segunda-feira, 21 de abril de 2014

Igreja lamenta que pessoas “sejam manipuladas por outros interesses”.



ARQUIDIOCESE DO RIO CANCELA

EVENTO DA PAIXÃO DE CRISTO 

POR SEGURANÇA


A desmoralização do País está chegando ao ponto mais alto da pouca vergonha. E foi por falta de governo que a encenação do Auto da Paixão de Cristo, que seria realizada na Sexta-Feira Santa, na Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro, no Centro da cidade, foi cancelada por questões de segurança, segundo a assessoria de imprensa da Arquidiocese.

Tudo porque desde o início da manhã, ex-ocupantes do terreno da Oi, no Engenho Novo, acampavam em frente ao local. O grupo, de cerca de 50 pessoas, diz que foi expulso por policiais da frente da Prefeitura, onde estavam acampados, por volta das 3 horas e então resolveu que a melhor coisa a fazer para aparecer era “avacalhar” as solenidades do Dia da Paixão de Cristo.

Em nota, a Arquidiocese lamentou "que existam pessoas que ainda sofram em virtude da ausência de moradia e sejam manipuladas por outros interesses". A ação litúrgica estava prevista para as 15 horas e à noite seria realizado o Auto da Paixão. E ainda de acordo com a Arquidiocese, os eventos nas paróquias aconteceram normalmente.

Segundo o tenente-coronel Edson Duarte, do 4º BPM, em São Cristóvão, representantes do grupo que, na quinta-feira, decidiram ficar em frente à Prefeitura, saíram por vontade própria do entorno do prédio do governo municipal. O oficial disse que tanto a PM quanto a Guarda Civil apenas acompanharam os manifestantes.

O padre Luiz Antônio, coordenador da Pastoral das Favelas da Arquidiocese, afirmou estar preocupado com a situação das crianças. Ele diz que a igreja tem como prioridade buscar abrigo para elas.

"A Igreja vai servir de mediação nesse acesso aos abrigos. Nosso arcebispo pediu que nós estivéssemos aqui. Cada um sabe muito bem quem está necessitando, precisando."
Dirigindo-se diretamente aos acampados, disse: "A proposta é acompanhar e estar com vocês enquanto a situação não for resolvida. Quem tem obrigação de fato é o estado, que tem que dar essa resposta. A igreja vai servir de mediação para esta negociação".

Os acampados chegaram à igreja por volta das 6 horas e resolveram que só sairiam dali para um hotel. Foi oferecido o aluguel social, mas só interessava “hospedagem em hotel”.

E com essa balburdia toda, o Auto da Paixão que há 45 anos é encenado e faz parte do calendário religioso da cidade, foi cancelado para tristeza de muitos fieis que vieram até do exterior. Esta seria a primeira vez que a celebração aconteceria dentro da Catedral e não nos Arcos da Lapa, tradicional cenário do evento, que passa por uma obra de revitalização.

Mas mesmo com essa posição de desrespeito dos “necessitados”, a Arquidiocese do Rio de Janeiro reafirma sua intenção inicial de servir como mediadora entre os necessitados e o poder público para encontrar uma saída.


É muito triste ver que não se respeita mais nada neste País de Meu Deus.

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