quinta-feira, 23 de abril de 2015

PERUA PODE?

Gerson Tavares
 





Existem expressões no vocabulário brasileiro que podem agredir alguém e nesse caso que vou relatar esse fato que está deixando as peruas revoltadas. Dizem que os perus estão verdadeiras araras com quem andou chamando a Marta Suplicy de “perua”.

Mas como tudo que envolve os politiqueiros brasileiros, o problema acabou chegando à esfera maior da Justiça. Foi então que o STJ (Superior Tribunal de Justiça) teve que perder tempo para estudar e negar recurso da senadora Marta Suplicy, que é do PT paulista, que estava pedindo indenização por danos morais contra a editora Abril.

Tudo porque na edição de 15 de junho de 2005, a revista "Veja" utilizou a expressão "perua" ao se referir a então prefeita de São Paulo. A decisão foi tomada no dia 25 de fevereiro deste ano pelo ministro Villas Bôas Cueva, mas que só foi divulgada na quarta-feira da semana passada.

E essa “babaquice” só chegou ao STJ, porque a senadora tentou mudar o acórdão do Tribunal de Justiça de São Paulo que rejeitou seu pedido de indenização por danos morais contra a editora.

A Marta “suplício”, quer dizer, Suplicy, alegou que o termo foi utilizado de "forma pejorativa e sem qualquer nexo lógico com a matéria publicada pela revista Veja". Mas pelo meu modo ver, quem deveria entrar na Justiça pedindo indenização era a Sociedade Protetora dos Amimais que teve um seguimento dos seus “sócios”, comparado a uma pessoa qualquer e que não tem o menor valor para ser uma “perua”. E a Marta ainda andou falando que, ao utilizar o termo, a editora difamou e promoveu injúria passível de indenização.

Para negar o recurso especial, o ministro citou a decisão anterior do TJ-SP e levou em conta a conjuntura político-social da época do episódio.

Assim está colocado no acórdão do TJ-SP: "Não se entrevê, no entanto, carga ofensiva suficiente no emprego da referida expressão a ensejar o reconhecimento de lesão moral indenizável. A expressão 'perua', no contexto da matéria, foi nitidamente empregada para destacar o estilo pessoal da apelada, marcado, neste particular, pela elegância no vestir. Note-se, a propósito, que a veiculação trata a recorrida como a 'esfuziante ex-prefeita', reforçando a ideia de que a expressão foi utilizada para fins de simplesmente ressaltar o estilo pessoal da autora, nada mais".

O TJ-SP também ressaltou que a expressão "perua paulista" já havia sido utilizada pela revista Época para expressar o estilo pessoal da ex-prefeita de São Paulo, "sem que ela tenha se voltado contra tal publicação".

Mas a Marta não poderia deixar de tentar levar vantagem, apelando assim para a “Lei do Gerson”. Só não podemos esquecer que não foi uma comparação. Afinal, as peruas não merecem tal desrespeito.

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