PERUA PODE?
Gerson Tavares
Existem expressões
no vocabulário brasileiro que podem agredir alguém e nesse caso que vou relatar esse fato que está deixando as peruas revoltadas. Dizem que os perus estão verdadeiras araras com quem andou chamando a Marta Suplicy de “perua”.
Mas como tudo
que envolve os politiqueiros brasileiros, o problema acabou chegando à esfera maior da
Justiça. Foi então que o STJ (Superior Tribunal de Justiça) teve que perder
tempo para estudar e negar recurso da senadora Marta Suplicy, que é do PT
paulista, que estava pedindo indenização por danos morais contra a editora
Abril.
Tudo porque
na edição de 15 de junho de 2005, a revista "Veja" utilizou a
expressão "perua" ao se referir a então prefeita de São Paulo. A
decisão foi tomada no dia 25 de fevereiro deste ano pelo ministro Villas Bôas
Cueva, mas que só foi divulgada na quarta-feira da semana passada.
E essa “babaquice”
só chegou ao STJ, porque a senadora tentou mudar o acórdão do Tribunal de
Justiça de São Paulo que rejeitou seu pedido de indenização por danos morais
contra a editora.
A Marta “suplício”,
quer dizer, Suplicy, alegou que o termo foi utilizado de "forma pejorativa
e sem qualquer nexo lógico com a matéria publicada pela revista Veja". Mas
pelo meu modo ver, quem deveria entrar na Justiça pedindo indenização era a Sociedade
Protetora dos Amimais que teve um seguimento dos seus “sócios”, comparado a uma
pessoa qualquer e que não tem o menor valor para ser uma “perua”. E a Marta
ainda andou falando que, ao utilizar o termo, a editora difamou e promoveu
injúria passível de indenização.
Para negar o
recurso especial, o ministro citou a decisão anterior do TJ-SP e levou em conta
a conjuntura político-social da época do episódio.
Assim está colocado
no acórdão do TJ-SP: "Não se entrevê, no entanto, carga ofensiva
suficiente no emprego da referida expressão a ensejar o reconhecimento de lesão
moral indenizável. A expressão 'perua', no contexto da matéria, foi nitidamente
empregada para destacar o estilo pessoal da apelada, marcado, neste particular,
pela elegância no vestir. Note-se, a propósito, que a veiculação trata a
recorrida como a 'esfuziante ex-prefeita', reforçando a ideia de que a
expressão foi utilizada para fins de simplesmente ressaltar o estilo pessoal da
autora, nada mais".
O TJ-SP
também ressaltou que a expressão "perua paulista" já havia sido
utilizada pela revista Época para expressar o estilo pessoal da ex-prefeita de
São Paulo, "sem que ela tenha se voltado contra tal publicação".
Mas a Marta
não poderia deixar de tentar levar vantagem, apelando assim para a “Lei do Gerson”. Só não podemos esquecer que não foi uma comparação. Afinal, as peruas não merecem tal desrespeito.
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