DIAS TOFFOLI PODERÁ
PRESIDIR JULGAMENTO
DA LAVA JATO NO SUPREMO
Gerson Tavares
Não sei por
que não acredito em uma boa(?) maioria dos ministros do STF e infeizmente esse é um deles. Mas
como meu voto não vale, o ministro José Dias Toffoli enviou ofício ao
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, outro que também não acredito, pedindo para migrar da Primeira Turma para a Segunda Turma da
Corte, que julgará as futuras ações penais decorrentes da Operação Lava Jato
contra deputados e senadores. Pode até ser prematura a minha desconfiança, mas
tenho quase certeza que ao final do caso, muitos irão ver que tinha razão para
minha desconfiança.
Quanto ao Lewandowski
autorizar ou não a transferência do magistrado de um colegiado para o outro,
depende do resultado final, já que se essa autorização trouxer vantagem ao
governo, imediatamente irá acontecer mesmo. Como a transferência é prevista no regimento
do Supremo e por isso a autorização é só uma formalidade, Toffoli se tornará, a
partir de maio, o presidente da turma e conduzirá o julgamento de políticos na
ação penal da Operação Lava Jato.
Isso deverá
acontecer porque o mandato do atual presidente da Segunda Turma, Teori
Zavascki, termina em maio e pela tradição, ocupa o cargo o ministro com menos
tempo de atuação no tribunal que ainda não tenha exercido a função. E para azar
do Brasil, nesse caso, Toffoli é o “cara”. Mas também, num Brasil que já teve o
Lula como o “cara”, qualquer um pode ser também.
Por falar em
Lula, Dias Toffoli é um dos três ministros indicados para o Supremo pelo
ex-presidente Luiz Inácio. Os outros dois são Carmen Lúcia e Ricardo
Lewandowski. Já a Dilma Rousseff indicou Luiz Fux, Rosa Weber, Teori Zavascki e
Luís Roberto Barroso. Gilmar Mendes foi indicado por Fernando Henrique Cardoso;
Marco Aurélio Mello por Fernando Collor; e Celso de Mello, por José Sarney.
A Segunda
Turma do STF tem atualmente quatro ministros, já que a presidente Dilma
Rousseff ainda não indicou um nome para a vaga deixada pelo ex-presidente do
STF Joaquim Barbosa, que se aposentou no ano passado. Pelo que dizem Dilma
ainda está vendo quem poderá ser uma “segurança” a mais para garantir suas “sacanagens”.
Assim sendo,
com a ausência de um magistrado, empates poderão ser gerados nos julgamentos e,
nessa hipótese, a decisão em processos penais deverá sempre favorecer os réus.
Não deixa de ser uma grande jogada para a Dilma, já que todos os julgamentos de
seus “parceiros” sempre acabam em “perigo à vista”.
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