ARQUIDIOCESE
DO RIO CANCELA
EVENTO
DA PAIXÃO DE CRISTO
POR SEGURANÇA
A desmoralização do
País está chegando ao ponto mais alto da pouca vergonha. E foi por falta de
governo que a encenação do Auto da Paixão de Cristo, que seria realizada na Sexta-Feira
Santa, na Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro, no Centro da cidade, foi
cancelada por questões de segurança, segundo a assessoria de imprensa da
Arquidiocese.
Tudo porque desde o
início da manhã, ex-ocupantes do terreno da Oi, no Engenho Novo, acampavam em
frente ao local. O grupo, de cerca de 50 pessoas, diz que foi expulso por
policiais da frente da Prefeitura, onde estavam acampados, por volta das 3 horas
e então resolveu que a melhor coisa a fazer para aparecer era “avacalhar” as
solenidades do Dia da Paixão de Cristo.
Em nota, a Arquidiocese
lamentou "que existam pessoas que ainda sofram em virtude da ausência de
moradia e sejam manipuladas por outros interesses". A ação litúrgica
estava prevista para as 15 horas e à noite seria realizado o Auto da Paixão. E
ainda de acordo com a Arquidiocese, os eventos nas paróquias aconteceram
normalmente.
Segundo o
tenente-coronel Edson Duarte, do 4º BPM, em São Cristóvão, representantes do
grupo que, na quinta-feira, decidiram ficar em frente à Prefeitura, saíram por
vontade própria do entorno do prédio do governo municipal. O oficial disse que
tanto a PM quanto a Guarda Civil apenas acompanharam os manifestantes.
O padre Luiz Antônio,
coordenador da Pastoral das Favelas da Arquidiocese, afirmou estar preocupado
com a situação das crianças. Ele diz que a igreja tem como prioridade buscar
abrigo para elas.
"A Igreja vai
servir de mediação nesse acesso aos abrigos. Nosso arcebispo pediu que nós
estivéssemos aqui. Cada um sabe muito bem quem está necessitando,
precisando."
Dirigindo-se
diretamente aos acampados, disse: "A proposta é acompanhar e estar com
vocês enquanto a situação não for resolvida. Quem tem obrigação de fato é o
estado, que tem que dar essa resposta. A igreja vai servir de mediação para
esta negociação".
Os acampados chegaram à
igreja por volta das 6 horas e resolveram que só sairiam dali para um hotel. Foi
oferecido o aluguel social, mas só interessava “hospedagem em hotel”.
E com essa balburdia
toda, o Auto da Paixão que há 45 anos é encenado e faz parte do calendário
religioso da cidade, foi cancelado para tristeza de muitos fieis que vieram até
do exterior. Esta seria a primeira vez que a celebração aconteceria dentro da
Catedral e não nos Arcos da Lapa, tradicional cenário do evento, que passa por
uma obra de revitalização.
Mas mesmo com essa
posição de desrespeito dos “necessitados”, a Arquidiocese do Rio de Janeiro
reafirma sua intenção inicial de servir como mediadora entre os necessitados e
o poder público para encontrar uma saída.
É muito triste ver que não se
respeita mais nada neste País de Meu Deus.
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