quarta-feira, 15 de abril de 2015

JUIZ DENUNCIADO POR
FALSIDADE IDEOLÓGICA

Gerson Tavares
 




Ontem falei de um caso da China que deu em cadeia, mas dessa vez parece que a “coisa pegou”, mesmo acontecendo por aqui pela “terra tupiniquim” em que vivemos. E foi com aquele juiz “safardana” do caso Eike Batista, que se achava “o Deus e estava acima do bem e do mal", o Flávio Roberto de Souza, que, após ter sido afastado da 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro e do julgamento do empresário Eike Batista, foi agora também denunciado à Justiça pela Procuradoria Regional da República da 2ª Região. O Ministério Público Federal está acusando o “juiz federal” de cometer peculato, que é o desvio de bens públicos por servidor, praticar falsidade ideológica e extraviar e inutilizar documentos em atos processuais que estariam vinculados à “Operação Monte Perdido”. Aliás, nesse caso do Flavio Roberto não deveria nunca ser “Operação Monte Perdido” e sim “Operação Caso Perdido”. Mas como a coisa não deverá parar por aí, o próximo passo é o tribunal decidir se recebe a denúncia e abre processo penal.

Na Operação Monte Perdido, deflagrada em junho de 2013, o traficante de drogas espanhol Oliver Ortiz de Zarate Martin, que atuava na América do Sul, Oceania e Europa, foi preso. Os procuradores regionais Flávio Paixão e José Augusto Vagos relatam, com base nos dois inquéritos, tanto judicial como o policial, que o magistrado cometeu falsidade ideológica ao proferir decisões que lhe permitiram desviar recursos públicos em duas situações ligadas à Operação Monte Perdido.

Diz o MPF que no primeiro, Flávio desviou R$ 290,5 mil depositados na Caixa à disposição da Justiça, sendo que parte desse montante ele usou na compra de um veículo Land Rover Discovery. Já no segundo ele cometeu peculato e falsidade ideológica ao "meter a mão", isso em 5 de fevereiro, em US$ 105,6 mil e 108,1 mil euros. Dessa “grana”, parte serviu para a aquisição de um apartamento na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.

E esta descoberta aconteceu quase que por acaso, pois foi quando o juiz substituto da 3ª Vara Federal Criminal realizava um levantamento sobre “bens acautelados" que o roubo veio à tona. Foi exatamente nessa ocasião que foi constatado que o cofre encontrava-se vazio.

Para piorar a situação do “safardana”, a PRR2 ainda o acusa de crime de extravio e inutilização de documentos. Flávio teria destruído, em janeiro, os autos do processo sobre a alienação antecipada de bens relativos à Operação Monte Perdido.

Realmente esse juiz é um “Caso Perdido”. Só espero que não pare por aqui esse posicionamento. Bandido tem que ir para a cadeia.

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