal". Leite fez essa colocação em um dos termos de delação tomados pela força-tarefa da Lava Jato, entre os dias 6 e 13 de março.

Ele que tinha 32 contratos fechados com a estatal, apontou que em dez deles houve corrupção. O pagamento era a garantia de que representantes da Camargo Corrêa seriam recebidos pelos diretores e que a empreiteira não seria prejudicada em suas contratações.

Essa afirmação do vice-presidente da Camargo Corrêa só vem confirmar o que disse outro executivo que aceitou fazer delação premiada, o Augusto Ribeiro Mendonça, da Setal Engenharia e Toyo Setal, ainda no ano passado. Ele havia apontado atuação efetiva do cartel de forma sistematizada a partir de 2007.

E o Eduardo Leite afirmou ainda que entre 2007 e 2012 foram pagos R$ 110 milhões referentes a dez contratos assinados com as diretorias de Serviços e Abastecimento, que são “braços do PT e do PP”, respectivamente, no esquema de corrupção desbaratado pela Lava Jato.

Eduardo, que é um dos chefões da área de Óleo e Gás da Camargo Corrêa, que mantém relações institucionais com a Petrobras, especificou que, além das obras nas refinarias Abreu e Lima em Pernambuco, Getúlio Vargas no Paraná, e Henrique Lage em São Paulo, já sob apuração, houve esquema também em outras obras.

Na delação do vice-presidente da Camargo Corrêa, Eduardo Leite confirmou à Polícia Federal que pagou R$ 63 milhões em propina para uma diretoria da Petrobras e R$ 47 milhões para outra. Quer dizer que a Petrobras tinha duas diretorias para pegar propina?

Interessante.


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